Ser escoteiro. Ver Conceição de Macabú virar cidade...

Criança perguntativa eu sempre fui aos 10, 11 e até aos 14 anos.. Hoje um menino pensativo aos 70 anos. Nas salas de aula eu sempre ouvia os professores dizer que rio é masculino. Ai eu me curiosizava: Então as cidade estão todas erradas. Barra de São João, que é oriunda da barra do Rio São João, deveria ser Barra do São João. E, Conceição de Macabú, que se origina do Rio Macabú, tinha que ser chamada de Conceição do Macabú. Ai eu tenho que parabenizar os Baianos que fazem da beleza de sua cultura e sotaque, o belo das inteligencias. Lá, é Conceição do Coité, uma cidadezinha que teve um lindo córrego de nome Coité. Soa para mim muito feio ter que falar em Barra de Macaé quando na verdade seria, para mim Barra do Macaé.
Deixando de lado minhas loucuras gramaticais e erros e acertos das histórias da cidades para seus historiadores e vamos falar de meu tempo de Escoteiro e a alegria de ter sido participante, aos 11 anos, da fundação da Cidade de Conceição do Macabú...
   
    I
                                       
Foi uma grande festa, o primo de minha mãe Ecila ,  Milne Evaristo da Silva Ribeiro  era vereador em Macaé e representava o distrito de Conceição da edilidade. Nessa época o distrito queria ser independente de Macaé e conseguiu.
Os  detalhes técnicos, as vantagens  e desvantagens de ser cidade e o que foi de história deixo para  os críticos de  Conceição de Macabú e seus possíveis historiadores.
Quero me referir a minha ida a essa cidade. Era, se não me engano, um lindo Domingo. A praça tinha uma grande orla de grama e eu tinha uns 10 anos. Era a 1a vez  que eu deixava  a cidade e ia num acampamento de Escoteiro fora de Macaé.
Conceição de(o) Macabú estava comemorando sua emancipação e os escoteiros, como eu,  iamos lá para as festas. Alugamos caminhão, mães e avós nos preparávam com as roupagens e a gente ensaiava o SEMPRE ALERTA...
Acampamos nessa linda e doce praça. Éramos uma novidade para as centenas de moradores. A gente ficava  todos  orgulhosos em conhecer as pessoas que nos vinham olhar. Fazíamos nosso café,  ajeitávamos  nosso cantil, mexíamos em nossas facas e fazíamos questão de que todos vissem, que “ sabíamos fazer nossa casa” nos paus do acampamento e que também tínhamos prática em lavar e cozinhar. Crianças Macabuenses, que hoje devem estar com minha idade, ficavam horas e horas olhando nosso trabalho e, acho, que muitos ainda estão lá vivos podendo repassar para filhos e netos este encantamento.
Ser escoteiro, estar numa cidade distante e sermos observados fazem parte da felicidade de qualquer ego infantil, ainda mais quando este massageamento no ego é feito por lindas e meigas menininhas, que hoje devem ser senhoras avós de novas e belas meninas  Macabuenses.
O escotismo é algo que eterniza uma vivência. Marca de forma linda a idade onde se busca a adolescência num convívio mais livre e com descobertas novas para a vida. Com o tempo é que pode ver o quando este espaço tem significado na vida da gente. Por isso é que quem foi Escoteiro nunca deixa de SER.  Fica no interior o aprendizado que nos embeleza a busca das curiosidades que nos são posta a prova.

II

‘Um sol meio morno começa a cair sobre a cidadezinha que se emancipara.
Prefeito. vereadores e autoridades são esperadas. Nós, Escoteiros, somos os primeiros a chegar e com isso essa marca infantil permaneceu em minhas lembranças.
Acho que Conceição de(o) Macabú tinha que continuar a habitar minhas memórias, já que desde pequenino ela foi palco de conversas em casa de Chico Lobo, Henrique Daumas, meu avô Mathias Lacerda, Pierre Tavares, e tantos outros que aprendi a ver nas minhas andanças infantis nas casas deles com minha avó Nhasinha (Alice Quintino de Lacerda). E, ainda mais quando ia nas Chácaras dos Almeidas e Pratas, parentes de meu avô Emílio, em  Capelinha do Amparo, lugarejo que ficava bem perto de  Carapebus que a gente tinha que ir à Cavalo ou em coloridas Charretes.
Muito mais tarde pude conhecer Seu Henrique Daumas na casa de  Enedina e Celso. Aí tive a certeza de que gente desse quilate ficam na história. Não se fabricam mais homens   desse tipo.  Seu Henrique, por detrás de seus belos cabelos brancos e seu sorriso puro de menino de interior, me passou muita historia bonita dessa localidade. Com ele, seu Henrique,  aprendi a gostar mais um pouco de Conceição de(o) Macabú, onde já tinha muitas históorias contadas.
Curiosamente, no final do mês de abril de 2007, na convençao do PT, partido que fundei em 1978, pude conhecer  um de seus descendentes. Adelmo Daumas, médico, intelegente, sentou-se ao meu lado da reunião. Conversa vai, conversa vem e ele se identicou. Uma feliz coincidencia a presença, 60 anos depois, ao meu lado, de um neto do Pilar da Dignidade Histórica de Conceição de(o) Macabú, Henrique Daumas...

III

A tarde desfilamos, fomos aplaudidos, nos sentimos importantes por estarmos fazendo parte deste momento da historicidade desta linda cidade.  A tarde? A tarde/ noite vimos o bonito Ssol,  que dormia em suas colinas desaparecer suave e feliz.
Pela manhã  nos despedimos de Conceição de(o) Macabú. Era o início dos anos 50, final dos 40. , Orlandinho, neto de Sizinando de Souza, Alexandre Herculano, filho do Varela, Orlacy de Dona Oriolanda, Elmo de Pepeu, Francisco Prata Mancebo, de Lacerda Agostinho, Claudio Azevedo  de Dona Tita e seu Veira,    Bijuca Tinoco, de seu Tinoco da Imbetiba e  da Rua do Meio, Sylvio, irmão de Bonga, Sergio de dona Etelvina, Manuelito, que foi para Cedae, Henrique, de seu Arthur,  irmão de Marquinho Brochado e Gerusa, Cadinho de dona Mirsis Scheller e Ralf de Adyr,  faziam parte desse grupo de escoteiros, que comigo, além, é claro de Paulo Emílio e Marquinho Cauna de seu Alcebiades Azevedo. 

IV

Sei que a gente formava um grupo unido e sempre juntos vivemos uma fase  boa de uma Macaé que, se  eu não se fizer este relato, morre como cidade sem memória. Se não me falha, tinha, na Praça de Conceição.  além das casas antigas e bonitas, um bar de nome “Spantemka”, onde um educado  senhor tchecoeslovaco, de olhar fixamente infantil e belo, nos atendia com sotaque,  para  nós curioso e bonito.
Era um desbravador, sempre alegre, nos atendia feliz.  E olhe que eram crianças super curiosas. Ele, a  todos, dava  atenção e carinho. Marcou nossa presença na emancipação de Conceição de(o) Macabú...

(José Milbs de Lacerda Gama editor de O REBATE, www.jornalorebate.com )

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