X-burguer sem hambúrguer

Sou adepto aos lanches. Aliás, sou adepto à vida prática. Os mais saudáveis que me perdoem, mas eu adoro um X-burguer. Mas não quero aqui discutir as “boas maneiras” da alimentação. Sei que um simples e inofensivo X-burguer não substitui um bom prato com arroz e feijão. Porém, preciso dele para contar uma história.
Estou atravessando uma maré de azar danada na hora de fazer os meus pedidos alimentícios. Tudo porque ninguém me dá ouvidos quando vou falar. É isso. Na semana passada fui à lanchonete da esquina para comer alguma coisa. Estava atrasado para um compromisso. Precisava de algo prático, que não levasse muito tempo para ser feito. Optei, então, pelo X-burguer. Ele salvaria a minha vida naquele dia.
- Por favor, um X-burguer sem maionese e no pão francês!
- É pra levar? - perguntou a mocinha.
- Não. Vou comer aqui mesmo. É que estou atrasadíssimo. Preciso de algo bem rápido.
E lá se foi a simpática moça da lanchonete com o meu pedido anotado num pedacinho de papel.
Horas depois...
- Está aqui o seu lanche, amigo.
A surpresa.
Abri vagarosamente o lanche. Faltava alguma coisa ali dentro. Pasme: era o hambúrguer. Eu estava frente a frente com um X-burguer sem hambúrguer.
- Ué, onde está o hambúrguer do lanche?
- Ah! Mas no X-burguer vai hambúrguer?! - disse, com aquela cara lavada.
“Não, não vai não. No X-burguer vai leite em pó”, pensei. Mas achei que o silêncio registraria a minha revolta. Não satisfeita com a mudez de pura indignação, ela ainda foi perguntar à patroa, com o meu lanche na mão, se no X-burguer tinha hambúrguer. Tudo isso porque eu estava com pressa.
Pra falar a verdade, acho que consegui superar esse trauma. Num outro dia, resolvi não arriscar. Pedi um almoço de verdade: o tradicional arroz com feijão, acompanhados de bife e batata frita. Detalhe: sem cebola.
- Tudo bem! Pedido anotado. Um bife sem cebola saindo daqui a 15 minutos - disse o rapaz do restaurante.
Outra surpresa.
Adivinha? Cebola. Muita cebola. Era quase impossível ver o bife no prato por causa da quantidade de cebola. Pensei em ligar e falar “poucas e boas” para o rapaz. Mas, pacientemente, fui tirando uma por uma. E o mais lamentável é que esse episódio vem se repetindo com certa freqüência.
Já pedi várias feijoadas sem couve que vieram com muita couve. Já pedi vários strogonoffs sem champignon que vieram com dezenas de champignons boiando no prato. Que raiva!
Estou desistindo de fazer pedidos. Confesso. Ninguém me ouve. Acho que o freguês nunca tem razão – e muito menos ouvido. Um horror. Isso é uma atrocidade à classe consumidora. Um legítimo desrespeito, isso sim. Quer saber, acho que já desisti mesmo. Os argumentos deste parágrafo já me convenceram.
Vou evitar ao máximo pedir as coisas nos restaurantes, lanchonetes e padarias. Os vendedores não me escutam mesmo! Sou mais ir ao restaurante self-service. Mesmo assim, acho que me convém desconfiar ao extremo da plaquinha que indica “spaguetti”, pois ali deve ter uma bela sopa de feijão. Estou perdido mesmo, sem esperança.
Ah, e esqueci de relatar: a mocinha simpática da lanchonete trouxe o meu (pseudo) X-burguer sem ser no pão francês. E com muita maionese.

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