NO BRASIL DO “FAZ DE CONTAS” ATÉ O PRESIDENTE PARECE SER DE VERDADE.

Da minha parte, asseguro, nada de pessoal contra o Lula, o PT e os petistas, contra os comunistas ortodoxos ou contemporâneos, contra a CUT, o MST e congêneres, contra os centristas ou direitistas, afinal, só se pode conceber como fundamentos de uma sociedade humana os pilares da liberdade, da igualdade e da justiça, trinômio popularmente conhecido como democracia, através dos quais todos e cada cidadão, serão submetidos as mesmas obrigações e garantidos dos mesmos direitos.

Ao contrário, da minha parte, tudo que possa contra a falsa democracia construída sobre os alicerces da mentira e dos falsos líderes que usurpam o poder de representação de todos os segmentos sociais: políticos, econômicos, religiosos e culturais.

Duvido que alguém possa me convencer de um presidente brasileiro que tenha exercido, que exerça, ou que um dia exercerá a autoridade que lhe é atribuída pela ocupação do mais alto cargo da República.

Relembro uma vez mais uma entrevista exclusiva com o então presidente João Figueiredo, ao vivo, ele na Granja do Torto (não confundam com o morro do Torto da novela do Record), e eu apresentando o meu programa na Rádio Tribuna AM do Espírito Santo.

O debate foi longo, franco e transparente, sem censura. Antes como hoje, os temas recorrentes eram os mesmos: corrupção, impunidade, baixa qualidade do ensino, ineficiência na oferta dos serviços essenciais ao povo, os constantes e permanentes assaltos aos fundos sociais, e os desvios de verbas públicas através da instituição de esgotos oficiais, dentre os quais eu destacava o PND, que tanto serviu ao enriquecimento de gente do tipo Jader Barbalho e família.

Nesse ponto, depois de quase três horas de entrevista, perguntei a Figueiredo por que, o presidente confessando saber de tudo isso, não usava dos seus poderes de Chefe do Executivo Federal para acabar com a farra dos criminosos encastelados nas instituições governamentais?

A resposta veio direta e objetiva. Disse-me o então presidente: “Paulo Carneiro, não se iluda, no Brasil, presidente não preside, governador não governa, prefeito não administra. O VERDADEIRO PODER ESTÁ CONCENTRADO NO LEGISLATIVO E DIVIDIDO EM COTAS HEREDITÁRIAS ENTRE OS AGRICULTORES DAS ERVAS DANINHAS QUE INFESTAM O PAÍS. Se presidente tivesse autoridade para fazer o que deve ser feito eu já teria decretado pena de morte para todos que cometeram crimes contra o Brasil e contra a nação brasileira”.

Nada mais havendo para ser perguntado, eu, Paulo Carneiro, obscuro radialista de uma emissora capixaba, me dei por satisfeito, encerrando a entrevista e recolhendo-me a minha insignificante posição de sobrevivente brasileiro.

Assim sendo, informado oficialmente da realidade de Governo por um dos mais poderosos presidentes do Brasil militarizado, jamais poderia assumir uma posição radical de crítico do atual presidente, desta ou daquela agremiação política (que não passam de rótulos), deste ou daquele movimento popular, de entidades econômicas ou financeiras, nacionais ou transnacionais, simplesmente porque, todos são dominados e geridos por gatos e ratos convivendo num mesmo saco.

Mas, não renuncio ao direito de cobrar o fim desta democracia de fachada, onde presidente não preside, governador não governa, prefeito não administra e os parlamentos, federal, estadual e municipal manipulam a legalidade e garantem a impunidade.

Triste é ter que acompanhar os pronunciamentos do presidente pedindo as famílias das vítimas de mais uma tragédia anunciada e ao povo brasileiro, resignação e compreensão, calma e fé, prometendo timidamente de que a verdade prevalecerá e a nação terá a merecida resposta sobre as causas do assassinato coletivo ocorrido em Congonhas.

Triste porque após os pronunciamentos, e mesmo durante as aparições do presidente, paralelamente seus assessores da maior confiança e dirigentes do alto comando do tráfego aéreo nacional se enfrentam em confrontos na mídia vomitando enxurradas de mentiras contraditórias, além de, em certos momentos, tomados por vaidades e pretensão de superpoderes, demonstrarem o maior desprezo pelas vítimas das suas incompetências e irresponsabilidades: “querem mais segurança para os usuários do transporte aéreo, então paguem mais pelas passagens”.

A Polícia Federal já anunciou que as notas fiscais apresentadas por Renam Calheiros em sua defesa são “frias”, falsas, montadas em alguma fabriqueta de fundo de quintal. E AGORA JOSÉ? Nada demais na notícia, voltamos à estaca zero, vamos recomeçar, aprofundar as investigações, realizar novas perícias. TUDO PELA VERDADE NESSE PAÍS DO “FAZ DE CONTAS”. O povo brasileiro continua aguardando que o presidente da República cumpra as suas promessas de mostrar a verdade sobre o “mensalão”, o “cuecão”, e os capítulos finais das novelas do Delúbio, do Valério, do Duda, da morte do prefeito Celso Daniel.

Numa coisa Lula tem razão: “o melhor do Brasil é o brasileiro”. O brasileiro excluído e sobrevivente, aquele que conseguiu fugir do trabalho escravo e conseguiu ganhar uma medalha de ouro no PAN.

Os companheiros do jornal O Rebate, comandados pelo bravo Jose Milbs, guerreiro que se tornará eterno, anunciam a preocupação com o iminente perigo de uma nova quartelada, um novo golpe, uma nova ditadura. Comungo dos mesmos temores. Não pelo golpe em si, que poderia ser um caminho mais curto para instalação de uma verdadeira democracia, porém, pelos que deverão liderar o golpe: certamente, os herdeiros hereditários da República que nunca passou de uma republiqueta.

Até uma próxima, se Deus quiser e se eles deixarem, não seja eu uma nova vítima de uma bala perdida ou de um avião desgovernado. 

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