Meu amigo Vicente Stanislaw Klonowski ontem me mandou este lindo texto... Eu morava na 741 onde hoje mora minha filha Ana Cristina. Meu amigo está num Veleiro e eu no meu sítio.
José MILBS
A casa em que morava no centro, rua Visconde de Quissamã, 750...
Tinha janelas grandes que davam para a rua.
Pé direito alto, telhado feito de telha moldadas nas coxas. Final dos fogões a lenha, querosene, início do gás, tubulação de água era canos de chumbo, havia paredes com conchas feitas com óleo de baleia, não me lembro naqueles primeiros anos haver coleta de lixo... Eram só resíduos orgânicos depositados no final do grande quintal... É como eram grandes os quintais. Papai plantava morangos, criava galinhas, tinha 3 a 5 colmeias de abelhas europeias puras, Goiabeiras, amora, biribas, Laranjeiras, Araçá, mamoeiros... Ainda criava-se pombos no forró do telhado... Dentro de casa minha mãe dava aula de pintura e vendia cestinhas de morango na janela... Quando o sol baixava toda criançada ia brincar na rua que era de terra... Brincávamos de boleba, jogando zepi e papão, jogávamos pião riscando um circuito no chão corríamos de um lado para o outro brincando de pique, de esconde-esconde, polícia ladrão, no som melodioso das meninas encantadas que brincávam de roda... Jantavamos sopa e almoçavamos o que tinha sem reclamar... Poucas pessoas tinham uma bicicleta, eu sonhava com uma em todo natal que passava... E passaram-se vários anos..
Até colocarem paralelepípedos na rua, até,chegar a TV, até irmos todos embora!