CRM DENUNCIA ESTADO DE CALAMIDADE E COLAPSO DA REDE PÚBLICA DE SAÚDE DO ESPÍRITO SANTO

Quando fomos repetitivos nas denúncias através desta coluna do jornal O Rebate sobre a gravidade das deficiências e do sucateamento do sistema público de saúde estadual, cumpríamos um dever, o de contribuir de alguma forma para evitar o tratamento desumano dos doentes capixabas obrigados a recorrer da assistência do Estado.

As cenas dramáticas mostradas pelas emissoras de televisão todos os dias eram tão chocantes que se tornavam inacreditáveis. Pessoas de todas as idades jogadas pelos corredores dos hospitais, abandonadas ao lado de banheiros imundos e fétidos, numa situação que durava dois, três dias. Doentes morrendo dentro das unidades de saúde sem receberem um único procedimento de socorro médico. Falta de médico, de enfermeiros, de medicamentos, equipamentos danificados e inúteis. Uma visão infernal de dor e sofrimento.

Semana passada, dois médicos, dois profissionais responsáveis e conscientes dos seus deveres, dois cidadãos, não mais conseguiram conter a revolta e a indignação e registraram queixa crime numa delegacia responsabilizando o Estado por todos os fatos descritos, incluindo a perda de algumas vidas. Certamente não dará em nada, porém, serviu para alertar outras autoridades que se faziam cegas e omissas.

Imediatamente o CRM – Conselho Regional de Medicina convocou a imprensa para declarar exigir do Governo providências imediatas. Dias após, sem uma resposta positiva, resolveram cumprir as suas atribuições e iniciaram uma fiscalização dos hospitais da rede.

Os relatórios tirados dessas inspeções foram contundentes, a saúde pública do Espírito Santo encontra-se em estado de calamidade, o colapso do sistema é total e, EXIGIU DO GOVERNO A DECRETAÇÃO DE ESTADO DE EMERGÊNCIA. Seria infantil esperar-se dos gestores intervenções e soluções imediatas. Contudo, os administradores diretamente responsáveis pelo sistema foram obrigados a agilizar providências objetivas de curto prazo e buscar recursos e meios de desenvolver projetos e programas engavetados por estarem em prioridade secundária diante de outros voltados aos interesses econômicos. O lucro do capital sempre foi e continuará sendo o objetivo principal das classes dominantes. A vida um direito de quem pode provê-la, e a morte prematura dos incapazes uma ação da natureza de caráter seletivo da espécie. Assim é e assim será: quem pode mais chora menos, a não ser que uma bala perdida faça justiça.

CULPA DO GOVERNO OU DO GOVERNADOR PAULO HARTUNG?

Nunca cultivei o hábito da bajulação de governantes ou ocupantes dos primeiros escalões da pirâmide governamental, eleitos ou nomeados, pelo bom e fiel cumprimento das suas atribuições. Bons gestores apenas cumprem suas obrigações e ganham pelo que fazem. Ganham muito bem, na maioria dos casos, muito mais do que deveriam ganhar.

Ao contrário sempre fui crítico severo dos incompetentes, dos omissos, dos prevaricadores, corruptos e afins.

Sendo a saúde um dever do estado, ao me deparar com a deplorável situação narrada, minha primeira decisão deveria ser atribuir ao Governo do Estado e, conseqüentemente, ao governador Paulo Hartung, todas as culpas pela falência da rede pública de saúde do Espírito Santo, por todos os sofrimentos de milhares de pessoas, pela perda de vidas, etc.

No entanto, o atual governador é o menos culpado nessa história. Seus antecessores foram aves de rapina do erário. Esvaziaram os cofres do Estado e se beneficiaram do dinheiro do povo para compra de mansões, investimentos internacionais, preferencialmente, por canais de lavagem das imundas fortunas.

Devo admitir que o governador Paulo Hartung fez o seu dever de casa com méritos. Recuperou as finanças públicas, saldou dívidas impagáveis, reestruturou o Banestes, colocou em dia os salários dos servidores e criou um calendário que vem sendo honrado para os pagamentos vincendos. Somente agora conseguiu respirar um pouco mais aliviado com saldos orçamentários positivos, crescimento da receita, que abrem as portas para investimentos.

Não era apenas a estrutura da rede de saúde pública que estava sucatada, todos os demais setores da administração encontravam-se na mesma situação. A administração central e o bloco do primeiro escalão era uma zorra total.

Tenho acompanhado atentamente a montagem e o desenvolvimento dos projetos para instalação de um novo Espírito Santo. O conjunto de interferências e ações anunciadas constato, não é, como geralmente acontecesse, uma obra de ficção, um plano de marketing demagógico para enganar eleitores incautos. O projeto “Um Novo Espírito Santo” é composto por rigorosos estudos técnicos e confiáveis, planejado dentro dos mais definidos padrões de eficiência adotados universalmente e, se conduzido dentro das normas previstas para execução, com toda certeza, colocará o estado no podium dos mais progressistas membros federativos deste país.

AÇÕES IMEDIATAS

Se os capixabas podem confiar no futuro, nem porisso, devem deixar de cobrar as ações imediatas que contenham soluções para dar início à redução das deficiências e dos sofrimentos dos dias correntes.

As questões de saúde é uma delas. Deixar vencer os contratos provisórios de pessoal e não providenciar antecipadamente o processo das renovações, com isso paralisando totalmente uma das mais importantes referências do sistema, o Hospital das Clínicas”, no mínimo, é um caso flagrante de incompetência gerencial.

Agrava o fato que o pessoal demitido ainda cobra o pagamento de salários atrasados, o que não encontra justificativa quando sabemos que ao fazer as contratações o Estado está obrigado a apresentar a existência de recursos que atendam ao pagamento das despesas.

É o caso de perguntar: “Se o dinheiro existia porque os servidores contratados não receberam? Onde está o dinheiro?”.

HEBE E RENAN


Entrevistando senadores em seu programa no SBT, a apresentadora Hebe fez uma ameaça: “Se até a próxima semana o senador Renan Calheiros não for afastado da presidência do Senado eu (ela) vou publicamente, aqui no meu programa, convocar o povo brasileiro para sair às ruas e mostrar que o povo exige a saída do presidente”.

Só não concordamos com a apresentadora a colocação no singular do vocábulo presidente. Presidentes seria bem melhor.

Por hoje é só. Até a próxima se Deus quiser e eles deixarem.

 

publicidade
publicidade
Crochelandia

Blogs dos Colunistas

-
Ana
Kaye
Rio de Janeiro
-
Andrei
Bastos
Rio de Janeiro - RJ
-
Carolina
Faria
São Paulo - SP
-
Celso
Lungaretti
São Paulo - SP
-
Cristiane
Visentin

Nova Iorque - USA
-
Daniele
Rodrigues

Macaé - RJ
-
Denise
Dalmacchio
Vila Velha - ES
-
Doroty
Dimolitsas
Sena Madureira - AC
-
Eduardo
Ritter

Porto Alegre - RS
.
Elisio
Peixoto

São Caetano do Sul - SP
.
Francisco
Castro

Barueri - SP
.
Jaqueline
Serávia

Rio das Ostras - RJ
.
Jorge
Hori
São Paulo - SP
.
Jorge
Hessen
Brasília - DF
.
José
Milbs
Macaé - RJ
.
Lourdes
Limeira

João Pessoa - PB
.
Luiz Zatar
Tabajara

Niterói - RJ
.
Marcelo
Sguassabia

Campinas - SP
.
Marta
Peres

Minas Gerais
.
Miriam
Zelikowski

São Paulo - SP
.
Monica
Braga

Macaé - RJ
roney
Roney
Moraes

Cachoeiro - ES
roney
Sandra
Almeida

Cacoal - RO
roney
Soninha
Porto

Cruz Alta - RS