O BRASIL NO OLHO DO FURACÃO

O BRASIL NO OLHO DO FURACÃO

A revolta dos excluídos


Há sete ou oito anos o título da coluna de hoje foi manchete da primeira página do Jornal “O PORRETE”, do qual fui fundador e editor, assumindo solitariamente toda a responsabilidade civil e criminal que pudesse resultar das matérias publicadas.

As prometidas ações contra mim não passaram de satisfações capengas oferecidas ao grande público leitor do jornal com protestos de inocência dos que se diziam vítimas de injúrias e difamações, calúnias de um “jornaleco” da imprensa marrom. A maioria dos personagens denunciados nas edições semanais foi indiciada, alguns foram presos por algum tempo, outros foram condenados. A maioria, pelos penduricalhos legais que oficializam a impunidade, estão em liberdade recorrendo das sentenças condenatórias, o que pode conduzir as ações à famosa prescrição, a absolvição dos acusados por decurso de prazo judiciário. Somente um processo prosperou, tendo como autor o mais temido delegado capixaba. Durante quatro anos compareci além das audiências em juízo, aos mais diversos setores do complexo sistema de segurança, enfrentando os corporativistas e os justos.

Como a quem acusa cabe o ônus da prova, abarrotei os gabinetes dos inquisidores com quilos e mais quilos de provas irrefutáveis e apresentei testemunhas cuja idoneidade e indiscutível veracidade dos depoimentos não poderia ser contestada.

O autor, o temido delegado Badenes, depois de conhecer das minhas declarações, jamais compareceu a uma única audiência. Foi ainda premiado pela Justiça capixaba que aceitou que a autoridade não podia ser encontrada em seus endereços residenciais ou locais de trabalho. Havia sumido, encontrava-se em lugar incerto e não sabido. O processo foi arquivado contra a minha vontade.

Também foram feitos vários atentados contra a minha vida, e minha família aterrorizada com ataques a nossa residência.

Mas vou esquecer essas memórias e revelar o motivo de relembrar meus escritos de quase uma década. Não tratava de uma nova denúncia de corrupção, da descoberta de um novo grupo de extermínio formado por policiais, da prisão e tortura de um inocente que seria depois atirado ao fundo de uma cela imunda de delegacia.

Meu recado era direto aos canalhas instalados na cúpula dos poderes constituídos, criminosos da pior espécie que se faziam acima da lei, ou agiam como sendo a própria e única lei, insanos pelas suas ambições de poder e riqueza, que através dos seus atos imundos, decretavam o pior dos genocídios conhecidos na história da humanidade, condenando centenas de milhões de brasileiros à agonia de mortes hediondas, pela miséria, pela fome, pela sede, pelo frio, pelo confinamento em mangues e pântanos, pelo convívio com peçonhas transmissoras de doenças infecto-contagiosas, ou colocados como alpinistas nas cotas mais altas dos morros.

Era um alerta, eu afirmava ver, para onde olhasse, partindo da linha do horizonte, legiões de “mortos-vivos”, não mais fugindo dos opressores, porém, seguindo direção contrária, abandonando os guetos, os zoológicos humanos para os quais haviam sido empurrados como lixo, numa jornada rumo à liberdade e à vida, mesmo que o preço a ser pago fosse a morte. Nos rostos sofridos dos legionários, arrastando seus corpos mutilados, encontrando forças para carregar os companheiros abatidos pelos desumanos suplícios, eu lia escrita em sangue a palavra VINGANÇA.

Afirmava eu avistar na linha do horizonte, para o lado que olhasse, a formação de um furacão social, e se a todos os furacões se dá um nome, a este eu batizei “a revolta dos excluídos”

Nos meus escritos antecipava tudo que hoje está acontecendo, a formação de uma sociedade animalizada, de ex-seres humanos que perdendo a faculdade da razão passariam a viver como feras, por instintos, todos lutando pela sobrevivência.

Também avisei que o paraíso e as fortalezas dos responsáveis pelas desgraças dos miseráveis não mais seriam inexpugnáveis, e nenhuma força dos poderes autocráticos poderia conter a fúria das suas vítimas.

A história ensina que os furacões sociais, as revoltas dos excluídos só terminarão quando essas legiões levarem seus algozes ao merecido castigo: “olho por olho, dente por dente”.

O Brasil não vive uma guerrilha urbana, vive uma guerra nacional. Enquanto os verdadeiros chefes do Crime Organizado deste país continuarem blindados pela impunidade, a guerra não terá fim.

O contrabando de produtos, armas e drogas só prosperam por contar com a participação direta e indireta e a cumplicidade das autoridades instaladas nos mais altos escalões governamentais. Com a corrupção acontece o mesmo, e com todas as demais formas de violência.

Por último, nesta história, o presidente Lula anuncia a construção de quase 200 presídios para internamento de menores em conflito com a lei. Os menores podem ser reconhecidos como delinqüentes juvenis, porém, não escolheram esse caminho, foram formados em especialistas do crime pelos donos das universidades. E quem são eles? Eles estão no Congresso Nacional, nos gabinetes do palácio da Alvorada, no poder Judiciário, em todos os setores dos poderes constituídos.

O Brasil está no olho do furacão, sendo varrido pela revolta dos excluídos.

SAÚDE NO ES

O CRM – Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo continua pressionando a imprensa estadual a denunciar o estado de calamidade da rede pública de saúde.

Ao mesmo tempo, também continua orientando e incentivando os profissionais da área a procurar as delegacias de polícia e registrar Boletins de Ocorrência quando da constatação de risco de morte para pacientes em função da incapacidade dos procedimentos necessários ao eficaz atendimento em cada situação.

O secretário de Saúde continua repetindo seus comunicados de que já tomou conhecimento das denúncias do CRM e está analisando o documento para tomar as providências cabíveis.

Enquanto isso......

VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS

Coincidentemente, somente depois que denunciei em minhas colunas no jornal O REBATE que as organizações criminosas instalaram bases de comercialização de drogas nas escolas capixabas e os professores estão coagidos pelos bandidos, muitos já sofreram graves agressões físicas, incluindo ataques armados, o Estado descobriu o que está acontecendo e promete tomar providências, criando esquemas especiais para proteção dos alunos e mestres.

Difícil de acreditar. Vou esperar, sentado.

Até a próxima se Deus quiser e eles deixarem.

 

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