Captar a dor humana é algo que apenas o silêncio pode alcançar. No entanto, essa dor pode fugir das percepções humanas, principalmente quando uma criança é abusada. A sociedade de um modo geral precisa estar atenta, já que as crianças são extremamente vulneráveis a qualquer tentativa de maldade humana.

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É importante ressaltar que elas sofrem como um adulto no conceito de dor. O que muda é a forma que percebemos isso. Há alguns indicadores psicológicos muito comuns, quando uma criança é violentada, inclusive as menores de três anos de idade.

As principais características são os transtornos alimentares, irritabilidade, alterações no nível de atividade junto com condutas agressivas ou regressivas, uma compreensão precoce da sexualidade e atividades sexuais inadequadas, a mentira como artifício frequente. Além de crueldade contra os outros e os animais e sentimentos profundos de tristeza e desesperança.

Algumas ainda desenvolvem transtorno de atenção, síndrome da acomodação e da vitimização, Jogos sexuais persistentes e inadequados com crianças da mesma idade, como também a insistente desconfiança das figuras significativas, mau relacionamento com seus pais e dificuldades em fazer amizades dentre outros.

Esses sintomas isolados podem caracterizar muitas outras questões. Porém, para análise correta temos que correlacionar a observação clínica, os dados coletados em anamnese pelos pais, testes psicológicos e a escuta ativa. Na abordagem existencial humanista, não olhamos para criança como diagnóstico e, sim, como um ser que precisa ser visto e a sua alma tocada.

A criança que é abusada seja por tortura psicológica, física ou sexual, tem sua infância roubada e sua alma dilacerada aos poucos. Geralmente, elas conseguem se refazer de forma mais rápida que um adulto. Porém, quando crescem, acabam remoendo sua dor e seu algoz por diversas vezes pela lembrança de sua mágoa.

É fundamental protegê-las de possíveis predadores. Pais, precisam saber quem se aproxima de seus filhos, por onde andam. Esse cuidado é importantíssimo, pois a dor do abuso perdura por anos e anos e alguns, quando chegam na adolescência ou na fase adulta, chegam até a desenvolver pensamentos suicidas.

Em todo caso de dúvida, se uma criança foi abusada ou não, procure um profissional de psicologia infantil ou converse com pediatra, porque através de testes psicológicos e a observação clínica é possível identificar.


(*) Daniela Generoso é Psicóloga e presidente da Ong é Possível Sonhar que atende crianças, adolescentes e mulheres vítimas de violência doméstica.

Em todo país, o desemprego atinge 12,6 milhões de pessoas. As filas com pessoas atrás de um novo emprego têm crescido cada dia mais. Quem está desempregado enfrenta não apenas a dificuldade de conseguir se recolocar em um mercado cada vez mais exigente, mas também a dificuldade salarial diante de um cenário tão crítico, visto que a falta de dinheiro traz sérios problemas emocionais para a vida das pessoas.

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Um dos problemas emocionais mais comuns que atingem a população que se encontra em situação de desemprego é a depressão. Isso contribui para dificultar ainda mais as chances da pessoa conseguir uma recolocação, visto que esse transtorno pode ocasionar queda da energia, insônia ou hipersonia, o que não ajuda nem um pouco o candidato a chegar nas entrevistas no horário ou mesmo fazer os trâmites necessários no tempo exigido.

Apesar de serem os homens vistos ainda como principais provedores da família na sociedade atual, a depressão atinge as mulheres em maior número, embora o desânimo, a cada oportunidade perdida, seja mais evidente nos homens. Ainda há o fator agravante que são os sintomas depressivos que se intensificam quando o mesmo percebe que não há possibilidades compatíveis com seu perfil no mercado de trabalho.

Considerando essa imagem do homem como provedor, não é de se espantar que a autoestima fique extremamente prejudicada, influenciando inclusive sua vida familiar e conjugal, pois, costuma-se atribuir sua virilidade com a capacidade de prover a família. Não que a mulher seja capaz de manter a autoestima intacta em caso de desemprego, especialmente se a renda dela for a principal da casa, porém a habilidade de se lançar no mercado de forma independente, mesmo que por salários não compatíveis com sua qualificação, pode ser um fator que conte a favor nesse processo. Afinal, o empreendedorismo, apesar de não oferecer benefícios tradicionais que o regime CLT oferece, tem sido a saída mais utilizada pelos brasileiros para que consigam pagar suas contas e para diminuir a pressão de arrumar uma vaga no mercado de trabalho, com isso fazendo crescer a indústria de cursos profissionalizantes de curta duração.

Apesar dessas soluções, muitas vezes o desemprego vem quando a pessoa já tem um padrão de vida estabelecido. Nesses casos, solicitar auxílio financeiro de familiares e amigos pode ser necessário, ainda que possa gerar um grande desconforto, mas é aqui que a pessoa que se dispõe a auxiliar pode demonstrar seu apoio, não apenas financeiramente, mas de também de forma emocional, impulsionando a pessoa a não desistir de suas chances e incentivando que o mesmo abrace as oportunidades que surgirem, desta forma fica mais fácil enxergar o lado positivo das coisas e enxergar as oportunidades que outrora poderiam passar despercebidas.


(*) Ellen Moraes Senra é Psicóloga e Especialista em Terapia Cognitivo Comportamental

CRP 05/42764

Psicóloga atuando na área clínica através da abordagem cognitivo comportamental. Formada pelo Centro Universitário Celso Lisboa. Com curso de formação em Terapia Cognitiva Comportamental (TCC) no Instituto Brasileiro De Hipnose, Educação ePsicologia (IBH). Atendimento individual a crianças, adolescentes e adultos

Quantos casais que estão em um relacionamento que caiu na rotina você conhece? Sendo uma das principais queixa entre namorados e casados, a acomodação é motivo de insatisfação, términos e em casos graves, traições.

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Mas como manter a chama da paixão acesa? O filósofo  Fabiano de Abreu defende que a estratégia para driblar esse vilão pode ser mais simples do que se imagina, e chama-se mistério. “Tudo é perfeito quando não se tem o conhecimento real do que é. O misterioso pode ser mais gostoso, pois não existe a certeza, mas, sim, fantasias e expectativas e isso se aplica a lógica da paixão.”

Seguindo a linha defendida pelo filósofo, a paixão e o interesse nascem de especulações a respeito do parceiro, o que na maioria dos casos, diverge do real. ”Quando nos deparamos com a realidade e nos acostumamos com ela, o interesse na descoberta já não existe, então, perde-se algum ou todo valor. Ou seja, amamos com mais intensidade o desconhecido pois não o conhecemos.”

Forasteiro
Fabiano compara a lógica do interesse com a chegada de um forasteiro a uma nova vila. De início, ele chega belo, instigante e diverge de todos os habitantes do local, que desejam conhecê-lo. Com o tempo, o forasteiro começa a fazer amigos e consequentemente a contar suas histórias e segredos.

“Assim, ele começa a se tornar um cidadão comum na vila e já não tem mais graça porque é como os outros. Isso também pode acontecer no amor. Com os anos, os segredos são revelados, não há mais mistérios e, então, fica aquele amor menos intenso de admiração, reciprocidade e que não é instigante”, argumenta.

A busca incessante por padrões inalcançáveis de comportamento e conduta também é um fator que contribui para a falta de interesse. “Quando descobrimos que o outro tem tantos defeitos quanto nós, a chama, daquele fogo que surge da vontade de desvendar o parceiro, diminui. O encantamento precisa de cenas obscuras, de mistério e surpresa para se manter vivo”, defende.

O desafio
Além disso, a paixão e a conquista são baseadas no desafio. “Nos sentirmos poderosos pela conquista. Quando a alcançamos, a adrenalina que corre em nossas veias, se enfraquece. No lugar, surge a amizade que nasce como o resultado do tempo passado juntos”, diz Fabiano.

Outro fator que influencia no enfraquecimento do sentimento é a quebra de expectativas, pois segundo o filósofo, quando duas pessoas se apaixonam, cria-se um mundo fantástico  quem pouco tempo se desmonta, e é justamente essa decepção que pode influenciar no sentimento, diminuindo sua potência. “A gente se engana o tempo todo para fantasiar que o outro seja perfeito, mesmo sabendo que a perfeição não existe. Fantasiamos o que vamos desejar naquela pessoa. Mas sempre desejamos mais do que a realidade pode oferecer, criando, assim, uma decepção maior do que se não esperássemos tanto.

Mas nem tudo está perdido. Fabiano de Abreu aponta que com inteligência emocional, maturidade e porque não um pouco de mistério é possível encontrar a solução para a insatisfação do casal. “Cabe as duas pessoas criar situações que fogem da rotina e  revelar seus mistérios aos poucos. É preciso manter o mistério para manter acesa a chama da paixão”.

Biografia

Fabiano de Abreu Rodrigues é um jornalista, empresário, escritor, filósofo, poeta e personal branding luso-brasileiro. Proprietário da agência de comunicação e mídia social MF Press Global, é também um correspondente e colaborador de várias revistas, sites de notícias e jornais de grande repercussão internacional. Atualmente detém o prêmio do assessor de imprensa que mais criou personagens na história da imprensa brasileira e internacional, reconhecido por grandes nomes do jornalismo em diversos países. Como filósofo criou um novo conceito que chamou de poemas-filosóficos para escolas do governo de Minas Gerais no Brasil. Lançou o livro ‘Viver Pode Não Ser Tão Ruim’ no Brasil, Angola, Espanha e Portugal.

Alexander Gomes de Azevedo também elencou o que deve ser evitado por quem sofre com a doença
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No mês de setembro é realizada a campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio criada em 2015. O assunto que já foi um tabu maior,  ainda enfrenta grandes dificuldades na identificação de sinais, oferta e busca por ajuda, justamente pelos preconceitos e falta de informação. 

Existe várias doenças que podem causar o suicídio, uma delas é a depressão, que é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS)como o "Mal do Século". A doença, que atinge pessoas de qualquer idade, sexo ou classe social, se apresenta de forma recorrente, apresentando sintomas de tristeza profunda, desânimo, baixa autoestima, perda do prazer, entre outros. A ajuda está no tratamento médico e psicológico, além de uma boa alimentação. O médico nutrólogo Alexander Gomes de Azevedo elencou os principais alimentos que ativam os neurotransmissores da felicidade, responsáveis pelo bom humor e sensação de bem-estar:

Proteínas: Alimentos como carnes, ovos e leites (e derivados) possuem grandes quantidades de triptofano, um aminoácido que atua na formação da serotonina.

Aveia: É fonte de triptofano, contém selênio que é considerado um mineral que colabora para a produção de energia. Os carboidratos também presentes no alimento elevam os níveis de insulina e facilitam a absorção de triptofano.

Banana: Fonte de carboidratos que estimulam a produção de serotonina, ela contém vitamina B6, importante na condução dos impulsos nervosos e na prevenção da ansiedade e irritação.

Oleaginosas: Alimentos como nozes, castanhas e amêndoas são fontes dos minerais magnésio, cobre e selênio, que reduzem o estresse e melhoram a memória.

Pimenta: A capsaicina é o princípio ativo da pimenta que causa a ardência. Ela estimula o cérebro a produzir mais endorfina, hormônio responsável pela sensação de euforia e redução do estresse.

Chocolate: É um dos produtos que tem o poder de causar sensação de prazer. Isso acontece porque a versão amarga (que possui pelo menos 70% de cacau na composição) é fonte de triptofano e ainda possui teobromina, um alcaloide da família da cafeína que tem efeito estimulante.

Mel: a serotonina é produzida no intestino e o mel é um importante regenerador da microflora intestinal.

Segundo Azevedo, quem sofre de depressão é importante que evite alimentos que aumentam as oscilações de humor, como bebidas alcoólicas, fast food, refrigerantes e alimentos ricos em gorduras e açúcares, como frituras, doces e sobremesas.

“Esses alimentos provocam alterações bruscas no nível de açúcar no sangue, levando a mudanças na produção de hormônios no corpo e ao aumento do peso, fatores que aumentam as chances de ter e de piorar a depressão”, explica o médico.

Dietas “zero carbo” ou com níveis muitos baixos de carboidratos também podem agravar ou até causar quadros de depressão, de acordo com o nutrólogo.

“O carboidrato é importante na vida de qualquer indivíduo. Além de ser nossa principal fonte de energia, ajuda o cérebro a produzir uma substância chamada serotonina. A sua falta pode causar alterações de humor, chegando até a depressão. A ausência de carboidratos na dieta pode levar a uma piora no quadro de depressão”, alerta. 

Caso precise de ajuda, acione o CVV (Centro de Valorização da Vida) pelo site ou pelos números 188 e 141. O CVV promove o apoio emocional e a prevenção do suicídio, de forma voluntária e gratuita.  


Alexander Gomes de Azevedo - nutrólgo

Escritor e pesquisador, o Dr. Alexander é Médico Nutrólogo, Pós-Graduado em Saúde de Família pela USP, Doutor em Ciências Biomédicas, com Pós-Doutorado em Investigação e Docência Universitária. Além disso, é Presidente do Instituto de Assitência das Américas (IAA), uma Organização Social sem fins econômicos, que tem projetos sociais na área de saúde para crianças e idosos, com foco nas populações menos favorecidas.

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A luxúria ou lascívia (do latim, lascivia) é uma emoção de intenso desejo pelo corpo e pelo prazer. De acordo com a doutrina católica, é um dos sete pecados capitais e consiste no apego aos prazeres carnais, à corrupção de costumes, culminando na sexualidade e sensualidade extremas. No entanto, o que aos olhos carnais pode parecer uma explosão de deleites e prazeres e aos olhos da religião é tido como condenável, aos olhos da ciência pode, na verdade, ser uma compulsão perigosa e com grande potencial destrutivo para a vida pessoal, profissional e familiar.

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O filósofo e pesquisador de comportamento e sociedade Fabiano de Abreu afirma que o exagero não é benéfico e que aqueles que se entregam à luxúria, na verdade podem ser escravos dos seus próprios desejos: “Aquele que se torna escravo das paixões pode até achar que é feliz, mas na verdade ele confunde felicidade, com excesso de prazer. Para ser feliz de verdade ele precisará, primeiro, se libertar dessa necessidade de prazer a qualquer custo que o aprisiona. A Felicidade exige liberdade, e quem se torna escravo dos prazeres da carne nunca será livre. A não ser que ele busque ajuda e queira se libertar”.

Excessos de querer

Fabiano de Abreu ressalta que a luxúria consiste no que ele define como ‘excesso de querer’ e consiste em um desequilíbrio: “Um homem escravo das paixões se encontra na senzala dos sentimentos, movido por um excesso de querer, e dominado por um forte desequilíbrio emocional. Esse comportamento desmedido revela a sua incapacidade em lidar ou controlar as suas próprias emoções”

Proibido é mais gostoso?

O pesquisador também aponta que a crença de que o ‘proibido seria mais gostoso’ é na verdade um grande equívoco e reflete outra distorção de personalidade, que é o egoísmo: “O desejo carnal, principalmente pelo que é proibido, libertino e promiscuo denota um forte egoísmo por parte da pessoa, já que ela entende o ato sexual como uma finalidade estritamente vinculada ao prazer imediato e enxerga o outro como seu objeto ou propriedade. Tanto que, geralmente, a pessoa dominada pela luxúria, frequentemente, paga pela atividade sexual, contratando profissionais do sexo ou frequentando locais onde a banalização e a vulgaridade do ato estejam super expostas e evidenciadas”.

O perfil do luxurioso

Com base em seus estudos, Fabiano aponta o perfil dos que se deixam dominar pelo desejo desenfreado: “São frequentadores assíduos de bordeis, casas de massagens, boates e ambientes onde o sexo oposto é ofertado como mercadoria, exposto em vitrines, e gostam da sensação de pagarem por suas paixões. Frequentemente são infiéis em seus relacionamentos, e em sua maioria, não conseguem construir um relacionamento feliz, visto que seus ideais de intimidade fogem do conceito de amor e respeito. Por isso, acabam deixando rastros de decepção por onde passam. Esse comportamento excessivo acaba afetando a sua vida familiar, e também a profissional, já que a pessoa se torna escrava das paixões e age, na maioria das vezes, de maneira irracional, cometendo atos libidinosos, ou colocam os outros, nessas mesmas situações. O luxurioso não consegue pensar racionalmente, ele é movido pelo prazer”.

Segundo Abreu, outro ponto em comum que revela o perfil do luxurioso é a dificuldade em estabelecer relações saudáveis e duradouras em casa, no trabalho ou na vida pessoal: “Se são chefes, costumam ser assediadores sexuais. São aqueles que recebem processos e mais processos por assédio moral e sexual no ambiente de trabalho. Ou então, manipulam a situação e invertem os fatos para que os funcionários se sintam intimidados. Como possuem dificuldade em manter a harmonia familiar, não sentem prazer em estar em seu lar junto à família, e constantemente, saem do trabalho direto para o 'happy hour', muitos, regados de promiscuidade, e levam seus funcionários junto com eles. Com esse comportamento eles acabam prejudicando também, a vida familiar de seus funcionários, pois não levam a sério o amor, apenas o prazer momentâneo, e quando percebem que seus funcionários amam suas esposas, ou vice e versa, eles ficam incomodados, e dão um jeito de causar algum atrito para que esse relacionamento “feliz”, se desgaste. Já como funcionário, o luxurioso costuma desrespeitar os colegas e as colegas passando do limite aceitável no comportamento social, com olhares maldosos, piadinhas infames, e toques constrangedores.”.

A dependência da pornografia é um sinal de alerta

O filósofo também relata que muitos extrapolam os limites do permitido em ambientes totalmente inadequados somente para se satisfazerem: “Uma pessoa que se torna dependente do prazer sexual acaba sendo um consumidor frenético de conteúdos “adultos”. Ele espera um momento de descanso para poder assistir vídeos e fotos pela internet, e quando se vicia nessas produções do mercado pornográfico chega a ter que assistir no ambiente de trabalho ou até mesmo com a esposa ou esposo para poder conseguir se relacionar intimamente. Ele se deixa levar pela forte emoção que o invade, pelo desejo irracional que arde e queima como fogo dentro dele. A maioria deles ou delas, acreditam que o seu comportamento é normal, mas não percebem que, quase sempre, as suas falas e atitudes chegam a ser constrangedoras”.

Como se combate a luxúria?

Fabiano aponta que é preciso que aquele que se encontra escravizado entenda que precisa mudar e peça ajuda: "enquanto a pessoa não entender que o prazer momentâneo nunca o fará plenamente feliz, ele continuará com as correntes nos pés, preso no tronco da própria senzala.

Sentirá no dorso as chibatadas da vida, que não perdoa o desrespeito e a falta de amor impregnadas nesses atos libertinos.Quer parar de ser escravo das paixões e se tornar realmente livre? Então aprenda a amar de verdade. Aprender a amar é libertador. Busque ajuda de um psicólogo ou terapeuta. Existem muitos tratamentos eficazes nesse sentido. Tenha certeza que você será muito mais feliz quando conseguir passar de “escravo” para “homem livre” e finalmente receber essa carta de alforria”.

O termo depressão, na linguagem corrente, tem sido empregado para designar tanto um estado afetivo normal (a tristeza) quanto um sintoma, uma síndrome e uma (ou várias) doença(s).

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De acordo com a psicologia, os sentimentos de tristeza e alegria colorem o fundo afetivo da vida psíquica normal. A tristeza constitui-se na resposta humana universal às situações de perda, derrota, desapontamento e outras adversidades. No entanto, quando isto torna-se um problema de ordem psíquica, é preciso recorrer a formas de tratamento. Mas afinal, no que consiste a depressão e qual seria o antídoto para curá-la?

A neuropsicóloga Roselene Espirito Santo Wagner revela em que consiste a depressão para um melhor entendimento do tema: “Enquanto “sintoma”, a depressão pode surgir nos mais variados quadros clínicos, entre os quais transtorno de estresse pós-traumático, demência, esquizofrenia, alcoolismo, doenças clínicas, etc. Pode ainda ocorrer como resposta a situações estressantes, ou a circunstâncias sociais e econômicas adversas. Enquanto síndrome, a depressão inclui não apenas alterações do humor (tristeza, irritabilidade, falta da capacidade de sentir prazer, apatia), mas também uma gama de outros aspectos, incluindo alterações cognitivas, psicomotoras e vegetativas (sono, apetite). Finalmente, enquanto doença, a depressão tem sido classificada de várias formas, na dependência do período histórico, da preferência dos autores e do ponto de vista adotado. Entre os quadros mencionados na literatura atual encontram-se: transtorno depressivo maior, melancolia, distimia, depressão integrante do transtorno bipolar tipos I e II, depressão como parte da ciclotimia, etc”.

Sintomas gerais da depressão


Embora a característica mais típica dos estados depressivos seja a proeminência dos sentimentos de tristeza ou vazio, de acordo com a Dra. Roselene nem todos os pacientes relatam a sensação subjetiva de tristeza. Muitos referem, sobretudo, a perda da capacidade de experimentar prazer nas atividades em geral e a redução do interesse pelo ambiente. No diagnóstico da depressão levam-se em conta: sintomas psíquicos; fisiológicos; e evidências comportamentais”.

Sintomas psíquicos

Segundo a especialista, os principais sintomas psíquicos se manifestam através do que ela chama de humor depressivo, caracterizado pela sensação de tristeza, auto desvalorização e sentimentos de culpa: “os pacientes costumam aludir ao sentimento de que tudo lhes parece fútil, ou sem real importância. Acreditam que perderam, de forma irreversível, a capacidade de sentir alegria ou prazer na vida. Tudo lhes parece vazio e sem graça, o mundo é visto sem cores, sem matizes de alegria. Em crianças e adolescentes, sobretudo, o humor pode ser irritável, ou rabugento, ao invés de triste. Certos pacientes mostram-se antes apáticos do que tristes, referindo-se muitas vezes ao sentimento da falta de sentimentos. O deprimido, com freqüência, julga-se um peso para os familiares e amigos, muitas vezes invocando a morte para aliviar os que o assistem na doença e manifestando desejo de suicídio muitas vezes”.

Sintomas fisiológicos

A neuropsicóloga aponta alguns dos principais sintomas fisiológicos da depressão:

Fadiga ou sensação de perda de energia. A pessoa pode relatar fadiga persistente, mesmo sem esforço físico, e as tarefas mais leves parecem exigir esforço substancial. Lentifica-se o tempo para a execução das tarefas.

Alterações do sono (mais freqüentemente insônia, podendo ocorrer também hipersonolência). A insônia é, mais tipicamente, intermediária (acordar no meio da noite, com dificuldades para voltar a conciliar o sono), ou terminal (acordar mais precocemente pela manhã). Pode também ocorrer insônia inicial. Com menor freqüência, mas não raramente, os indivíduos podem se queixar de sonolência excessiva, mesmo durante as horas do dia.

Alterações do apetite (mais comumente perda do apetite, podendo ocorrer também aumento do apetite). Muitas vezes a pessoa precisa esforçar-se para comer, ou ser ajudada por terceiros a se alimentar. As crianças podem, pela inapetência, não ter o esperado ganho de peso no tempo correspondente. Algumas formas específicas de depressão são acompanhadas de aumento do apetite, que se mostra caracteristicamente aguçado por carboidratos e doces.

Evidências comportamentais

  • Retraimento social
  • Crises de choro
  • Comportamentos suicidas
  • Queda no interesse sexual
  • Retardo psicomotor e lentificação generalizada, ou agitação psicomotora. 
  • Freqüentemente os pacientes se referem à sensação de peso nos membros, ou ao "manto de chumbo" que parecem estar carregando.

A Psicoterapia como antídoto para a depressão

A Dra. Roselene Espirito Santo Wagner aponta que, embora a psicoterapia não é propriamente um meio de encontrar repostas para as questões que temos, isto ocorre com muita frequência, tornando a psicoterapia um caminho possível para tratar a depressão: “a psicoterapia deve sim ser um instrumento que nos auxilie a fazer as perguntas necessárias para o processo do autoconhecimento, da autopercepção. Uma vez feita a pergunta, podem existir inúmeras respostas possíveis. Todas elas certas. E, principalmente, todas elas fruto de um maior autoconhecimento promovido pela própria formulação da questão. Tudo isso é o que se deve buscar, essencialmente, na psicoterapia. Quando conseguimos um contato genuíno conosco mesmos, quando somos capazes de confrontar nossas crenças arraigadas, quando podemos nos aceitar como somos, quando estamos conscientes de nossas necessidades; aí sim nossas questões emergem com clareza. E esse momento em que estamos conscientes de quem somos e nos aceitamos desse jeito mesmo, é o momento que a mudança é possível”.

Como o profissional atua no tratamento do paciente depressivo?

Através da psicanálise, o profissional resgata a dimensão propriamente do sofrimento como mobilizador e expressão dos processos subjetivos. Nesse sentido, a psicanálise parte de uma abordagem mais propriamente compreensiva do discurso do paciente: "a depressão é uma Neurose Narcísica, tem a ver com o seu eu e a sua relação consigo mesmo. Logo, o objetivo da psicanálise e da psicologia de modo geral para este caso é oferecer ao paciente total sigilo e segurança de eu pode ser quem eu sou, para me tornar quem eu desejo”.

A Dra. Roselene aponta os dez passos para o profissional de psicanálise no tratamento da depressão:

1- Ouvir o paciente,
2- Fazer com que ele falando também se ouça.
3- Ao se ouvir ele mesmo irá refletir sobre sua condição.
4- Articulando palavras, que dão nome a emoções e sentimentos na grande maioria das vezes “egocêntricos”.
5- Quando nos enxergamos pelos olhos dos outros. Nos revelamos à nós mesmos.
6- Desenvolvendo massa crítica, geramos autocrítica e também autorresponsabilidade.
6- O que estou fazendo comigo? Como posso fazer melhor? Onde estão os meus prazeres? Como posso flexibilizar o momento, a vontade, o desejo a necessidade?
7- O que posso usar de razão para buscar motivação?
Na falta de motivação, o que pode ser um estímulo?
8- Onde posso chegar com o que já sei e já fiz?
9- Como posso transmutar o sofrimento em experiência, lição e sabedoria?
10- Onde posso usar esse saber? Como posso modificar e impactar positivamente a vida alheia a partir do que “sei”, sobre o momento que vivi?
Articular o pensamento, com auxílio desse “Ego Auxiliar “, o “Sujeito Suposto Saber”, que me orienta e me organiza para que eu me veja e me revele para mim mesmo, dentro do “setting terapêutico”.

Claro que para todo e qualquer mal, multifatorial, não podemos dispensar a equipe multidisciplinar. Que envolva: os cuidados físicos, medicamentoso (S.O.S) e alimentar .

Com manifestações expressivas nas universidades de Harvard e Yale, nos Estados Unidos, um fenômeno que tem chamado atenção de estudiosos e do público em geral é a busca por cursos que ensinam felicidade. Essa busca tem sido maior do que para cursos que oferecem a possibilidade de uma carreira profissional de reconhecimento e sucesso financeiro.

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Não por acaso, um dos temas marcantes de toda a história da filosofia é o da felicidade. Desde o surgimento da filosofia no ocidente e mesmo antes disso, pensadores de todos os tempos dedicaram-se a essa questão em algum momento ou ao longo de sua trajetória de vida. Pela sua relevância histórica e social e ao mesmo tempo por sua importância subjetiva, o tema ‘felicidade’ desperta interesse ontem e hoje. Mas seria a felicidade um comportamento ou estado de espírito passível de ser ensinado?

Filosoficamente, a felicidade pode ser compreendida como um estado de satisfação e realização. Estar feliz equivale, portanto, a sentir-se satisfeito, realizado. Embora tal satisfação não tenha uma duração permanente, são as experiências de momentos felizes que conduzem ao desenvolvimento de uma vida feliz, ou seja, uma vida realizada. Epicuro (341-270 a.C) inicia a Carta a Meneceu, mais conhecida como Carta sobre a Felicidade, com uma exortação ao exercício da filosofia, atividade que tem como finalidade tornar feliz o homem que a pratica. Assim, se alguém acredita que ainda não chegou ou que já passou o momento de se dedicar à filosofia, é como se dissesse que ainda não chegou ou que já passou o momento de ser feliz.

Para Epicuro o caminho mais adequado para alcançar a felicidade está na satisfação equilibrada dos desejos, sendo o prazer o início e o fim de uma vida feliz. Nesta perspectiva, não existe vida feliz sem prudência. Na sequência da carta, Epicuro apresenta o seu tetrapharkom (4 remédios) ou elementos necessários para uma vida feliz: 1) não atribuir falsos juízos aos deuses; 2) não temer a morte; 3) não há mal que seja eterno; 4) o bem é facilmente alcançável.

Diferente de Epicuro, nosso tempo é marcado, entre outras características, pelo imediatismo, que traz consigo a potencialização da ansiedade e suas consequências. Assim, quando uma expectativa não é concretizada no menor tempo possível, advém a frustração e com ela a insatisfação e a infelicidade. A própria busca “desesperada” da felicidade, a preocupação demasiada em ser feliz (e, junto com ela, a fuga de qualquer atividade), sentimento ou situação que leve à frustração, inclusive com o uso de medicamentos, pode provocar frustrações e converter-se no seu oposto, ou seja, produzir ainda mais insatisfação e infelicidade.

Considerando essa problemática, que caminho seguir? Como ensinar e aprender a felicidade ou o caminho para ela? Se estar feliz é sentir-se satisfeito, realizado, a dimensão da autoconsciência precisa ser considerada, ou seja, como me sinto, me compreendo, me considero? Quais são minhas prioridades? O que eu compreendo que pode me fazer mais feliz e por quê?

Não raro, existe uma discrepância entre o modo de compreender a si mesmo e o mundo no qual se vive com a realidade concreta da vida. Por exemplo, podemos considerar que para sermos mais felizes é necessário ficar mais tempo com a família e amigos, mas quanto isso se torna possível? De um modo geral, quando estamos reunidos preferimos ficar no celular ou absorvidos nas próprias preocupações com pouco ou nenhum envolvimento.

Uma solução simplista poderia indicar que é apenas necessário começar a pensar como se vive ou começar a viver como se pensa a fim de superar a discrepância e encontrar-se. Contudo, não somos seres totalmente programáveis respondendo a estímulos que produzem efeitos previamente estabelecidos. Podem existir tantas receitas para ser feliz quantas sejam as vidas que habitam no planeta. Ainda que bons exemplos e comportamentos possam ser ensinados, é necessário que cada ser humano e cada comunidade humana encontre os caminhos para sua realização e felicidade.


Luís Fernando Lopes é professor do curso de Filosofia e da Área de Humanidades e atua no setor de inovação da Escola Superior de Educação do Centro Universitário Internacional Uninter.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que o Brasil vive uma epidemia de ansiedade. De acordo com o órgão, nosso país possui o maior número de ansiosos do mundo: são 18,6 milhões de pessoas, o que representa 9,3% da população. As mulheres são as que mais sofrem: 7,7% das brasileiras são afetadas. Os afastamentos de profissionais por conta da doença custaram R$ 1,3 bilhão, em 2016, à Secretaria de Previdência. No mundo, há mais de 260 milhões de indivíduos com o transtorno.

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Algumas questões relacionadas à saúde psíquica começam a aparecer após anos de trabalho. Caso falarmos da síndrome de burnout, isso é uma verdade, pois não aparece repentinamente como resposta a um estressor determinado. Ela emerge numa sequência determinada de tempo. Mas existem outros transtornos como depressão e ansiedade que são comuns nos trabalhadores brasileiros que não existe uma determinação de anos para ocorrer. 

O trabalho atual está focado na transição da força física para a intelectual. O grande diferencial do trabalhador está na capacidade de resiliência e aprendizagem acelerada. É exatamente neste ponto que muitas empresas se perdem, com uma exigência intensa na questão emocional gerando uma pressão interna e um aumento de estresse, que pode levar aos transtornos psíquicos.

A saúde mental é responsável pela qualidade de vida, ou seja, o equilíbrio entre a vida profissional , que são  os resultados e produtividade;  a vida amorosa, relacionamentos amorosos; a vida familiar, que são questões ligadas ao relacionamento familiar; e a vida social, que é composta pelo relacionamento com amigos e comunidade.  Sem equilíbrio o nosso senso de felicidade é diretamente afetado.

Nosso corpo nos dá sinais quando algo não vai bem. Existem sintomas fisiológicos e psicológico quando o trabalho está gerando ansiedade no colaborador.  Nos sintomas fisiológicos, vemos falta de apetite, cansaço, insônia, dor na coluna, problemas digestivos, taquicardia, entre outros. Já nos sintomas psicológicos é comum perceber alta irritabilidade, frustração, falta de vontade de realizar tarefas, isolamento, fadiga emocional, entre outros. 

A dificuldade de quem está passando por esse problema é exatamente identificá-lo, pois a maioria das pessoas acredita que é apenas uma fase de estresse intenso e que irá passar.

O sintoma típico da síndrome de burnout é a sensação de esgotamento físico e emocional e isso irá refletir em atitudes negativas, como ausências no trabalho, agressividade, isolamento, mudanças bruscas de humor, irritabilidade, dificuldade de concentração, lapsos de memória, aumento de ansiedade e depressão, e sintomas físicos como dor de cabeça, cansaço intermitente, sudorese, palpitação, pressão alta, dores musculares, insônia, entre outros.

A partir do momento que existe prejuízo na vida devido ao trabalho, é hora de procurar uma avaliação. A base do tratamento para a ansiedade inclui o uso de antidepressivos e psicoterapia.

Algumas estratégias para relaxar e diminuir os sintomas da ansiedade, além da psicoterapia, são a inclusão de atividades físicas, exercícios de relaxamento e mindfulnessque é a consciência plena. A técnica consiste em tratar experiências livre de julgamentos. Isso requer que você desenvolva suas próprias percepções sobre as situações, através de um conjunto de práticas, como técnicas de respiração e meditação.  


*Raquel Mello é psicóloga Clínica com abordagem em Cognitivo Comportamental com foco em emoções, Coaching de bem-estar e carreira, Professora de pós-graduação, Palestrante e Escritora. É pós-graduada em Gestão Estratégica de Recursos Humanos e em Gestão Empresarial

Na sua função primordial e biológica, o medo é considerado por especialistas algo natural e saudável. Afinal, o medo costuma nos afastar de situações potencialmente perigosas e que representem ameaça para a nossa sobrevivência. No entanto, em excesso, o sentimento do medo pode atrapalhar a vida de qualquer pessoa, no aspecto relacional, social e psicológico. 

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O filósofo Fabiano de Abreu traz algumas dicas e pensamentos que podem ajudar você a vencer o medo excessivo e se tornar uma pessoa mais aberta e livre para ir rumo às suas conquistas na vida.

O conceito de medo

A primeira coisa que penso em relação ao medo é o fato dele ser uma emoção e não um sentimento. O sentimento é o resultado de uma emoção, ou seja, o medo pode ser primário quando é emoção e transformar-se em secundário ao tornar-se sentimento e daí surgirem síndromes como do pânico que levam a fobias, TOC (Transtorno Obsessivo Compulsivo) e TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada).

Os dois lados do medo

O lado positivo do medo é que ele e a dor preservam a vida, são essenciais. Por isso temos que definir bem o tipo de medo e o peso dele nas nossas vidas. mas se o medo atrapalha ou dificulta as nossas decisões e torna-se um obstáculo para a conquista, eu penso numa receita prática para que possa lidar com ele ou vencê-lo. 

O medo é positivo quando o medo nos protege de tragédias ou algo que vá nos fazer mal. Negativo quando ele nos impede de conquistar ou seguir adiante. 

O medo está constantemente presente nas nossas vidas. A diferença é como o dosamos na nossa existência.

A morte

Penso que o medo está relacionado diretamente a morte. É como se a morte fosse o medo maior e todos os outros provêm dele. Se não existisse a morte, existiriam mais chances, mais tempo e com isso mais oportunidades. As consequências estão ligados ao bem-estar e à saúde, que tem como consequência atrasar a morte.

Então eu pensava na morte de uma maneira diferente, como um motivo para não temer a vida. Se não temo a vida, logo tenho que colher os seus frutos. Logo tenho que realizar ações que me deem resultado antes que seja tarde. 

Vença o medo colocando a razão à (serviço) da emoção

Temos sempre que definir bem o tipo de medo e as suas consequências. Se o medo preserva-me da morte e as suas chances são grandes, vale a pena arriscar? Mas se o medo o impede de seguir adiante para as suas conquistas, vale a pena ter medo? Por isso devemos utilizar a inteligência emocional para medir a razão referente ao medo para que possamos controlar e regular isso de maneira benéfica a vida. Colocar a razão a serviço da emoção.

Vencemos o medo quando trabalhamos a nossa inteligência emocional a favor da razão. Eu costumo utilizar de estratégias reversas. Eu era e sou uma pessoa tímida, tinha os meus medos. 

Então eu pensava que a vida é tão curta, logo se eu tiver medo e emperrar, não saberei o resultado. E a razão fará com que você ultrapasse o medo.

Conceito sobre o medo 

A arqueóloga portuguesa Joana Freitas concorda com o filósofo e acrescenta sua opinião sobre as vertentes do medo.  

O medo está constantemente presente nas nossas vidas. O que devemos ter presente é a forma como o encaramos e doseamos. O medo apresenta se perante o ser humano como uma força. Força essa que pode pender para uma vertente positiva ou uma mais negativa. O sentir medo pode nos retrair de fazer certas coisas que nos seriam nocivas mas ao mesmo tempo pode funcionar como uma alavanca quando o que temos a perder se sobrepõe ao nosso medo. O medo e o desconhecido andam lado a lado. A maioria dos nossos temores se deve essencialmente porque não concentrarmos em nós todo o conhecimento e controlo que desejaríamos.  Se excluirmos o medo primário e sensorial (medo de alturas por exemplo) ficamos com o mais perigoso dos medos: o medo racionalizado. Pensar em questões concretas com a clareza de que o próprio pensamento é perigoso deixa nos com a sensação de que toda a nossa existência se concentrará em questões que embora nos amedrontem temos que as ultrapassar. O maior medo para grande parte das pessoas é a própria morte. Mas a vida sem morte também não tem sentido. Estão intimamente ligadas. Mas porque a morte nos provoca tanto receio e tristeza? Será porque é um fim ou porque na realidade os nossos receios nunca nos deixaram começar verdadeiramente? Morrer sem viver. Mas para toda a moeda existe o seu reverso. E se o mundo é dos fortes, são eles que ao temerem redobram a sua coragem e mesmo assim atingem os seus objetivos. Se o medo nos retrair a coragem nos ativa. Vivemos nesse balanço e depois é a nossa inteligência que determina para que lado caímos.

Muitas vezes profissionais se sentem desmotivados, pressionados e desvalorizados, e acabam tendo uma queda de produtividade que está relacionada a sua autoestima em baixa, como consequência disto. O que fazer para recuperar a autoestima, elevar a confiança e dar a volta por cima?

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A especialista em produtividade, palestrante e empresária Tathiane Deândhela revela que é preciso olhar mais para os seus pontos fortes! Ninguém é perfeito, mas para onde a gente olha, se para os talentos ou vulnerabilidades, pode impactar nossos resultados! Identificar seu potencial é importante no processo: “se você não é capaz, se você ainda não conseguiu pensar tão positivo ao seu respeito, ou se ainda não acredita no seu potencial, provavelmente vai se sentir inferior quando se deparar frente a situações que não conseguir resolver. A autoestima é fundamental para o sucesso. E isso é treinável. É preciso uma negociação interna e assumir o controle dos pensamentos e da mente pra que tenha sentimentos positivos e que estes te impulsionem a seguir pelo caminho certo!”

Tathiane aponta que existem métodos para elevar a autoestima e se sentir pronto para o combate: “uma psicóloga famosa, professora da Universidade de Harvard, começou a estudar os comportamentos do ser humano e percebeu que a comunicação não verbal, ou seja, os nossos gestos, interferem diretamente naquilo que nós pensamos e naquilo que nós sentimos. Assim como se eu penso que eu sou capaz, se eu penso positivo, eu tendo a ter sentimentos positivos que me impulsionam a ter um comportamento coerente com aquilo que eu penso e com aquilo que eu sinto. Também posso ter resultados com ações de dentro para fora. Logo, é possível sim através de atitudes mudar o mindset e reconquistar a autoconfiança necessária”.

Tathiane Deândhela ensina como elevar a sua autoestima em apenas 2 minutos. Confira:

Comece pelos seus comportamentos

Procure observar uma pessoa que tem a autoestima muito elevada, ou alguém de sucesso. Geralmente elas andam com o corpo reto, pose de super herói. Fique por 2 minutos nesta mesma posição. Imagine como é ser uma pessoa que se sente poderosa, que tem autoconfiança e permaneça nesta postura.

Analise: como que essas pessoas andam? Como que elas agem? Qual é o comportamento em termos de gestos, a comunicação não verbal dessas pessoas?

O que os estudos concluíram é que trabalhando a respiração e a postura, você terá modificações na forma da pessoa pensar e sentir. Ou seja: você pode se tornar um pouco mais autoconfiante de fato.

Procure estar feliz e motivado

Eu costumo dizer muito uma frase: "os pássaros não cantam só quando estão felizes. Mas eles cantam para ficar felizes".

Ou seja: se em determinado dia você não acordou tão bem, não tá muito bem humorado, ou às vezes não está conseguindo se perceber ali com a autoestima legal, ou não sente orgulho de si mesmo, então experimente 2 minutos com uma postura melhor.

Se acordou mal, capriche na maquiagem, vista a sua melhor roupa, passe o seu melhor perfume. Isso já interfere no nosso estado interior. Ou seja, muitas vezes a gente tem que se produzir mais quando não está tão bem. Isso ajuda.

Experimente

Se você não é capaz de pensar, sentir e ter esse comportamento, então tenha o comportamento para gerar em você um sentimento positivo. Esse sentimento vai te fazer pensar que você pode, que você é capaz. Experimente, leva só dois minutos.

Especialista dá dicas de habilidades interpessoal e intrapessoal

Quantos tipos de relacionamentos temos durante todo um dia? Seja em casa, no trabalho ou no lazer estamos cercados, a todo o momento, por diversas relações interpessoais. Apesar do nome geralmente não ser muito conhecido, praticamos esse tipo de relacionamento diariamente, ao conviver com diversos perfis de personalidade.

Podemos definir relacionamento interpessoal como a ligação, conexão ou vínculo entre duas pessoas ou mais pessoas dentro de um determinado contexto. Este, por sua vez, pode ser o ambiente de trabalho, familiar, social, religioso, amoroso ou educacional, por exemplo. O relacionamento interpessoal sempre muda, tudo depende do contexto em que ele está inserido. Isso significa que o seu modo de se relacionar no ambiente de trabalho não será igual em seu relacionamento familiar, do mesmo modo que você terá comportamentos diferentes se estiver no meio de uma comunidade de “apenas conhecidos” ao invés de estar entre amigos mais íntimos.

“Como seres sociais, todos nós desenvolvemos algumas habilidades interpessoais desde o início da vida. No entanto, por interferência da cultura, educação e do ambiente de maneira geral, algumas dessas habilidades acabam ficando escondidas no nosso subconsciente. Colocar as que já temos em prática e aprender as demais que precisamos são as partes que requerem esforço. Mas, é um esforço que vale a pena, considerando que, na vida, assim como no trabalho, temos que nos relacionar bem com as pessoas para conseguir melhores resultados”, afirma Carolina Manciola - Sócia-Diretora da Posiciona Educação & Desenvolvimento.

Autoconhecimento

Nos relacionamos com as pessoas da mesma forma com que nos relacionamos com nós mesmos. Se temos dificuldades em nos aceitar, perdoar, reconhecer nossos talentos e entender a nós mesmos, certamente teremos todas essas dificuldades com as pessoas que convivemos. Por isso, o autoconhecimento é o principal caminho para ter bons relacionamentos interpessoais. Algumas dicas para melhorar o relacionamento com você mesmo e consequentemente com as pessoas são:

Entenda suas emoções: cada emoção traz uma reação diferente e, se você é capaz de entendê-las, elas não são capazes de dominar sua vida. Quando você entende como cada emoção age em sua vida, você também se torna capaz de entender as emoções dos outros;

Descubra seus pontos fortes e pontos fracos: reconhecendo que você é bom em muitas coisas e falho em muitas outras. Quando você se aceita, é capaz de aceitar o outro;

Perdoe-se quando errar: seja menos crítico e entenda que você é um ser humano, e todo ser humano comete erros. Quando você é capaz de lidar com seus erros, consegue lidar com os erros das pessoas;

Entenda quais são suas necessidades nas relações: ser reconhecido, ser amado, ter atenção, ser ouvido, se expressar, ser apoiado e/ou motivado. Quando você reconhece suas necessidades, consegue reconhecer o que as pessoas querem e esperam de você;

Ame-se: essa é a regra básica para se relacionar com qualquer pessoa. O amor começa dentro. Se você não é capaz de se amar, não conseguirá transmitir esse sentimento para outra pessoa.

Aceite as diferenças: as pessoas são diferentes, têm necessidades, pensamentos e sonhos diferentes. Não existe certo e errado nas relações, e o que pode ser bom para você, pode não ser para o outro.

Habilidades interpessoais no trabalho

Dentre todos os tipos de relação, as profissionais são as mais delicadas. Isso porque, diferentemente das outras, não podemos escolher quem serão nossos colegas de trabalho, chefes, equipe e clientes. Criar bons relacionamentos profissionais é muito importante para a construção da carreira, já que problemas de relacionamento interferem na produtividade, na qualidade de vida no trabalho e na motivação. Algumas das habilidades interpessoais mais importantes para se ter no ambiente de trabalho são:

Comunicação verbal: o primeiro passo é falar sem pressa e com consideração, validando as opiniões do outro em relação às suas colocações.

Comunicação não-verbal: a linguagem corporal pode falar mais que as palavras em si. Expressões faciais, contato visual, postura, voz e gestos são alguns exemplos de comunicação não-verbal capazes de revelar as suas verdadeiras intenções, sejam elas boas ou ruins.

Ouvir: se alguém fala, os outros precisam ouvir. O ciclo da comunicação não se completa enquanto o ouvinte não decifra a mensagem.

Cordialidade: A cordialidade é algo que não pode faltar no trato com outras pessoas, ainda mais considerando um contexto de equipe.

Respeite a Diversidade: assim como nós, cada pessoa tem sua origem e sua história, que merece ser sempre honrada e respeitada. Devemos sempre buscar evoluir como seres humanos e defender o respeito às diferenças sejam elas quais forem.

Mantenha o Respeito: seja qual for o problema, jamais perca o respeito pelas pessoas com as quais convive ou se deixe levar pela raiva ou pela insatisfação. O respeito ao próximo é à base de todo relacionamento interpessoal e uma prova de civilidade e humanidade.

Questionar: Questionar é uma ótima maneira de começar uma conversa. Trata-se, no entanto, da qualidade dos questionamentos, que devem instigar o grupo a pensar em novas maneiras de resolver um problema.

Boas maneiras: Infelizmente, uma pessoa que não tem boas maneiras é considerada menos inteligente. No mundo dos negócios isso também acontece. Portanto, saber se portar pode evitar alguns obstáculos na comunicação.

Solução de problemas: Dias sem problemas para resolver são raros. Uma pessoa que tem a habilidade de resolver problemas de maneira eficiente, ou seja, identificando o problema, entendendo-o, examinando as possibilidades, propondo um sistema estratégico e colocando o plano em prática, certamente será valiosa para sua empresa.

Consciência Social: Estar em sintonia com as pessoas à sua volta é fundamental para desenvolver um bom trabalho.

Gerenciamento pessoal: Assim como é importante saber controlar as suas próprias emoções.

 

Fabiano de Abreu tem teoria publicada no Impala, um dos maiores veículos de comunicação de Portugal

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Os mais recentes estudos na área da antropologia apontam que apesar das redes sociais e todas as possibilidades com a globalização de estar em maior contato com as pessoas, nunca estivemos tão sozinhos.

Especialistas apontam que uma das possíveis várias razões para isso é o medo latente do desconhecido que é inescapável às pessoas que vivem em grandes cidades. Logo, quanto mais violento é o centro urbano em que essas pessoas vivem, mas distante costuma ser o tratamento com as pessoas estranhas ao seu ciclo, onde a a impessoalidade faz deste um lugar em que se vive, apenas. Por isso, a solidão já é considerada um dos grandes males do século 21 e especialmente das grandes cidades.

O filósofo e escritor Fabiano de Abreu concorda com os mais recentes estudos e acredita que sim, é possível combater a solidão através da adoção de algumas medidas. As teorias de Fabiano foram publicadas no portal Impala, um dos maiores veículos de comunicação de Portugal, onde ele elencou 10 pontos que podem ajudar a lidar com a solidão. Confira:

1 – Frequentar lugares públicos

Este é um método óbvio. Isolar-se e permanecer só não salva ninguém da solidão. Ambientes públicos aumentam as oportunidades de conhecer pessoas. Esteja aberto a isso. Ser negativo só atrai coisas negativas e afasta pessoas positivas.

2 – Desligue as redes sociais por um instante

Isso mesmo. Apesar de atraírem milhares de pessoas e de estarmos rodeados de amigos virtuais, as redes sociais podem trazer solidão e depressão. A ideia de ter amigos nas redes sociais é uma ideia falsa da realidade. Redes sociais aumentam a sensação de solidão, pois invertem a realidade.

3 – Seja positivo

Finte os pensamentos negativos. Seja positivo! A forma positiva de ver a vida e as pessoas afasta os sentimentos de solidão e de depressão. E ao contrário de afastar pessoas, atrai-as para si.

4 – Tenha planos futuros

Planos e ações ocupam a mente para que não pense na solidão. Mas não faça disso a única opção, pois quando der por si o tempo passou e está sozinho. Lembre-se de que tudo na vida tem de ser moderado.

5 – Animais de estimação

Este é um dos melhores meios para combater a solidão. Animais de estimação, principalmente os que interagem connosco, são ótimas companhias, combatem a solidão e distraem-nos.

6 – Não confunda um sentimento momentâneo com a realidade

A solidão é momentânea. Não faça disso uma realidade permanente para não se afundar na solidão por um tempo maior.

7 – Não isolar-se

A vontade de se isolar como consequência da solidão é comum, mas pode ser perigosa. nesses momentos, o melhor é procurar um familiar ou um amigo com quem se sinta à-vontade para desabafar.

8 – Seja ouvinte

Mostre-se participativo. Ouça mais e fale menos e conquistará a sua roda de amigos. Muito cuidado com o egocentrismo, que afasta as pessoas.

9 – Elogie, não critique

Não menospreze nem julgue as pessoas. Para opinarmos, temos de procurar o conhecimento pleno sobre o assunto. Caso contrário, caímos em descrédito e sofremos sentimentos negativos. Todos gostam de elogios, mas se tiver de criticar saiba fazê-lo de forma suave e racional. Ninguém gosta de receber críticas.

10 – Procure um psicólogo

Caso a solidão esteja a transformar-se em depressão, procure a ajuda de um profissional. Um psicólogo poderá ajudar e ser um amigo para tirá-lo da solidão.

Veja os sintomas mais comuns da doença

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Como o ditado diz “não olhe a árvore, olhe a floresta”, o neurologista Leandro Teles explica em seu novo livro, Depressão não é fraqueza (Editora Alaúde) que o diagnóstico da depressão é feito através da identificação de um conjunto de sintomas e sinais, além de compreende-los dentro de um contexto único.

 Vale ressaltar que os sintomas listados abaixo, isolados, não definem a doença. E, caso se identifique com uma grande maioria, procure um médico especialista.

O neurologista separar os principais sintomas em três grandes grupos, confira:

Sintomas psíquicos

Os mais famosos e importantes. São o carro-chefe do diagnóstico e compõem um conjunto praticamente obrigatório de alterações para pensarmos em um quadro de depressão. Entre eles, estão:

- Tristeza patológica (humor depressivo)

- Dificuldade de sentir prazer (anedonia)

- Pessimismo e desesperança

- Baixa autoestima

- Sentimento de culpa

- Angústia e ansiedade

Sintomas físicos

Um cérebro adoecido pela depressão deixa de cuidar adequadamente do corpo que o abriga, gerencia mal as funções vitais e se desapega do árduo trabalho de organizar a complexa máquina vital. São sintomas físicos comuns e característicos:

- Distúrbios de sono

- Fadiga e Indisposição

- Distúrbios do apetite (podendo alterar o peso)

- Problemas sexuais

- Dores de cabeça e musculares

- Problemas gastrointestinais

Sintomas cognitivos

Sintomas relacionados com a performance do comportamento, da administração da informação e da tomada de decisões. O cérebro mais lento e a falta de engajamento levam a uma série de sintomas, como:

- Falta de atenção

- Esquecimento

- Falta de criatividade

- Falta de curiosidade

- Dificuldade em tomar decisões

Por fim, Dr. Leandro Teles reforça “Não quero que ninguém seja capaz de diagnosticar depressão em si ou no outro a partir desse conhecimento – até porque isso é trabalho do médico e do psicólogo -, mas é fundamental que o leigo tenha a capacidade de desconfiar que algo não anda bem, que existe um processo de adoecimento em curso. Com isso, damos o próximo passo: buscar a ajuda e o diagnóstico diferencial. Com o desconfiômetro ligado, somos uma sociedade mais forte e mais solidária”.

Há alguns dias a Associação Americana de Psiquiatria (APA) lançou a quinta versão do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, identificado como DSM-5. E ao reduzir o número de sintomas necessários para que se estabeleça o diagnóstico de transtornos, o Manual identificou um número maior de doenças, com consequente aumento nas alternativas para tratamento.

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Entre essas “novas” doenças, o Transtorno de Compulsão Alimentar Periódica (TCAP), é uma das que exigem atenção, dos médicos e da sociedade. E não apenas devido ao risco de ser confundida com o irresistível desejo sazonal de se alimentar mais em alguns períodos (por exemplo, no inverno), que é absolutamente natural. Mas, principalmente, devido às informações contidas no Panorama da Segurança Alimentar e Nutricional na América Latina e Caribe, divulgado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). O documento aponta que o mundo concentra dois bilhões de pessoas acima do peso, e mais de 670 milhões consideradas obesas. E nesse horizonte, o Brasil figura entre os 10 países líderes em obesidade, com 20,8% da sua população inserida na categoria. Ou seja, 44 milhões de brasileiros.

Compreender as possíveis correlações - nem sempre diretas ou evidenciadas - entre a “epidemia” de obesidade revelada pelo relatório da FAO, e o diagnóstico de TCAP estabelecido pelo DSM-5, exige reflexão e monitoramento. Para diagnosticar o TCAP é necessário confirmar episódios de superalimentação bem definidos e em períodos determinados - entre 20 minutos e duas horas, em média - em que o indivíduo devora, de modo descontrolado, uma quantidade de alimentos muito superior ao que seria o indicado para ele. E isso, segundo descrito no DSM-5, com frequência de ao menos uma vez por semana, e durante três ou mais meses. Na prática, um modelo de comportamento que tende a “compensar”, através da alimentação, a necessidade de aliviar ansiedades ou angústias geradas por crises emocionais. Já no estudo da FAO, ficou evidenciado que a obesidade é um problema urbano e muito associado às características econômicas, física e evidentemente emocionais, presentes nas metrópoles.

Desse modo, a exposição de pessoas em ambientes e situações potencialmente disruptivas - como os que caracterizaram a maior parte das grandes cidades brasileiras, e de países como México (32,4% de obesos) e Estados Unidos (38,2%), nos últimos 20 anos; em associação com alimentação errada - sobrecarregada por carboidratos, açucares refinados e itens processados, fartamente disponíveis nas cidades; estabeleceram-se cada vez mais como fatores estimulantes e combinados, para o desenvolvimento do TCAP. E, em algumas situações, de obesidade, em crianças, jovens e adultos.

O tratamento do Transtorno pode ser abordado sob diferentes estratégias, e exigir ou não, o uso de medicamentos - tais como estabilizadores de humor, antidepressivos e outros - conforme a condição emocional e biológica de cada indivíduo. Contudo, ele obrigatoriamente estará associado a psicoterapia psicodinâmica ou cognitivo-comportamental, e abordará a relação das representações mentais do ato de alimentar-se, e o comportamento do paciente perante a comida, o ambiente e situações em que ele está inserido. E será indispensável haver o acompanhamento de um nutricionista, que também considere o significado emocional do mencionado “ataque” aos alimentos. Modelo que, em muitos casos, é bastante similar aos protocolos dedicados ao tratamento das pessoas que desejam superar a condição de obesidade.

Episódios ocasionais de grande apetite, não devem representar motivo para preocupação exagerada, e menos ainda para o auto-diagnóstico. Entretanto, se houver frequência e prevalência desses momentos de descontrole (semanalmente, por mais de três meses...), não raro com notório ganho de peso; a iniciativa de procurar um médico antes que surjam mais sintomas e comorbidades, certamente será a opção mais saudável.


Prof. Dr. José Toufic Thomé é Médico pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Psiquiatra e Psicoterapeuta Psicodinâmico especialista em situações de crises e transtornos da contemporaneidade. Presidente da Unidade Brasil da Rede Ibero-Americana de Ecobioética - Cátedra UNESCO de Bioética. Presidente da Secção Psiquiatria em Crises e Desastres da Associação Mundial de Psiquiatria (WPA na sigla em inglês). Coordenador e Professor do Curso Psicoterapia e Intervenções em Crises no Instituto Sedes Sapientiae de SP.

A síndrome de burnout foi reconhecida pela Organização Mundial da Saúde como uma das doenças mentais ligadas ao trabalho e com relação direta ao desemprego e afastamento do trabalho.

O Burnout de forma simples é o esgotamento profissional, caracterizado por um estado de tensão emocional e estresse por condições de trabalho desgastantes. A síndrome acomete principalmente profissionais que se cobram de maneira excessiva e lidam com pressão e relações interpessoais de forma mais intensa no dia a dia.

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O burnout é uma sensação de esgotamento físico e emocional que pode gerar comportamentos que podem prejudicar tanto a vida profissional quanto a vida pessoal de um indivíduo. Podendo levar a faltas no trabalho, falta de apetite sexual, baixa autoestima, pessimismo, ansiedade, irritabilidade, dificuldade de concentração e até mesmo a depressão.

Como identificar, prevenir e tratar o burnout?

Provavelmente você já ouviu a história bíblica da luta entre Davi e Golias, onde Davi que era baixinho teve de enfrentar Golias um guerreiro gigante e treinado de aproximadamente três metros de altura. A questão é que se Golias tivesse sido derrotado quando bebê, ele não teria sido treinado como guerreiro ainda e teria menos de um metro de altura, e o mesmo vale para o burnout, o ideal é não esperar que a síndrome se agrave e chegue a se tornar um “gigante treinado”.

Então vamos listar algumas perguntas a se considerar que podem ajudar a identificar o burnout, e a seguir algumas ideias de como lidar com ele: 

Você pode dar uma nota de 1 a 3 pontos para cada uma destas perguntas, sendo 1 = sim , 2 = parcialmente, 3 = não  

  1. Se sente extremamente ocupado e pouco produtivo na rotina do dia a dia, como se tivesse mais trabalho do que é capaz de realizar se sentindo esgotado com isso?
  2. Se sente pessimista e desanimado?
  3. Como válvula de escape tem recorrido a medicamentos e outras drogas com frequência?
  4. Se sente frustrado com a realização do seu trabalho atual, considerando seu desempenho insatisfatório?
  5. Sente estar realizando tarefas incompatíveis com seus princípios e valores?
  6. Você fica irritado com pequenos problemas ou com pessoas no trabalho?
  7. Você se sente sem energia tanto física quanto emocional em seu dia a dia?
  8. Sente ter perdido sua disposição e o seu desejo sexual?
  9. Sente-se sobrecarregado e desmotivado mesmo quando não está trabalhando?
  10. Tem se isolado e se afastado de amigos e familiares?

12 pontos

Parabéns, as chances são que você está em dia com sua inteligência emocional, sabe definir prioridades, delega tarefas e tem estabelecido metas de forma mais realista e sistêmica.

Entre 13 a 22 pontos

Converse mais com amigos e familiares, procure definir prioridades com mais clareza evitando levar trabalho para casa, é normal que sempre exista algum trabalho para se realizar, uma sugestão é se concentrar em cada tarefa de uma vez, e não querer fazer todas as tarefas do mês em um único dia, lembre-se que se ocupar não é produzir, e muitas vezes tirar um tempo para fazer atividades físicas, conversar com amigos, e cuidar da família, pode te fazer sentir-se mais produtivo do que ficar pensando em um monte de tarefas que devem ser feitas em momentos em que estas tarefas não serão realizadas. Tire um dia durante a semana para planejar suas principais tarefas, não para um único dia, mas para o decorrer da semana, do mês ou mesmo do trimestre, um dos maiores fatores que levam ao estresse é querer realizar todo o trabalho do mundo de uma única vez todos os dias em um ciclo sem fim, isso acaba gerando mais estresse e sentimento de improdutividade. Procure também planejar sempre com uma sobra de tempo, por exemplo, se tem uma tarefa que imagina levar 1 hora para ser realizada, separe pelo menos entre 2 horas a 1 hora e meia para realização desta tarefa, isso pode ajudar a lidar com imprevistos e ter mais tempo para realizar tarefas não planejadas que podem aparecer no dia a dia. Lembre-se também de dedicar tempo para outras áreas de sua vida além do trabalho. Cuidar da vida pessoal pode refletir também na vida profissional, seja investir tempo para seu lazer, filhos, conjugue, outros familiares, cuidar da própria saúde, amigos, tempo para si mesmo durante o dia e etc. Estar bem com sigo mesmo faz toda a diferença para se sentir bem no trabalho que realiza.  

23 pontos ou mais:

Cuide mais de você, procure conversar com um profissional da saúde, seja um psicólogo, seja um médico, procure identificar com clareza os momentos que mais se sente esgotado, e as possíveis causas deste sentimento, e quais novos comportamentos pode passar a adotar, principalmente nas situações que tem identificado como limitantes, para desenvolver estratégias mais assertivas de comportamentos a partir de então.  

Este teste tem o intuito de contribuir, mas não substitui o diagnostico e avaliação de um profissional da saúde, então se sentir estar enfrentando a síndrome de burnout é sempre importante procurar ajuda de um profissional.  

Dicas que podem ajudar na prevenção e tratamento:  

  • Cuide de seu sono

Dormir entre 6 a 8 horas por dia podem ajudar!

  • Se relacione

Somos seres sociais, e se conectar com bons amigos e familiares faz toda a diferença para o bem estar emocional.

  • Pratique meditação

A meditação ajuda a promover neurogênese e é uma poderosa aliada ao combate do estresse além de trazer uma série de benefícios.

  • Atividades físicas

Corpo e mente são um só sistema, ao fazer atividades físicas além de aumentar o nível de disposição, liberamos dopamina e temos uma série de outros benefícios.

  • Cuide de sua alimentação

Muitas vezes ter uma dieta pobre de nutrientes, comer muito fast food e comer de pressa sem prestar atenção na comida pode agravar ainda mais o estresse e o burnout, e por outro lado, cuidar da alimentação, e até mesmo tirar um tempo para comer alimentos mais saudáveis e aproveitar de forma mais despreocupada, seja o almoço, o jantar, ou mesmo o lanche da tarde, pode trazer benefícios consideráveis para o tratamento.

  • Invista em autoconhecimento

Participe de treinamentos e cursos relacionados a gestão de tempo, qualidade de vida, inteligência emocional, hipnose transformacional ou qualquer outro tipo de treinamento que possa promover benefícios para o seu próprio desenvolvimento. Como Benjamin Franklin já dizia: “Investir em autoconhecimento sempre rende os melhores juros.”


Romanni Souza é hipnoterapeuta e psicólogo

À primeira vista o título soa estranho, no mínimo curioso. Pensar que a depressão, considerada a doença do milênio, possa ser algum tipo de solução na vida de alguém parece algo absurdo. Será mesmo?

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O que me levou a escrever essa breve reflexão foi o caso do Miguel (nome fictício). Com 55 anos, ele se sentia infeliz no casamento e no trabalho, dizia que sua vida não tinha mais sentido. Passadas algumas sessões no consultório de minha antiga professora, Miguel foi se dando conta de seus padrões mentais e dos problemas que criou para si mesmo. Aos poucos, começou a enxergar uma luz no fim do túnel.

Depois de anos a fio como único provedor da família, estava cansado e desanimado, sentia-se sem reconhecimento. Sua principal queixa era “me sinto sugado em casa... eu tenho que resolver tudo”. Em decorrência de seu estado de saúde, acabou perdendo um dos empregos. Isso causou mudanças no padrão de vida do qual sua família estava acostumada a usufruir. As queixas e reclamações em casa só aumentavam. De certa forma, Miguel compreendeu que ele próprio havia contribuído para que sua esposa e filhos fossem ficando dependentes, acomodados e egoístas. E agora, diante de uma conjuntura que exigia deles uma mudança de comportamento, eles não estavam nem um pouco dispostos a ajudá-lo. Em vez de todos contribuírem com algum sacrifício, buscar um trabalho e ajudar nas despesas, o pressionavam para que buscasse ajuda e, assim, tudo voltasse a ser como antes....

Sua mulher era graduada em administração, mas nunca havia trabalhado na área. Ainda antes de se formar, eles se casaram. Os dois empregos de Miguel e seu bom rendimento permitiram que sua esposa pudesse ficar em casa e cuidar dos dois filhos do casal.

Após quase 20 anos de casamento, com os filhos crescidos, um fazendo faculdade e outro terminando o ensino médio, a vida deles se resumia a uma agenda de “tocar os estudos aos trancos e barrancos”, sair com os amigos e curtir, sem se preocupar. Mas quando a mesada foi retirada, a revolta foi grande... Miguel se ressentia da atitude mimada de seus filhos e se culpava por isso.

No curso de seu tratamento terapêutico, Miguel foi se dando conta de que parte da solução do problema ele já tinha. Após meses de consultas e ainda se sentindo deprimido, ele se deu conta de que a mudança não poderia partir somente dele, mas deveria envolver a dinâmica das relações de sua família. No entanto, essa não era uma perspectiva compartilhada.  As queixas agora se somavam a ameaças da esposa: “se você não melhorar vou morar com minha mãe e levar os meninos junto. Minha família sempre teve boas condições.” Essa “insensibilidade” da esposa decorria de um casamento idealizado, que não existia mais.

Após quase um ano de tratamento, ele continua se sentindo deprimido, mas estranhamente feliz. Sua esposa foi morar com sua sogra e levou os filhos junto. Parte da venda da casa permitiu a Miguel comprar um pequeno apartamento. Com mais tempo, agora com apenas um emprego e se sentindo mais leve, passou a visitar com mais frequência sua mãe e irmãos. Em sua última consulta, disse que queria retomar as amizades deixadas para trás e quem sabe encontrar uma namorada, talvez um namorado, e riu muito das próprias palavras...

Prof. Everson Araujo Nauroski é filósofo clínico, doutor em sociologia pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e coordenador do Curso de Sociologia do Centro Universitário Internacional Uninter.

Contemporaneamente, o fenômeno do suicídio tem registrado um aumento sem precedentes. Estudos da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicaram que em 2018 ocorreu um suicídio a cada 40 segundos, totalizando mais de um milhão de registros em todo mundo. A faixa etária mais atingida é a de jovens entre 15 e 29 anos de idade. Mesmo entre crianças e adolescentes dos 10 aos 14 anos, o suicídio é a sétima causa de morte.

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O relatório da OMS indicou que entre os anos de 2007 e 2016 quase 110 mil pessoas tiraram a própria vida no Brasil. Se as tentativas de suicídio (nem sempre registradas) fossem somadas a esses dados, os números seriam ainda mais assustadores. A maioria dos estudos tem apontado transtornos de ordem psicológica entre as principais causas dessa tragédia mundial.

No entanto, penso que seja oportuno resgatar a contribuição de Émile Durkheim, fundador da sociologia, que na virada do século 19 para o 20 analisou esse fenômeno e concluiu que as causas de fundo do suicídio são de ordem social.  Ou seja, o indivíduo que decide tirar a própria vida o faz principalmente a partir de uma conjuntura que o afeta profundamente em sua psique.

Para explicar sua teoria, Durkheim classificava o suicídio em três modalidades. A primeira seria o suicídio egoísta, no qual o indivíduo não vê mais sentido em sua vida em face de uma realidade social com a qual não se identifica e nem se sente integrado. A segunda modalidade é o suicídio altruísta, no qual o ato de tirar a própria vida tem um sentido simbólico, quando o gesto se conecta com alguma ideia ou crença “superior”, a exemplo dos pilotos kamikazes japoneses ou dos homens-bomba. Existe ainda, segundo Durkhein, o suicídio anômico, ou seja, que ocorre em uma situação de desagregação social que pode ser provocada por tragédias naturais (tsunamis, terremotos), guerras, ou ainda por uma crise econômica aguda com altos índices de desemprego.  

É sobre esse último tipo de suicídio que quero chamar a atenção. Considerando que vivemos numa sociedade mercantilizada, em que temos que pagar por praticamente tudo, a condição de estar desempregado pode provocar um processo em quatro tipos de morte. A primeira, eu chamo de morte econômica. Sem emprego e renda, depois de um tempo a caridade da família e amigos (quando se tem) pode acabar, ou ser humilhante demais.

Já a morte econômica significa a restrição ao consumo. Ir ao cinema, passear, fazer um lanche fora de casa, comprar um presente para alguém e outras situações simples da vida são negadas a quem não tem dinheiro. As restrições da ordem econômica afetam também o convívio, a vida social e o ir e vir. Eis a morte social à espreita.

O resultado dessa dinâmica perversa de limitações e restrições no plano da sociabilidade humana é a morte psicológica, muitas vezes a se manifestar como depressão, angústia e sofrimento. A vida vai ficando embotada, perdendo o sentido. Para algumas pessoas, a sensação de fracasso e culpa pode se tornar insuportável. Na fase final desse processo podemos ter o desfecho definitivo, a quarta morte. Aquela possibilidade funesta que encerra todas as outras possibilidades, o projeto que encerra todos os outros projetos.  

Esse processo pode ser variável e pode não acontecer dependendo das capacidades de cada pessoa, de sua força interior ou resiliência. No entanto, o que nos causa profunda revolta é que a vida de muitas pessoas, principalmente as mais vulneráveis, não precisaria ser um expediente brutal de sobrevivência ou de sofrimento e frustração se tivéssemos uma sociedade (governos e sociedade civil) preocupada com o bem-estar de todas as pessoas.

Prof. Everson Araujo Nauroski é filósofo clínico, doutor em sociologia pela UFPR e coordenador do Curso de Sociologia do Centro Universitário Internacional Uninter.

Uma sucessão de acontecimentos trágicos nos últimos dias colocou os brasileiros diante de um sofrimento coletivo, uma mistura de indignação, frustração, angústia, desânimo. Afinal, grandes tragédias suscitam umas das emoções mais básicas do ser humano: a tristeza, que pode nascer de um sentimento de perda por algo que não se pode ser substituir.

Desde muito cedo, somos estimulados a buscar a felicidade. De forma incessante. Evita-se a todo custo a tristeza, não se fala sobre ela, como se essa emoção fosse um monstro à espreita, dissociada da vida humana, distante de nosso dia a dia.

É claro que todos queremos viver uma vida alegre, mas é preciso entender que todas as emoções ensinam algo. Aprender a lidar com elas, sejam agradáveis ou desagradáveis, é fundamental para que as pessoas possam se desenvolver de maneira saudável. Em situações de perda, a tristeza ajuda a compreender o que é realmente importante em nossas vidas, pois fortalece os laços afetivos entre os que ficam.

O sofrimento é condição indissociável do ser humano e pode ajudar no desenvolvimento de habilidades como resiliência e autocontrole. É desejável, é normal, é necessário viver o luto pela morte de uma pessoa querida ou chatear-se por conta de um desastre. Apesar de tristes, essas situações nos ajudam a pensar nas relações humanas que queremos construir.

Tragédias de grandes proporções também podem provocar raiva, emoção que está associada à percepção de injustiça. É o que ocorre no caso das vítimas de Brumadinho ou dos meninos do time de base do Flamengo. No entanto, é possível torná-la positiva, se canalizamos esse sentimento para evitar que novos episódios como esses se repitam. É preciso que a raiva combata as causas que a geraram. 

O mais importante de tudo é compreender os sentimentos. Quando não racionalizamos a tristeza ou outras emoções desagradáveis, elas podem se transformar em “sombras”, que se refletem nas relações humanas e que desencadeiam até sintomas físicos. Falar sobre a tristeza, elaborando-a internamente, pode ser um passo importante para detectar doenças sérias, como a depressão.

A aprendizagem socioemocional é um instrumento poderoso nessa jornada de autoconhecimento. Precisamos entender que sentir emoções, todas elas, é o que nos torna, essencialmente, humanos.

Celso Lopes de Souza é médico psiquiatra, professor e fundador do Programa Semente, metodologia que promove o desenvolvimento da aprendizagem socioemocional em crianças e adolescentes.

Ao longo dos tempos a fé é associada à crença religiosa e aos dogmas de cada religião, o que, inevitavelmente, leva ao afastamento entre os seus adeptos, porque cada qual defende que seus dogmas estão corretos.

Porém, a fé é muito mais forte do que um mero sentimento religioso, porquanto é um sentimento inato de cada pessoa. O Evangelho Segundo o Espiritismo diz que “A fé é o sentimento inato, no homem, de sua destinação futura; é a consciência que tem das faculdades imensas, cujo germe foi depositado nele, primeiro em estado latente, e que deve fazer eclodir e crescer por sua vontade ativa” (Mensagem de um Espírito Protetor, Allan Kardec, p. 189).

A fé deve ser racionada, pois dela depende o desenvolvimento de cada pessoa. Compreender esse conceito implica no encarar as situações socioemocionais do cotidiano de forma mais ampla, livre dos dogmas religiosos.

A vida é repleta de lindas histórias, mas, muitas vezes, nos deparamos com pessoas que valorizam aquilo que, no seu entendimento, não aconteceu na forma com esperam que fosse, esquecendo-se de avaliar que vivemos num mundo de provas e expiações e que as dificuldades as afastam do estado de inércia em que permanecem proporcionando-lhes, ao mesmo tempo, oportunidades para que possam trabalhar a melhoria das suas atuais condições de vida.

Pode-se dizer que a vida se assemelha a uma corrida de obstáculos que tem o poder de impulsionar o progresso humano, pois somos instados a superar os desafios. Toda situação da vida deve ser entendida como um teste que pode nos levar a dar mais um passo em direção à evolução espiritual.

Ante as dificuldades e contrariedades do dia-a-dia devemos exercitar a fé racionada, valorizar as experiências adquiridas e delas procurar extrair as verdadeiras consequências, as quais, não raro, somente podem ser mensuradas no futuro.

A mudança na forma de encarar as inquietações da vida resulta em outra ordem de ideias e, sem dúvida, o bem frutifica onde menos se espera. Aquilo que encaramos como um problema, uma tristeza, enfim, uma decepção, no final, com o passar do tempo, percebemos que, verdadeiramente, foi o fator que nos impulsionou para uma situação melhor. Lembramos, “o progresso é uma condição da natureza humana, ninguém tem o poder se opor a ele. É uma força viva que as más leis podem retardar, mas não asfixiar” (Allan Kardec, O Livro dos Espíritos, perg.783.).

Como os dias de maior dificuldade nos oferecem as grandes lições, nós devemos nos esforçar intimamente para aproveitar desse aprendizado da melhor maneira possível. 

Assim, em qualquer situação, mas, sobretudo nos momentos de aflição, cultivemos a fé e a paciência, mantendo-nos firmes na esperança e na certeza de que “depois da tempestade vem a bonança” (Salmo 126).

Paulo Eduardo de Barros Fonseca é vice-presidente do Conselho Curador da Fundação Arnaldo Vieira de Carvalho, mantenedora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

A discussão que rodeia o cotidiano da sociedade hoje, se detém ao acesso à posse de arma de fogo, que durante 15 anos provocou diversos debates sociais. Após a posse do novo presidente Jair Bolsonaro, em apenas alguns dias houve um desfecho para essa discussão.


Dr. Bruno Nazar, psiquatra

Assinado dia 15 de janeiro de 2019, o decreto que permite aos cidadãos manter arma de fogo em casa. A partir da tomada dessa decisão de flexibilização do acesso a armas de fogo, o problema passou a refletir no psicológico das pessoas, de forma mais profunda, gerando pânico e abrindo um leque maior para discussão. Levando em consideração que a cada 14 minutos, uma pessoa morre por arma de fogo, sendo parte delas o suicídio - ainda um debate de grande tabu em nossa sociedade. 

“Aproximadamente 800 mil pessoas cometem o suicídio em todo o mundo e pela sua alta frequência, ele é considerado um problema de saúde pública. A Organização Mundial de Saúde calcula que, ao redor do mundo, uma pessoa se suicide a cada 40 segundos. Entre jovens de 15-24 anos o problema é tão grave que o suicídio é uma das três principais causas de morte nesta faixa etária. Um ponto trágico nesta realidade é que esta é considerada uma causa de morte previsível”, afirma  Bruno Palazzo Nazar, médico psiquiatra.

“Nem toda pessoa que tenta o suicídio está deprimida e planejando a própria morte, por vezes, a tentativa de se matar se dá num impulso para tentar acabar com uma sensação de pânico, de desespero ou uma dor psicológica que se tornou insuportável, chamada de psychache”, completa Dr. Bruno Nazar.  Os casos de suicídio impulsivos associados à uma arma de fogo podem provocar sequelas físicas mais graves do que por outros métodos, além de  levar à morte com mais frequência. Pesquisadores da universidade de Harvard frisam que nos Estados Unidos, o risco de uma pessoa se matar é três vezes maior nos lares de famílias onde há uma arma de fogo. Além disso, nestes casos, a arma da família é utilizada em 75% dos suicídios completados, enquanto que apenas 20% das tentativas não completadas de suicídio utilizaram armas.

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