Conflitos distintos
Aguardam vestidos
O estancar da violência
No compilamento da incidência
Sondagem confirma
Detectando alternativas
Na solidão refina
A desafinada fragilidade...
Jesus Cristo nordestino
Veja minhas mãos pregadas na cruz
Veja o sangue que nelas escorre
E será todo em vão este sofrimento?
Em um berço bem pobre eu nasci
Numa terra castigada pelo sol
Terra seca que arde e castiga
Os filhos da dolorosa agonia
Que de sede e de fome
Morrem todos os dias
Cada qual com sua alegria
E de onde vem tanta força?
Das mão calejadas de esperança?
O tempo é cruel e condena
O amor existe
Aleatoriamente
Até para quem resiste
Peremptoriamente?
O que constitui
O âmago dum sentimento
E a tudo substitui
Seja qual for o momento?
O amor insiste
Inexoravelmente
Até para quem dele desiste
Desalentadamente?
O que pode o pensar
Contra o flagelo do sentir
Sem desmotivar
Tudo que leva o ser a agir?
Viagem infantil
Arruma a mala, menina mala
Mais calcinhas, menina mimada
A SEMÂNTICA DO ESCURO
Avatar sem girassol
Em que o vácuo da claridade prepondera:
O reino da contraluz,
Ao subjugar-nos com o seu viço
De leonina fera,
Faz com que tenhamos o insólito poder
De não estacarmos a nossa visão
Na dimensão da epiderme do oculto,
Mas de forçarmos o olhar
A viajar para muito além
Das vísceras da cratera,
Jacentes ainda no átrio do mundo.
Confinado na órbita
Do breu de
Ocuparam minha pátria
Expulsaram meu povo
Anularam minha identidade
E me chamaram de terrorista
Confiscaram minha propriedade
Arrancaram meu pomar
Demoliram minha casa
E me chamaram de terrorista
Legislaram leis fascistas
Praticaram odiado apartheid
Destruíram, dividiram, humilharam
E me chamaram de terrorista
Assassinaram minhas alegrias,
Sequestraram minhas esperanças,
Algemaram meus
Sede
Água pra que te quero
Naquele sol de verão
O suor escorrendo
A garganta na sequidão
Sede! Matá-la espero
Água pra que te quero
As forças esvaíram-se
As pernas bambeiam
Minerais, potáveis, sulfurosas
Não sei se sumiram ou se...
Mas água pra que te quero
Bem gelada, bem gostosa
Bem aos montes, maravilhosa
Sede! Matá-la espero
Transparente manjar dos deuses
És rica, radiante, ó poderosa!
Preferindo emoções
No encontro dos tempos
Espelha
saudades
Resgatando os sentimentos
Proeminente no abraço
Sinaliza o
afeto
Cicatrizando a despedida
Soluça arrependida
Os sentidos navegam
pelos ares
e em silêncio se entranham
em nossas peles.
Vago odor adocicado
flutua entre os corpos,
que giram abraçados.
Carrossel.
A embriaguez é de
sons e palavras.
Inquietante melodia,
selvagem afrodisíaco.
Cortinas de chuva
vestem as janelas
e observam pelo vidro
nossos corpos
se desvanecerem...
O poeta é destro...
Ele canta a alma...
E me encanta...
Em versos reversos...
Ele escreve...
Amor / paixão...
Amor / solidão...
E eu o admiro...
Pelo seu coração...
Pela sua inspiração...
Pelo seu versejar...
Seja ele somente...
Amor ou ilusão...
Em versos desnudos...
Ele fala de mim...
Ele fala de ti...
Ele fala de nós...
Ele canta o amor...
E descreve a solidão...
E assim é o poeta...
Mente
O êxtase me despertou,
Antes de conhecer o amor,
Criei-me
iludido na dor,
De quem nunca se apaixonou.
Assim saudade não
existe,
È como o dia que se confundisse,
Com o momento que a
possuíste,
E a vida em mim prostituísse.
Na boemia quase
envelhecendo,
A procura de lábios sedentos,
Cheios de doçura sem
sentimentos.
Embriagado com a ternura ,
Do respeito de uma vida
dura,
Do amor ainda vivo a