É sempre muita presunção um comentarista de província escrever artigos dirigidos à comunidade mundial, como se ela fosse lê-los nos mais distantes rincões do planeta. Escrevo sobre assuntos regionais, filosóficos e culturais, com a intenção de contribuir para o processo educacional. Há quem espere de mim soluções para os problemas que aponto. Para quem não desenvolve nenhuma forma de ativismo, é
Estamos muito acostumados a enxergar a história como um processo
de mudança nas relações entre sociedades, entre países e até mesmo
entre pessoas. É uma novidade para os historiadores incluir a natureza
não-humana como agente de história. Natureza não-humana reúne tudo o
que não foi construído pelo ser humano, sendo este também parte da
natureza, já que é um animal vertebrado, mamífero, primata e
Nenhuma sociedade ocupou o espaço tão irresponsável e
violentamente como a ocidental. Fiquemos com a estimativa conservadora
de que a humanidade formada pela nossa espécie – o “Homo sapiens” –
conta com 120 mil anos de idade. Constataremos que 110 mil anos foram
vividos por sociedades paleolíticas, que dispunham de técnicas e
tecnologias rudimentares para lidar com o ambiente. Por esta razão, a
Pouco antes da Conferência de Copenhague (COP-15), em plena
realização no momento em que alguém lê este artigo, dúvidas foram
levantadas sobre as informações fornecidas pelo Centro Hadley e pela
Universidade de East Anglia, no Reino Unido, que permitiram demonstrar
a elevação do aquecimento do planeta a partir de 1860, ano em que os
dados sobre fenômenos climáticos passaram a ser colhidos
(Esboço de conto)
Vêem esse crânio inteiriço formado de ossos alvíssimos, nas mãos de um arqueólogo? É meu. Ou foi meu. Embora o deserto tenha devorado minha carne, meu espírito é quase onipresente. Esse crânio, hoje descarnado, era revestido por um grosso couro cabeludo e cabelos compridos. Ainda que novo, a pele do meu rosto já era sulcada por rugas adquiridas nos campos de batalha, sob sol
Faz pouco, Heitor Villa-Lobos completou 50 anos de morte. As homenagens a ele foram mais intensas e expressivas que por ocasião dos 120 do seu nascimento, em 2007. Não gosto de homenagear ninguém que amo no dia se sua morte, mas no de seu nascimento. Contudo, como escrevo sobre Villa de vez em quando, considerem este artigo mais um deles.
Todo ser vivo morre. Não choro a morte de Villa-Lobos nem
Quando me interessei cientificamente pela evolução
biológica do ser humano, li, no distante ano de 1970, um livro
intitulado Os Estágios da Evolução Humana, do antropólogo físico C.
Loring Brace. Ele reconhecia quatro estágios no processo evolutivo: 1-
estágio australopitecídeo, incluindo nele uma espécie de
“Australopithecus” e uma de “Paranthropus”; 2- estágio pitecantropídeo;
3- estágio
Professor de História faz uma análise sobre a importância da queda do Muro de Berlim, em novembro de 89
Arthur
Soffiati nasceu no Rio de Janeiro a 10 de fevereiro de 1947. Morou em
Campinas, Curitiba, Paranaguá, Rio, São Fidélis e Campos. Licenciou-se
em História pela Faculdade de Filosofia de Campos (Fafic),
especializou-se em História Moderna e Contemporânea pala Universidade
Católica de
(ensaio para um conto de terror)
Eu estava numa rua, quando vi quatro cachorros caminhando lado
a lado em minha direção. Atrás deles, havia um homem alto, magro e
maltrapilho, barba e cabelo desgrenhados. Os quatro cães estacaram em
minha frente. Eram vira-latas, pequenos, feios, mas bem alimentados.
Nenhum deles revelava disposição agressiva ou amistosa. Seus olhos e
suas caudas não se moviam.
Aprendemos na escola que o governo português, correndo o risco de perder o Brasil para outros países europeus, criou o sistema de capitanias hereditárias na terceira década do século 16. Da costa à linha do Tratado de Tordesilhas, separando o mundo entre Espanha e Portugal, foram traçadas 15 faixas horizontais e paralelas. Sem querer gastar dinheiro, a Coroa portuguesa doou cada faixa a um