Esta é a conclusão de um estudo, realizado por pesquisadores da Universidade de Montreal, no Canadá. A pesquisa reuniu dados de um estudo realizado em 1896, que envolveu quase 1,5 mil crianças, com idades entre seis e 13 anos, e que foi repetido pelos pesquisadores em 1979. Mais de 46% das crianças em 1896 e 44% em 1979, descobriram por conta própria e gradualmente que o Papai Noel não existia.
E, apesar de adimitirem a decepção – 22% em 1896 e 39% em 1979 –, apenas 2% e 6% das crianças, respectivamente, sentiram-se traídas com a verdade.
De acordo com Serge Larivée, principal autor do estudo, as dúvidas sobre a possibilidade real de Papai Noel existir começam a surgir quando as crianças se aproximam da “idade da razão”. “Mas a maturidade cognitiva e o nível de pensamento que permitiriam uma criança de sete anos diferenciar o imaginário do real são insuficientes para que ela abandone o mito”, acrescenta Serge, ressaltando que a metade das crianças com essa idade em 1980 ainda acreditava no bom velhinho.
“O resultado constante dos dois estudos foi de que as crianças geralmente descobrem por meio de suas próprias observações e experiências que Papai Noel não existe. Nos dois casos, os pais apenas confirmaram a descoberta.”
Os números confirmam. Quase 25% das crianças em 1986 souberam da verdade pelos pais, em comparação a 40% em 1979. A maioria descobriu sozinha ou em conversa com outras crianças.
E, ao contrário do possível trauma que a descoberta possa trazer, na realidade o estudo mostra que, na verdade, as crianças aceitam as regras do jogo e até mesmo colaboram com os pais para que as crianças menores – irmãos ou primos – acreditem em Papai Noel. “É como um rito de passagem, onde, ao saberem da verdade, eles percebem que cresceram”, finaliza.
* Publicado originalmente no site O que eu tenho.
(O que eu tenho)