Em entrevista a Século Diário nesta segunda-feira (11), o coronel Carlos Augusto disse ter sido motivado a escrever o livro por uma carta que recebeu do ex-juiz Franklin Cunha, que fora contratado pela Associação de Magistrados do Espírito Santo (Amages) e por Alexandre Martins, pai do juiz assassinado, para atuar como assistente de acusação no julgamento dos acusados pelo assassinato.

"O doutor Franklin - disse o coronel a Século Diário - foi contratado por R$ 200 mil para atuar como assistente de acusação no julgamento do acusados pela morte do juiz Alexandre Martins de Castro Filho. O pagamento seria dividido em duas partes - R$ 50 mil pela Amages, pagos adiantadamente, e R150 mil pelo pai do juiz morto. Quando descobriu que teria de defender uma tese mentirosa no julgamento - a tese do crime de mando -, o doutor Franklin desistiu. Devolveu os R$ 50 mil que recebera da Amages e dispensou o pai do juiz de lhe pagar os R$ 150 mil restantes."

A carta de Franklin ao coronel Carlos Augusto é reproduzida no primeiro capítulo do livro, sob o título "O crime de latrocínio". O autor usou cópia do original da carta, vazada nos seguintes termos:

"Vitória, 12 de novembro de 2009.

Coronel Augusto:

A versão do crime de mando é uma farsa orquestrada e mantida pelo governador. Eu desconheço as razões que o levaram a tomar esta atitude. Ele está por trás do Rodney e do juiz Carlos Eduardo. Há inocentes cumprindo pena por um crime que não cometeram, o que me impele a lutar contra esta farsa, enquanto eu tiver vida e saúde. O amigo está autorizado a divulgar o trabalho. Embora não seja vítima da urdidura montada pelo Sr. Secretário, coloco-me na pele dos que estão sofrendo essa injustiça. Se convocado, eu comparecerei pára esclarecer qualquer dúvida a respeito. Os pontos levantados não encontram resposta. A imprensa está proibida pelo governador de permitir qualquer discussão que possa jogar por terra a farsa, e fazer cair a máscara. Assim, se os homens da PMES angariassem recursos, poder-se-ia pagar para publicar a matéria. Eu assino. Sem mais para o momento, fico-lhe grato pelos elogios à minha pessoa e ao material que lhe envio, com muito orgulho".

Na sequência, livro do coronel Augusto expõe os motivos pelos quais o ex-juiz Franklin abandonou o caso.

Nos capítulos seguintes, o livro remete o leitor ao latrocínio que vitimou o juiz e às investigações do caso, mostrando como Rodney Miranda e Carlos Eduardo Lemos trataram de montar versões dos fatos exclusivamente para robustecer a farsa do crime de mando e comprometer a Polícia Militar.

Pai do juiz queria federalização

Hoje radicalmente contrário à federalização do caso, o pai do juiz, entretanto, já foi favorável a essa alternativa jurídica. No livro do coronel Carlos Augusto, foi reproduzido trecho do livro "Espírito Santo", de Rodney Miranda e Carlos Eduardo Lemos, com base em matéria de A Gazeta, edição de 2005, sob o antetítulo "Dois anos de impunidade" e o título "Pai do juiz quer a Federal no inquérito dos mandantes".

E o autor pergunta a Rodney, em trecho do seu livro à página 68:

"Qual a verdade, secretário? O pai do juiz assassinado queria a federalização do crime ou não queria? Ou era só para ir contra os coronéis e ser notícia na imprensa. Qual é a verdade? Responda. O povo quer saber".

Nas páginas seguintes, o coronel Carlos Augusto aponta os trechos do livro de Rodney e Carlos Eduardo Lemos em que a Polícia Militar é acusada de ter alguns de seus integrantes ligados ao crime. Ele é o único porta-voz autorizado a falar em nome da corporação pela unanimidade dos dirigentes de entidades que congregam membros da corporação, de soltados a oficiais.

Fderalização é inevitável

Carlos Augusto é de opinião que o desfecho do caso Alexandre será a federalização. "Acho da maior importância que a sociedade capixaba tome conhecimento dos fatos que estão por trás das investigações baseadas na farsa do crime de mando. Todos precisam saber que o julgamento do caso pela Justiça estadual atende exclusivamente aos interesses do ex-governador Paulo Hartung e que as investigações policiais tiveram o único objetivo de fazer de Rodney Miranda deputado."

O oficial ainda vê o governador Paulo Hartung com poder para impedir que o caso seja federalizado. "Eu tenho informação de boa fonte - que infelizmente não posso identificar aqui - que ele é o autor intelectual da farsa do crime de mando. A idéia de se armar essa farsa foi dele, só dele. E sei também de boa fonte que ele, no momento, está empenhado em impedir que a tese do latrocínio avance, de tal modo que ele acabe envolvido no caso pelas declarações da personal trainee Júlia Eugênia, que o coloca como suspeito de ter mandado matar o juiz. Ela falou o que não devia, como considera o pessoal de Hartung, mas o que disse é muito sério e precisa ser investigado".


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