Não dá para viver asim,
sem o seu amor.
Não dá para sentir assim essa profunda dor que emana do meu ser.
Não dá para mudar as horas, o tempo, a solidão.
Não dá para sentir, com a saudade, o instante que nunca existiu.
Você partiu sem dizer palavras.
E eu não esqueci o sonho e fui perdendo todos os versos que fiz
em minhas noites de insônia.
- Li Nietzschge e Dostóiesvsk
nas sombras frias das tardes
do outono daquele ano que
não queria ter fim jamais!
Não. Aquela inocência que emanava
de você me dizia todos os seus sentidos, todas
as variações sobre os fatos, e as
fotos ilustravam as páginas do
jornal imaginário que criei para
você esquecer todas as cores
das fotonovelas do Sétimo Céu.
Não. Aquela sua inocência era o ponto
de interrogação das perguntas que eu nunca lhe fiz, enquanto o tempo girava
célere. As canções tocadas no velho rádio estacionado no muro do
pomar, me acalentava enquanto, também, um sabiá canora adornava
aquelas sensações impostas pela vontade de um beijo na sua face
angelical, como despedida do sol daquela tarde fria do outono.
E assim, íamos vivendo a passos lentos
a vida que fluia por detrás dos nossos anseios,
dois seres vivenciando as múltiplas faces do
desejo. Surpresas do coração. Dois cálices vazio na mesa posta na sacristia
OUTONO-2008