Destruição da Nação

Nação é conceito que envolve agrupamento humano numeroso, fixado num território, ligado por traços históricos, culturais, econômicos e lingüísticos.
Somos, neste nosso Brasil, uma nacionalidade extraordinária, nacionalidade cósmica constituída pela mistura de todas as raças sem o predomínio de nenhuma.
Somos um povo caldeado na integração nunca na segregação com ecletismo até religioso. Nunca houve no nosso país a separação ou a exclusão racial encontrada nos Estados Unidos e na África do Sul. O ecletismo está evidente na livre freqüência aos diversos cultos e na integração de diferentes ritos.
Na intenção de nos descaracterizar como nação há uma atuação intensa que nos leva a pensar em movimento deliberado, organizado,indicando a na situação de estarmos sem governo ou, pelo menos, com alguns segmentos governamentais agindo com a mais absoluta falta de patriotismo.
O considerável território brasileiro com riqueza no subsolo, biodiversidade fora do comum e grandes extensões agricultáveis é objeto de imensa ambição. Isto, por certo, se agravará com a tendência do uso de combustíveis com origem vegetal (álcool e óleos).
Se o leitor tiver ou se tivesse uma fazenda, nunca a arrendaria por quarenta anos. A própria família o interditaria como louco. Entretanto, o “governo” está permitindo que áreas da Amazônia,a região mais rica do planeta, nossa por história, direito e posse seja arrendada.
Extensas áreas do litoral estão sendo alienadas para estrangeiros que chegam a fazer grandes cercas que vão até ao mar (ainda existem terras de marinha?). A floresta atlântica é desmatada e substituída por eucaliptos (deserto verde) para produzir pasta de celulose exportada com isenção de impostos.
A região central com os cerrados está direta ou indiretamente na mão de transnacionais estrangeiras, controladoras do comércio de soja, exportando a nossa produção, em boa parte, para ser ração de bicho no exterior com isenção de impostos. Nas duas atuações do litoral e interior as nossas populações brasileiras passaram a viver na periferia de cidade num regime de desemprego e miséria.
Os nossos traços históricos e culturais estão sendo arruinados. A língua invadida pelo uso indiscriminado e desnecessário de vocábulos estrangeiros. Uma língua tão rica como a nossa com termos indígenas, africanos além latino, e europeu, não precisa utilizar verbetes da pobreza do anglo-saxão. Hoje é quase uma tortura ouvir rádio. É horrível ouvir, a todo instante, músicas estrangeiras de má qualidade, diga-se de passagem, sem entender.
Quem domina a economia, domina o país. Estamos sendo eternizados na triste situação do mercantilismo colonial. Nossa produção visa o exterior (sendo exportada com isenção de impostos), é dominada e comandada externamente e leva-nos à posição degradante de meros produtores de matérias-primas sem retorno para nosso povo. Como é possível, havendo exportações a preços vis com isenções de impostos, oferecer às nossas populações uma vida digna?
Minério de ferro a cinco dólares a tonelada – dez reais para mil quilos de ferro!
Café rendendo onze mil dólares por saca para os comerciantes no exterior e pagando para o “coitado” do brasileiro em sua colheita apenas 4 ou 5 reais.
As nossas estações de rádio estão cada vez mais presas aos “esquemas” de incentivo as músicas estrangeiras.
A nossa população está sendo condicionada a ouvir sem entender.
Isto reforça o efeito das frases de propaganda que são entendidas e incorporadas como verdades, sem análise, estimulando o consumo desvirtuado.
É a história que se prolonga... sai riqueza fica buraco e miséria.
Há nítida intenção de destruir a capacidade de resistência da nação, quer sob o ponto de vista da população amedrontada, sentindo-se impotente, sem auto-estima, quer na ocupação da economia com domínio, por consórcios estrangeiros das atividades essenciais à vida como energia, água, transportes. Esses setores têm condições de auto financiamento, porém, têm sido direcionados para os empréstimos desnecessários em dólar.
Transnacionais estrangeiras têm, hoje, a custódia do dinheiro do estado e atuam no varejo captando a nossa poupança em seu beneficio e não no interesse nacional. Para haver certeza de conseguir a guarda dos recursos estatais, houve intensa propaganda no sentido das privatizações que contou com estranha conivência entre governantes e legisladores.
Circulando em qualquer estrada do Brasil chama a atenção o mal-estado de muitas delas. Os pedágios são muito caros e controlados por consórcios com interesses estrangeiros. Com certeza vai encontrar várias escoltas particulares armadas no trajeto.
Os meios de comunicação destacam seguidamente todos os aspectos da violência com paralelo enfraquecimento das forças policiais.É só comparar os destaques dados para as atuações até heróicas da ação policial com a quase exaltação de marginais que conseguem armas até presos. Isto estimula fortemente a existência de segurança privada, algumas delas ao que parece nas mãos de transnacionais estrangeiras.
Isto não seria o embrião de exércitos mercenários?
Tudo isto preocupa pois denota que, além do esfacelamento da nação caminhamos a passos largos da ocupação do território nacional.
Somos distraídos com novelas, futebol, situações emocionais irrelevantes.
Os anseios do povo estão esquecidos. A rigor, estamos sem governo e manobrados pelo bel-prazer das transnacionais estrangeiras. Até quando?

Rui Nogueira
Médico,pesquisador, escritor
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