FEBEAPÁ - Festival de Besteira que Assola o País

    Em 19 de Junho de 1979, um enfarto levou o maior gozador que já passou pelas terras  brasileiras. Conhecido como Stanislaw Ponte Preta, havia sido batizado com o nome de  Sérgio Pereira da Silva Porto.

    Ele foi uma espécie de Jonathan Swift tupiniquim.

    Durante muitos anos manteve um quadro que fez muito sucesso na extinta TV-Rio,  chamado “as certinhas do Lalau”, onde ele apresentava as mulheres maravilhosas que  faziam sucesso no teatro rebolado, ou em outra atividade qualquer, desde que  aparecessem com o minimo de roupa possivel.

    Tal como o irlandes Swift, aquele que escreveu "As Viagens de Gulliver", Sérgio Porto  tinha o poder de observar e descrever o ridículo que toma conta das pessoas em  determinadas ocasiões.

    Jonathan Swift criou na Inglaterra um clube para “combater a burrice”, e o nosso  Stanislaw Ponte Preta organizou aqui no Brasil o “Festival de Besteira Que Assola o  País”, os famosos “FEBEAPÁS”, livros que fizeram, e ainda fazem, sucesso nas livrarias.

    Tal como Swift, Stanislaw escrevia mais para  acordar o leitor do que para diverti-lo, e  ambos tinham algo em comum, reconhecer que quando se viam no espelho, riam das  próprias besteiras e burrices que faziam.

    Dando uma lida no “FEBEAPÁ2”, encontrei uma crônica interessante, que leva o título de  “O Grapete da Brahma”, que agora transcrevo : “Mas bacaninha mesmo, quando se  trata de besteira, é a televisão - célebre máquina de fazer doido. Disputava-se em  diversas capitais do País o Torneio Roberto Gomes Pedrosa, de futebol. A emissora  Continental, do Rio, fazia as transmissões (por rádio e tevê) sob o patrocínio da  Cervejaria Brahma. Acontece que o Clube Atlético Mineiro tinha, entre os seus  jogadores, um zagueiro conhecido por Grapete. E, como o Grapete é um refrigerante de  outra fábrica, os locutores da Continental só chamavam o rapaz de Guaraná. Palavra de  honra! Guaraná!”

    Se vivo fosse, o Sérgio Porto já estaria no “FEBEAPÁ MIL”, pois aqui no Brasil a besteira  cresce em proporção geométrica, principalmente entre os nossos políticos.

    Nos tempos de hoje Stanislaw teria um ingrediente a mais que seria a corrupção e a  incompetência sem dó, nem piedade, que assola o país. Tenho certeza que ele, do alto  da sua sensibilidade crítica, iria rir e chorar ao mesmo tempo.

    Os novos grandes ladrões da vida pública que surgiram na era Roberto Jefferson iriam  ser descritos de forma brilhante e hilária pela observação ferina do nosso fantástico  retratista da burrice, da incompetência e da roubalheira nacional.

    É de arrepiar quando abrimos um jornal diáriamente  e nos deparamos com novos  escandalos que são patrocinados pelos ladrões que exercem cargos públicos, seja no  governo, no Congresso Nacional ou no judiciário. Stanislaw iria ter que escrever 24 h  sem parar, e, mesmo assim, não daria conta de todos os assuntos.

    Ouvir o Lula falando sobre coisas do seu governo, seja aqui ou no exterior, é digno de  constar com destaque em qualquer “Festival de Besteira”.

    O apagão aéreo seria visto de uma forma bem elucidativa pelo nosso colunista. Como  era um poço de emoção ele choraria pelos que morreram nos acidentes aéreos da Gol e   da Tam.

    Como faz falta nos dia de hoje um Stanislaw Ponte Preta, pois, o Festival de coisas  inusitadas, imorais e cretinas que tomam conta do Brasil nos dias de hoje, não tem um  retratista à altura para descrever todas as aberrações que surgem no dia a dia da vida  do brasileiro.

    A turma do Casseta & Planeta, da TV Globo, é quem mais consegue captar o turbilhão  de besteiras que inundam a pátria amada. A idiotice nacional nunca passa despercebida  aos redatores do programa que sentem muito a falta de outro grande retratista do  nosso cotidiano, o Cláudio Besserman Vianna, Bussunda, que também morreu de um  ataque cardiaco, aos 43 anos.  Ele era o filho sarcástico e humorístico do Stanislaw.

    No seu livro “FEBEAPÁ2”, Sérgio Porto transcreveu a manchete do “Jornal da Cidade”,  de Gravatá, PE:

    “É necessária muita cautela para revidarmos uma autocrítica”.

    É pena o Stanislaw Ponte Preta não estar mais por aqui. Ele iria se enfartar outra vez de  tanto rir, escrever e chorar. Iria adorar conhecer a vida íntima e pública de Renan  Calheiros. Verteria lágrimas de espanto e raiva em cima do  Senado Federal e da  Câmara do Deputados. Sonharia todos  os dias com as ANACs, PRONACs, INFRAEROs e  todas essas siglas da administração nacional que foram criadas para que os amigos do  poder pudessem roubar à vontade.

    O “Apagão”  moral que toma conta da vida pública nacional lhe daria idéias luminosas.

    Quando ele visse o ministro da defesa atual, Nelson Jobim, desembarcar em Manaus   com unifrme de campanha das Forças Armadas, como se fosse o George Bush do Brasil,  ele iria pensar a mesma coisa que eu:

    - O Lula vai dançar ! Por isso é que ele gostava tanto do Waldir Moleza !

    Aquele abraço, Sérgio Porto !

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