DA FRANÇA PARA O MUNDO : VIAJANDO PELO INTERIOR DA FRANÇA, DA NORMANDIA AO PERIGORD E A BORGONHA!

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Musique, maestro:

Cliquez d'abord sur la note qui suit:

Antes de deixar Paris e rumar para a Normandia, nos verdejantes dias de junho vale a pena assitir às fontes do Trocadero: Paris é uma festa.

Informações úteis para chegar na Tour Eiffel:

Estação de Metrô: BIR HAKEIM ou TROCADERO
Aberto de 9h30 às 23h - Construída para a exposição Universal de 1889, a Torre mede 317,96m e pesa 10.100 toneladas, tornando-se conhecida em todo o mundo pela bela vista que oferece.
OBS: Neste passeio pode-se conhecer também os Campos de Marte e a Fachada da Ecole Militaire (Onde estudou o Imperador Napoleão I) e o Palais de Chaillot (Abriga o Teatro Nacional, Museu da Marinha e o Museu do Homem e também se tem o panorama perfeito dos Jardins e Fontes do Trocadéro e do Sena).

Foto por LUIZ ZATAR, direitos reservados

Eis uma das mais belas fotos que consegui registrar do alto das escadarias :

Para quem sai de Paris e sobe para a Normandia, vai passar por Giverny, ou optar por visitar o Palácio de Chantilly , o mesmo que foi fechado para nosso jogador Ronaldindo e Cicarelli se casarem. Lá se originou a receita do famoso creme batido. Lá você pode caminhar pelos seus jardins maravilhosos onde, no “moinho” pode sentar numa das mesinhas e provar a receita secular, só que você fica cercado de um bando de patos que ali brigam por comida ( Oh, sim, os patinhos ainda virarão patê, confit de canard ), além disso, a normanda Tarte Tatin, famosa sobremesa tão pedida nos bistrôs tem uma lenda que conto ao final desta coluna.

Prosseguindo vamos parar na cidade de Rouen ,( Uma cidade medieval com portais, torres com relógios desenhados, pequenos restaurantes cheios de charme ) a paisagem da Normandia é cheia de pomares de maçã. A sidra é tão deliciosa e forte que depois de aberta e reposta a rolha, de tanto sacudir no banco de trás do Peugeot que alugamos, abriu sozinha nos dando um banho e molhando todo o carro. Qualquer pâtisserie oferece a sua torta de maçãs normanda, existe o conhaque e o vinho de Pera, o poiré. Portanto, Vive la France!

Lá tem uma ponte que é uma famosa obra da engenharia moderna, a Ponte Pégasus... tudo isto para chegarmos a Honfleur, cidadezinha onde saiu Nicolas Durand de Villegagnon que aportou em terras brasileiras.

A PONTE PEGASUS, UMA GRANDE OBRA DA ENGENHARIA

Honfleur foi um importante porto defensivo no séc XV. O vieux bassin ( antiga doca ) domina o centro histórico com seus prédios de quatro e seis andares, datados do séc. XVII. Somente no séc. XIX Honfleur através de artistas como Cézanne , Renoir , Pisarro , Coubert , Sisley e Eugène Boudin, nascido na cidade em 1824, trouxeram fama e transformaram o local num núcleo de arte. Eles se reuniam na ferme St. Siméon ( hoje um hotel de luxo ) como qualquer outro hotel daquela cidade extremamente cara, deviam pendurar enormes cifrões em cada porta, mas agora a linguagem deles é o Euro (convido-os a passar uma noite no Le Cheval Blanc, um dos hotéis de charme.) Já que em Honfleur é para a nata de uma sociedade que ganha dinheiro ás custas da memória dos pintores do passado, nem sempre tão ricos ou tão pobres, hoje em dois grandes armazens construídos em 1670 para estocar sal, os novos pintores exibem suas obras (Greniers à Sel ) Aconselho qualquer brasileiro classe média a comprar um postal ( todos a 1 ou 2 euros ) ou um pôster do local e colocar na sala, in memorian a falta de recursos dos nossos parcos cruzeiros que sangram em nossas contas bancárias e que a cada ano parecem minguar – não sei seja viram a quantidade de brasileiros ex-classe média, ex-frequentadores de restaurantes, ex- patriados de seus sonhos e dos salários que são arrancados para cobrir o cheque especial, os impostos sobre o direito de respirar ou para comprar uma prótese para o dedo do LULA; quem disse que não há retorno desses impostos extorsivos que existem até no quilo de arroz que se compra, no IPTU que se paga? O governo não usa o dinheiro mais na saúde e nas escolas públicas, nas estradas, mas ao menos usam para pagar 4.000 reais para cada preso, usam nosso dinheiro para pagar a quentinha dos bicheiros e desembargadores envolvidos com a máfia dos bingos, assim, só colocando um cd da Doris Day cantando April in Paris ou surtar de vez como Jack Nicholsen em O ILUMINADO...

Como bons súditos do Lula, resolvemos procurar uma chambre em algum lugar vizinho, e adentramos uma região de bosques, chamada St. Gatien du Bois . Éramos três, eu, Flávio e Sílvia Chiozzo.

Passamos a noite numa pousada que, do lado de fora parecia completamente abandonada, só dava para escutar o vento a varrera as folhas motas pelo chão, levantando tufos de eras que rolavam direto para um poço... Sim, caros amigos, ainda havia um poço enorme, daquele que nos contos de terror sabemos que alguém vai ser jogado lá dentro. Para completar o quadro, a casa, toda pintada de rosa, uma mansão que não sei designar um estilo, mas cuja entrada me lembrou aqueles frios quadriculados ( frios que a gente compra em delicatesse ou padarias) Pois a entrada da casa era toda quadricula, pintada de branco e roxo: a própria casa da bruxa dos calvados. E não havia nenhum carro de outros hóspedes por perto, parecia que éramos os únicos para o banquete daquela noite.

Quem queria ser o primeiro a bater na porta da família Monstro? Eu estava distraído tirando fotos do jardim, afinal, podia até mesmo encontrar um cadáver por ali, mas assim que Sílvia ou Flávio resolveram bater na porta escutaram passos vindo do interior... Eu me virei e vi um enorme braço preto saindo. Era uma senhora afro-francesa, digamos, com o porte de uma rainha.

Uma dama renascentista com uma cabeleira incrível disse que ainda haviam quartos e poderíamos passar a noite. Madame X perguntou se não queríamos entrar para beber alguma coisa, talvez um chá... Sílvia meio pálida pediu uma água, Flávio aconchegou-se na mesa de jantar, e pediu a Madame X que trouxesse logo um bule de água quente para a gente fazer um chá. Madame X ,como boa anfitriã não grunhiu e dirigiu-se para a porta, -Apenas água quente?- escutei-a perguntar.

Estávamos doidos para bisbilhotar aquela casa de filme saído de um dos episódios do Além da Imaginação. Nenhum de nós estávamos certos se iríamos sair correndo dali ou se era preferível ficar de uma vez.

Agora a noite se avizinhava e podíamos dar adeus a Honfleur, havíamos caído na cova do lobo, o jeito era tomar chá e relaxar mesmo que fosse naquela casa mal assombrada. Imaginei a Madame X chegando com a água quente num samovar, esperando que apenas nos servíssemos de saquinhos de chá, quando Sílvia e Flávio haviam aberto as sacolas e bagagens de mão, colocaram na mesa toda a comida que haviam comprado há dois dias, inclusive croissant , sacos de Madeleine e camembert , queijinhos de diversos sabor, com as chícaras viradas para cima esperando que Madame X voltasse com a água para o chá e se deparasse com sua mesa do café da manhã transformada em um pic-nic de turistas brasileiros. Só faltava mesmo uma torta Normanda.

Foi assim que impactada com aquele cenário festivo e miserável que Madame X chegou com a tal água quente e nos perguntou se voltaríamos para a cidade para jantar.

Aproveitamos aquele espaço de tempo para percorrer a casa estranhíssima da mulher igual a João e Maria, só que um dos três sempre parava diante de um objeto e falava: Olha só o biombo, veio da África!

Outro parava próximo ao lustre e examinava uma estátua de mármore, uma mesa dourada talvez à cata de algum guerreiro da Namíbia. Haviam relógios seculares, peças de museu.

Meus olhos recaíram para uma lareira com uma girafa ao lado ( se fosse empalhada eu teria virado as costas e ido embora ), quadros e tapetes que deviam valer fortunas e, em ambos os lados da escada, a escultura gigantesca de dois guerreiros africanos, um segurando uma lança afiada. Sílvia disse que depois de ver os guerreiros com lanças não iria conseguir dormir.

O nome do lugar era Saint.Gatien du Bois e a Madame X disse ser casada com um francês resolveu falar que havia vindo do Quênia, e que sempre voltava lá e era tratada como uma rainha. Depois do chá nos mostrou os quartos, Sílvia ficaria na torre ( he he ) e nós no quarto imperial que parecia os aposentos de Maria Antonieta.

O quarto de Sílvia Chiozzo ainda tinha uma clarabóia no teto onde ela poderia ver até as estrelas. Ela falou que estava vendo a lua quando teve medo de ver uma cara aparecer por ali.

Cada quarto tinha cores e jogos de cama diferentes.Fora o requinte a precos módicos, cercado de obras de arte, vi que das janelas do meu quarto davam para o tal poço e o terreno coberto por folhas, sem os carros ainda nas garagens como se há muito tempo ninguém tivesse pisado por lá. Havia um outro dado curioso: cada quarto tinha um armário na sua entrada e vimos que tal armário não se abria, porque na verdade podia ser uma porta falsa, ou feita para alguém abrir. Alguém no meio da noite poderia nos fazer uma visita.

Algumas tantas horas depois, escutamos barulhos vindo das escadas e batidas na porta. Era Sílvia Chiozzo completamente apavorada.

Ela nos contou que já estava na cama contando estrelas através da clarabóia, muito à vontade, já quase sem roupa quando viu que no teto havia uma luz vermelha bem na sua direção e pensou que aquilo só podia ser uma câmera, desceu até nosso quarto e ficamos conversando e olhando um mapa gigantesco estudando o difícil trajeto que tínhamos a fazer, para ir de Saint-Michel, a parada depois das cidades onde se deu o dia D, até chegáramos a Arromanches e do monte Saint-Michel partimos para Saint Malot , a cidade corsária ( que uma vez foi governada por piratas! ). Depois atravessaríamos Le Mans , Tours , ( onde bem próximo de Poitiers existe um parque temático dedicado ao Cinema chamado Futuroscope .

Como na EPCOT ou na Disney, Futuroscope apresenta vários pavilhões homenageando a sétima arte, com atrações as mais inovadoras. Imperdível.

Em Futuroscope você viaja nas asas de borboletas, se deixa encantar pela magia do cinema e dos fantásticos simuladores. É melhor que a Disneylândia de Paris. De lá se chega a Limoges , cidade conhecida por sua produção de porcelanas, pratos... e como chegaríamos a Sarlat la Caneda , que possui a maior concentração de fachadas medievais, renascentistas e do séc. XVII e tem um dos melhores mercados do país.

Há um grande mercado em sua igreja, com portões de ferro, à esquerda na foto, onde vendem de tudo, até bombons de receita da idade média que nada tem de parecido com os chocolates cremosos dos nossos dias aos deliciosos bolinhos fritos. E as nozes, castanhas, amêndoas, as trufas e os patês, o fois gras...

 As criações de Patos no Perigord. Ao longe, castelos nas rochas.

Fica no coração do Perigórd, Seus produtos típicos são o fois gras e as nozes. Outras especialidades locais são as trufas negras e os diversos tipos de cogumelos selvagens.O prato mais conhecido da região é o Cassoulet, que eu recomendo a todos.

É nessa região deliciosa que atravessando suas estradas de carro vemos os girassóis pelas estradas e as abadias ao longe. Passamos pelas cavernas de Lascaux, em Montignac . Você compra ingressos para descer até uma caverna onde alces e bisões, cavalos, teriam sido pintados por homens da pré-história. Um guia iria nos conduzir e a sensação que você tem é que está sendo enganado, quando Sílvia olha para mim e fala:

- Zatar, olha para o chão. Você já viu caverna forrada por borracha preta, a mesma que usamos nos banheiros para não escorregar?

A verdadeira caverna está fechada desde 1963, devido ao perigo da deterioração das pinturas. Até o ar pode danificar aquelas imagens gravadas pelos homens da pré-história.

A caverna original de Lascaux, foi encontrada por dois meninos e seu cão de nome Robot.

Depois de Lauscaux partiríamos para Rocamadour , uma cidade que com suas torres e muralhas medievais parece brotar da base de um rochedo. Rocamadour é um centro de perigrinação e todos tem que deixar o carro num estacionamento e serem levados de trenzinho para dentro da cidade.

Voltando atrás, na pousada misteriosa, hoje revejo as fotos tão cômicas e as brincadeiras que aprontamos. Todos voltaram para dormir em seus quartos e ninguém apareceu para matar ninguém.

O resto da noite correu tranqüila e no dia seguinte dissemos adeus a Madame X e aos seus guerreiros africanos partindo para Deauville-Trouville , cidades mais conhecidas pelo seu Cassino. Se você acompanhar as placas na estrada você verá que irá passar por Alberville e Houlgate, cidades com construções de aparência inglesa, sempre com muitos barcos e pequenos iates.

Partimos até Cabourg , continuando pela conhecida D 515 rumo a CAEN, quem desejar, passeie pela Cote Fleurie tomando a D 514, caminho que os levará até o maior cemitério na Cote de Nacre e a cidadezinha ( lindíssima ) de Cherbourg , onde filmaram OS GUARDACHUVAS DE CHERBOURG ( o ruim do filme é que todos cantam, não falam, do início ao fim e isso leva duas horas. Se te amarrarem na cadeira e taparem sua boca com um pano, você ainda agüenta assistir até o final, ainda podem espetar agulhas para te manterem acordado ). Voltemos a cidade de CAEN cujo marco principal é a Abbaye-aux-Hommes e a igreja St.-Pierre eregida no lado sul do castelo na margem do rio Orne.

A imponente Abbaye-aux-Hommes em CAEN.

Foi em meados do séc. XI que Caen serviu de residência para Guilherme o conquistador. Hoje, podemos constatar que dois terços de Caen foi destruída durante a Segunda Guerra Mundial.

Finalmente atingimos Bessin , um lugar cheio de bandeiras e uma enorme cruz que Charles De Gaulle inaugurou em homenagem aos mortos.

Arromanches e Omaha Beach , praias da Normandia onde se deram o desembarque dos aliados a 6 de junho de 1944 ainda deposita a todos que por ali percorrem a presença da morte muito presente. ( ocorreram em várias etapas e não foi somente um, ou numa praia em especial, foram vários e durante dias... mas 6 de junho marca o fim da ocupação nazista na França, e da ocupação sangrenta daquelas cidades que viram famílias serem metralhadas, outros tanto serem encurralados no prédio da biblioteca ou mortos em paredões... O prédio da tal biblioteca, todo perfurado de bala, hoje é um point de encontro de jovens punks com cabeleiras azuis e vermelhas, uniformes de couro preto e correntes no pescoço, piercing na língua, nas sobrancelhas, e, bem, o que podemos esperar? Leslie caron cantando Hi-Lili, Hi-Lo? O fantasma de Marlene Dietrich a cantar: Where have all the flowers gone?

Os exércitos aliados tiveram que subir por escarpas e aqueles que não morreram antes de chegar em terra, teriam que lutar contra os nazistas que já haviam dominado cidades inteiras da região. Milhares de corpos ficaram amontoados na areia e até hoje são encontrados crânios cravados de bala no fundo do mar.

Esta é a visão que temos de Arromanches.

Bayeux foi a primeira cidade a ser libertada pelos aliados em 1944. E serve de caminho para o Mont-Saint-Michel, aquele que é todo murado e que à noite a maré sobe e o transforma em uma ilha.

Outro aviso: existem excursões e apenas um dia que saem constantemente de Paris, por ônibus. É totalmente impossível ver um lugar como Saint-Michel e tão longe de Paris em apenas, digamos, 1 hora e meia.

Voltemos ao campo de batalha: Os locais te deixam perplexo e fascinado, pois ali uma parte da história do mundo foi escrita e a visão dos tanques de guerra ingleses evocam acontecimentos que são revividos no Cinema 360 graus. onde temos a chance de voltar no tempo e vermos a vida cotidiana dos moradores da região até a invasão nazista. Cenas que se mesclam ao desembarque dos aliados, aos bombardeios, a movimentação dos exércitos até aos dias atuais. Misturado a isto vemos rostos de crianças que assistiram a morte de seus pais; generais dando ordens para seus soldados feridos. O que impressiona é que nos faz ver que aquelas pessoas e todos aqueles acontecimentos poderia ter se dado conosco.

Tanto no cinema quanto ao vivo naquela região se encontram as marcas das explosões que abriram crateras no solo, obra das bombas lançadas pelos aviões aliados sobre as casamatas e abrigos subterrâneas da Gestapo . A sensação é que você está dentro do filme “À procura do soldado Ryan” de Steven Spielberg.

Há também o grande Museu do Desembarque, contando as armas usadas, uniformes, estratégias, etc.

Nossos aliados naquela época não tão remota foram as tropas americanas, britânicas e canadenses; as americanas tinham o nome de Utah e Omaha. ( Daí termos uma praia por lá conhecida como Omaha Beach ) Os britânicos chegaram em Arromanches com as tropas Gold e Sword, e apenas uma tropa canadense, a Juno, aportou pelas imediações. No final daquele dia D, os 135 mil homens que desembarcaram nas praias, 10 mil morreram ao findar do dia 6 de junho de 1944.

Havíamos passado o dia todo comendo bobagens por todas as cidades que passamos, Havíamos nos entupido de coca-cola, sacos de batatas fritas em formas de balõezinhos ( deveriam terem feito em forma de granadas), lembro que ao sairmos do museu do dia D, Sílvia, com fome e cansada falou: - Acho que vou pagar um lanche para vocês e dirigiu-se a uma mulher que vendia crepes na rua.

Tinha até um crepe cor da pele que uma mulher na praia jogava para o ar e pegava com o outro braço. E era peluda. Ela jogava a massa na chapa e com uma espátula, arremessava para o espaço e o crepe caía exatamente como uma toalha no seu braço. Depois ela continuava a preparar um novo enquanto fumava um gitane. Quando Sílvia viu aquele crepe grudado no braço da mulher ela me perguntou: - Zatar, você vai comer isso? Essa mulher não usa luvas, está toda suada. Olha só onde está o crepe, no braço dela, e ainda por cima é toda peluda!

Passamos de carro por campos de trigo, vimos enseadas, nomes de generais nas ruas e mais tanques e igrejas em ruínas. Em Avranches víamos pela praia os vestígios do porto que haviam criado para desembarcar os tanques de guerra...

- Não tem nenhum cd para colocar nesse carro?-Silvia perguntou.

Havia. Peguem esse link, abram, façam o download e viagem conosco:

 

DORIS DAY lyrics

 

Em algum ponto do Loire, entramos em Chinon para ver a Maison Rabelais, do escritor e padre da idade média, sua fazenda oculta seu esconderijo: uma enorme caverna com diversas passagens secretas onde o padre ia escrever e guardar seus vinhos. Autor de Gargãntua e Pantagruel, que exploravam lendas populares, farsas, romances, bem como obras clássicas.

Foi o caminho que encontramos para a mal sucedida visita ao castelo de Chenonceau . Estávamos os três curtindo a visita quando peço a Sílvia para tirar minha foto na sacada principal do castelo. Por mais de quinze minutos turistas passavam sem piedade, mesmo sabendo que eu esperava tirar uma foto. Quando houve uma folga, ela tentou tirar, mas uma infeliz jogou-se na minha frente, eu também não consegui evitar a fúria cega e tentei barrá-la com a mão fazendo-a evitar que passasse, afinal isso não era nenhuma ofensa, mas minha mão foi parar direto em seus peitos. Ou melhor, em um de seus peitos e ela achou que eu estivesse bastante interessado ou que fosse uma provocação.

Notaram a minha cara de raiva? Sílvia clicou 2 fotos, esta e uma antes que havia conseguido tirar. Mas o acidente de percurso já havia sido feito. E ela não falava francês nem inglês.

A mulher ficou em choque ou êxtase, e o marido dela que vinha logo atrás começou a falar numa língua que podia ser grego, árabe, mas que nenhum de nós conseguiu decifrar... A minha sorte é que ele era baixinho, talvez 1,40... Uma vez que não era minha intenção eu não conseguia me sentir culpado nem um pouquinho, e apesar dos hábitos estrangeiros serem outros, cada cultura com seu código de ética diferente – lembram quando contei sobre os bombons da loja em Paris que peguei as cinco caixas com as mãos? Devia pegar como? Mas apesar de Paris ser uma cidade com 60 milhões e turistas que circulam por lá provenientes de todas as partes do mundo, ainda assim a balconista me olhou feio e eu só remediei jogando as caixas de lado no balcão e mostrando a carteira com dinheiro. Lá também não pega bem, especialmente para mulheres acariciarem crianças de outra família, os franceses olham feio como se fosse assédio sexual. Felizmente eu jamais iria acariciar criancinha remelenta nenhuma, mas é uma dica importante para vocês. Só que não sejam tão cuidadosos com a moral e a ética do lugar, porque lá fora, na Espanha, vão enfrentar pessoas grosseiras, garçons que só faltarão arrebentar o balcão ao te servirem uma coca-cola, por isso, apenas esteja certo do que está fazendo e olhe aonde está pisando, porque existe muita bosta de cachorro nas ruas e disto e coisas mais importantes ninguém nunca cuida. Fico safado da vida quando alguém quer estragar o meu dia, não deixo. Mesmo que me mandem um balde d´ água fria, eu transformo em sopa. Mas como não estava sozinho e Sílvia disse que o homenzinho vinha nos perseguindo onde quer que fossemos, resolvemos entrar no quarto negro da rainha maníaca- depressiva que mandou pintar o quarto todo de preto e ainda enfeitou com algumas caveiras pintadas, perto de sua cama. Ficarmos escondidos no meio do grupo de turistas até a fera desaparecer.

Mais um mico preto para mim. Por isso, quando fizerem uma viagem, não se espantem, não esquentem, é quase certo que você ainda passará por micos assim ou piores... acredite, micos acontecem quando você menos espera.

A PLACE DU TERTRE TENDO AO FUNDO A SACRE-COUER.

Para quem deseja UM ROTEIRO BÁSICO EM PARIS clicquem em ANTERIORES na página inicial do jornal e escolham através da chamada de capa das últimas edições mais artigos sobre a França e Paris, com mais fotos, informações e detalhes:

Números Anteriores de turismo com luiz zatar SOMENTE SONBRE A FRANÇA E PARIS

Edição 64 - 20 a 27 de abril de 2007 – E O VENTO LEVOU MEUS EUROS: UMA VIAGEM PELA FRANÇA E POR HOLLYWOOD.-LUIZ ZATAR

 

Edição 63 - 13 a 20 de abril de 2007 – PARIS LA JOIE DE VIVRE: A ALEGRIA DE VIVER!-LUIZ ZATAR

 

Edição 62 - 6 a 13 de abril de 2007 – ETERNAMENTE PARIS-LUIZ ZATAR

 

Edição 61 - 30 de março a 6 de abril de 2007 – BADALOS E AGITOS NA PRINCIPAL CIDADE CULTURAL DO MUNDO-PARIS É UMA FESTA! ( ROTEIRO PARA OS APAIXONADOS EM PARIS ) LUIZ ZATAR

 

 

 

APRIL IN PARIS

CURIOSIDADES:

A LENDA DA TARTE ( TORTA ) TATIN:

Era uma vez duas irmãs, Caroline e Stephanie, que em 1888 herdaram de seu pai Jean TATIN o Hotel Restaurant Tatin, localizado em Sologne na cidade de Lamotte-Beuvron, em frente à estação ferroviária.

A região de Sologne é famosa por suas áreas de caça, Os caçadores são, em geral, gourmets exigentes e se reuniam no Hotel Tatin para apreciar as delícias culinárias das Demoiselles Tatin.

Conta a história que um dia Stephanie (ou será Caroline?) paquerava com um cliente muito galante, de repente, se lembrou que faltava fazer as sobremesas. Corre então para a cozinha e encontrando umas maçãs peladas joga-as num molde com açúcar e manteiga e coloca-as no forno, antes de voltar na sala para atender os clientes.

Logo o odor de caramelo perfumava o restaurante. Stephanie (ou será Caroline?) volta à cozinha e, improvisando, coloca em cima das maçãs uma fina capa de pâte brisée (massa podre) e volta a pôr o molde no forno.

maxims.jpg No momento de servir, consternação e dúvidas! Como apresentar de forma agradável essa criação que está cheirando maravilhosamente bem? Aí vem a idéia genial ! Coloca um prato em cima do molde, vira a preparação e serve-a quente... Sucesso absoluto!

Esta é a origem da Tarte des Demoiselles Tatin.

O sucesso se espalhou por toda França. Curnonsky, o famoso gastrônomo, a declara uma "maravilha"! O dono do Maxim´s de Paris decide mandar um cozinheiro-espião para Lamotte-Beuvron, disfarçado de jardineiro para roubar o segredo. O espião consegue a receita e assim a famosa Tarte des Demoiselles Tatin ainda hoje continua no menu do Maxim's.

 

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