ALGUÉM SE IMPORTA. AINDA RESTA ESPERANÇA

Minha mulher gosta de assistir o programa do Jose Luis Datena “Cidade Alerta”. Apesar de já ter produzido e apresentado programa policial semelhante, admito que não gosto do jeito sensacionalista do apresentador, muito menos da exploração dos parentes das vítimas numa hora de extrema emoção.

Existe um ditado que lembra que a verdade dói. E como dói. Só não é sentida pelas chamadas autoridades competentes e responsáveis que se destacam justamente pela incompetência, pela omissão, pela prevaricação e pela irresponsabilidade.

Nenhum texto assinado por mim foi publicado nas últimas edições do jornal O Rebate. Além dos meus familiares, que são leitores naturais e suspeitos, alguns amigos me cobraram razões da ausência.

Não tento explicar o que não tem explicação. Respondia apenas que continuava sendo um leitor e admirador incansável do trabalho realizado por excelentes profissionais.

Eventualmente, esta semana, cheguei em casa mais cedo. Minha mulher assistia o Datena. A equipe do programa fazia a cobertura do assassinato de dois menores, duas crianças, 13/14 anos, um crime bárbaro.

Um dos garotos acordava todos os dias as cinco da manhã para fazer entrega de pães e contribuir com o seu salário para o sustento da casa. Só retornava ao final da tarde.

Terminado o dia de trabalho os irmãos se reuniam para procurar frutas numa mata próxima. No dia anterior não voltaram, desapareceram.

Familiares e vizinhos começaram buscas e foram achar as crianças mortas, amarradas e torturadas por algum maníaco. As cenas do desespero da mãe e pessoas que acompanhavam o trabalho dos bombeiros e da polícia eram chocantes.

Aconteceu em São Paulo. Desgraçadamente não foi um fato isolado, foi um entre dezenas, centenas de outros registrados em cada estado brasileiro, em cada cidade, em cada bairro.

REFLEXÃO

Comecei a refletir porque motivos eu não mais publicava escritos no jornal O Rebate. Até mesmo deixei de escrever para muitos periódicos do Espírito Santo. A primeira percepção foi a de que eu não tinha sobre o que escrever. Sobre a corrupção generalizada que continua instalada nas instituições do poder? Falar mais o que? Sobre a corrupção nas corporações da segurança pública? Falar sobre a violência, o tráfico de armas e drogas? Falar dos inocentes?

A cada matéria lembrada eu tinha como parâmetro um fato novo. A morte de um professor assassinado porque denunciou à polícia alunos da sua escola que além de armas comandavam o tráfico.

Lembrar que tenho constantemente acusado os governos federal, estaduais e municipais de praticarem o genocídio transformando hospitais em necrotérios? A cada morte no Espírito Santo os médicos denunciam o genocídio. Os pacientes morrem porque não existem recursos para fazer os atendimentos. As dependências hospitalares estão tomadas por infecções. O material existente está sucatado. Já foram descobertos lotes de medicação falsificada ou contaminada.

CONCLUSÃO

Talvez tenha sido a repetição dos meus escritos à razão pela qual eu não mais tenha sido publicado no O Rebate.

Como todos têm o direito a ampla e legítima defesa, venho fazê-lo de público, se assim me for permitido.

Disse ao início que não gosto do sensacionalismo do apresentador Datena. Posso não gostar de jiló, contudo, estando com fome e não tendo outra coisa para comer, como do que não gosto.

Descubro que não sou repetitivo. Nada mais importante neste País do que continuar “Botando a Boca no Trombone”, esculhambando essas quadrilhas, os canalhas, os falsos pastores que continuam vendendo terrenos no céu, os chefes dos esquadrões da morte que são encontrados chefiando instituições policiais, os mafiosos que continuam fazendo a festa e dando as cartas no Congresso Nacional, as sanguessugas, os mensaleiros, os surdos, cegos e mudos que nada sabem.

Somente assim poderemos acordar essa nação, banir essa gente da vida pública, botar na cadeia os responsáveis irresponsáveis, os “inocentes”, os genocídas.

Não existe melhor exemplo do que o jornal O Rebate, hoje com 500 mil leitores, para ratificar nossa fé. A verdade dói, para quem tem vergonha na cara. Dói em mim, em dezenas de milhões de brasileiros.

Mesmo que não mais seja publicado, continuarei escrevendo...

TEM GENTE QUE AINDA SE IMPORTA.

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