Sinto vergonha de mim por ter sido educadora de parte desse povo, por ter batalhado sempre pela justiça, por compactuar com a honestidade, por primar pela verdade e por ver este povo já chamado varonil enveredar pelo caminho da desonra. Sinto vergonha de mim por ter feito parte de uma era que lutou pela democracia, pela liberdade de ser e ter que entregar aos meus filhos, simples e

Ahhh... Amanheceu, novamente. E só percebemos ao abrir uma janela, Que o sol está brilhando, E que doce é a aragem da manhã... Do meu coração ele fugiu.. O ódio ameaçador!!. Nele também,  o desamor deixou de existir.... No coração há sangue, veias, VIDA. E tudo, depois de um riso que escapa, Um riso de mim mesma e da situação, Tudo, de repente, sem esforço e sem aviso... Voltou a ser como era

Sentimentos atados
08/06/2008
Incorporando desafios Pontuam os direitos Descartados pelo poder Referendam seus deveres Permitindo o retorno Retiram da cidadania O contraponto social Deleitando-se na participação! Caminhos anestesiados
08/06/2008
Livre das algemas É ter segurança É por ir e vir do medo Socializar é cidadania Sentindo a presença do dever Gerando resultados Esquecendo da

l Fernando Pessoa AUTOPSICOGRAFIA O poeta é um fingidor. Finge tão completamente Que chega a fingir que é dor A dor que deveras sente. E os que lêem o que escreve, Na dor lida sentem bem, Não as duas que ele teve, Mas só a que eles não têm. E assim nas calhas de roda Gira, a entreter a razão, Esse comboio de corda Que se chama coração. [O QUE ME DÓI NÃO É] O que me dói não é

Eu quero tudo sem a desventura de bravejar sem que ninguém escute, mas um bafejo vem da noite escura dizendo: LUTE! E a ilusão, que ao presente emoldura, faz-me temer antes que a fera ruja o seu bafejo de verdade pura dizendo: FUJA! Em paralelepípedo sem norte meu pé de vento nesse vão se vira. A fera horrível, no planeta, gira dizendo: MORTE! Mas num milissegundo de fulgência A consciência,

                            Não dá para viver asim,        sem o seu amor.        Não dá para sentir assim essa profunda dor que emana do meu ser.        Não dá para mudar as horas, o tempo, a solidão.        Não dá para sentir, com a saudade, o instante que nunca existiu.                                        Você partiu sem dizer palavras.                    E eu não esqueci o sonho e fui

A CAROLINA Querida! Ao pé do leito derradeiro, em que descansas desta longa vida, aqui venho e virei, pobre querida, trazer-te o coração de companheiro. Pulsa-lhe aquele afeto verdadeiro que, a despeito de toda a humana lida, fez a nossa existência apetecida e num recanto pôs um mundo inteiro... Trago-te flores, — restos arrancados da terra que nos viu passar unidos e ora mortos nos

IN LIMINE Folga se o vento sopra no pomar e o faz tremer na ondulação da vida; aqui se afunda um morto urdume de memórias, que horto já não é, mas relicário. Não é um vôo este adejar ao sol e sim a comoção do eterno seio; vê como se transforma um pobre veio de terra solitário num crisol. Ímpeto desta parte do árduo muro. Se avanças, tens contatos (tu talvez) com o fantasma que te

UM CERTO SOL SOBRE SÃO PAULO                  o sol se põe em são paulo a brisa rasteira rasteja meus pés que se põem entre o azul e o mostarda do sofá da tua sala o sol se põe sob os aviões da planície e eu pássaro aceso                      espero nesta casa de marias que voam nas asas da panair o sol se põe sob são paulo e eu pássaro sem saída                      grito teu nome de ateu

Guardo teu beijo, terno beijo, na memória. No outono cinza, a despedida, último adeus, como se foras sem deixar-me uma esperança de reviver o teu carinho e os lábios teus! Amargurando o teu partir, restou-me o beijo. Sonho desfeito, nem as folhas esqueceram, no farfalhar, de relembrá-lo nas canções, brincando algures junto às brisas outonais! As estações se sucederam desde então! Alma
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