Um nome incomum para uma mulher, e só poderia ser, homenagem distante do merecimento de uma mulher também incomum, existência rara da espécie, como são raras, difíceis de serem encontradas e possuídas as maiores riquezas e belezas do nosso planeta, e as deusas inspiradas pelo nosso pensamento.
Raniceia, templo de magnetismo, fascinação, encanto e sedução, força vital e inexplicável, qualidade especial de que são dotados e privilegiados alguns poucos homens e mulheres da raça humana.
Paradoxalmente, como magia, aflora a mulher matéria, igualmente encantadora, aberta para a vida, ávida de sentir e desfrutar dos prazeres sensitivos dos normais, de amar e ser amada, livre das algemas transcendentais, do encontro de respostas para o significado da vida presente e futura, dos receios das conseqüências, de tudo mais que não seja o agora, e toda a felicidade que ele pode lhe oferecer.
Deixo-me levar e embebedar bela beleza e riqueza da sua linguagem especial, dos segredos que se escondem em cada gesto, nas mensagens transmitidas pelos seus olhos, na música das suas palavras.
Sinto-me pequeno e pecaminoso por invadir o seu mundo, às vezes me deixar arrastar por ambições irrealizáveis próprias dos mortais comuns.
Não encontro como pagar os maravilhosos momentos dessa generosa convivência que me foi concedida por uma deusa, o que mais posso lhe oferecer que não seja o mais humilde e sincero agradecimento pela dádiva recebida, o voto da mais profunda admiração.
PRC
PAULO CARNEIRO ATENDENDO A PEDIDOS
ROSANA, MULHER MENINA.
COISAS BONITAS
Não me surpreendeu o seu pedido para que eu lhe escrevesse “coisas” bonitas. Na sua simplicidade e quase inocência, a beleza virou “coisa”, e não sem razão. A beleza é algo transcendental, inexplicável e inenarrável, a beleza pode ser identificada pelos nossos sentidos, pela visão, pelo tato, olfato, audição, porém, querida mulher menina, jamais poderá ser reconhecida sem os olhos da alma, da nossa sensibilidade.
O que é bonito não tem necessariamente uma forma específica e destacada das outras, é estrela de um conjunto, é paradoxal, como o lírio que nasce no pântano. As flores são lindas, quando harmônicas no conjunto das suas naturezas, cores, aromas, perfumes, beleza que contrasta com tudo aquilo que está à volta do seu reino.
Seu pedido é quase impossível de atender: escrever coisas bonitas. O milagre da vida eu considero ser o que mais bonito existe na natureza.
Contudo, nem sempre, posso dizer que a vida é bonita.
O mesmo posso dizer do amor, a essência da existência. Ninguém vive sem amor, sem amar e ser amado. Contudo, amar não é sentir desejo por um corpo, mas sim, descobrir e admirar o conjunto de belezas de uma pessoa. Uma das telas mais famosas já pintadas no mundo é a “Monalisa”. O destaque não é a mulher retratada, vestida de trajes comuns, ocultando um corpo sem expectativa de grandes atrativos sensuais. O destaque são os olhos e o quase sorriso que toca profundamente a alma dos admiradores da pintura. O artista conseguiu capturar a sensibilidade do modelo, suas qualidades transcendentais.
No mundo em que vivemos, cercados pelos medos e pela violência, olhando os destroços dos conflitos, podemos encontrar o belo na imagem de uma criança que escapou ilesa de um bombardeio e, ainda sorri com as alegrias da vida.
A beleza está na alma das pessoas, na capacidade de se amarem a si mesmas, de amarem aos seus semelhantes, de expressarem seus sentimentos através dos seus sentidos.
Foi essa beleza que eu encontrei em você, “ROSANA MULHER MENINA”, que cresceu conservando os encantos e a sinceridade da infância, que é magnânima compartilhando com as pessoas que a cercam as suas felicidades e alegrias, que aprendeu a amar e retribuir ser amada.
Você me pediu que escrevesse coisas bonitas, e uma das coisas mais bonitas que eu conheço não pode ser escrita, precisa ser vista, admirada.
Posso apenas dizer seu nome, ROSANA, MULHER MENINA.
PAULO CARNEIRO
06/08/2007
- Paulo Carneiro