Reunião do ministro Gilberto Carvalho com empreiteiras e pelegos das centrais sindicais

Conluio para intensificar o massacre e  a superexploração sobre os operários

Quanto a melhoria das condições salariais e de trabalho nas obras do PAC, nada a esperar das reuniões do governo e representantes das empreiteiras, CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicon), da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), das centrais sindicais ­– Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), União Geral dos Trabalhadores (UGT) e Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e do Ministério Público. Esta estória de formar comissão tripartite e marcar nova reunião é o velho jogo da enrolação. A reunião de hoje sucede outra convocada às pressas pelo Planalto, na semana passada, quarta-feira 23, entre o secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho,o presidente da Central Única dos Trabalhadores, Artur Henrique, e o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical.

A real intenção é abafar a rebelião de mais de 80.000 operários, que atropelou a pelegada e se insurgiu contra as humilhações e regime de escravidão em seis principais canteiros de obras do PAC. Governo, centrais sindicais e patronal encenam discutir medidas para melhorar as condições de trabalho, apavorados com a revolta operária que tomou conta das obras das usinas de Jirau e Santo Antônio, em Rondônia, o complexo termoelétrico de Pecém, no Ceará, a refinaria Abreu e Lima e o complexo portuário de Suape, ambos em Pernambuco e a hidrelétrica São Domingos, no Mato Grosso do Sul.

Jogo de cena das centrais sindicais

O discurso das centrais sindicais é "mais fiscalização e garantias trabalhistas nas obras do PAC" mas é tudo um jogo de cena. Da mesma forma que fizeram na época da decretação do salário mínimo de fome, quando encenaram "brigar pela valorização do salário mínimo", mas não passaram de articulações palacianas após estipularem uma proposta ridícula de reajuste de apenas R$ 35 acima da proposta oficial do governo. Após Dilma Rousseff (eleita com apoio das centrais sindicais) decretar a continuidade e intensificação da política de arrocho, as centrais deram seu aval e ficaram quietinhas. Na verdade, as centrais são parte do governo e estão caindo de podre. Os antigos líderes trabalhistas foram para os cargos do governo, parlamento e até para os conselhos de administração das empresas; nas centrais e sindicatos filiados ficaram lideranças que fazem de tudo para também ir para o governo/parlamento e recebem dinheiro público e dos empresários para cobrir suas mordomias. Nas eleições, fazem campanha para os partidos do governo. Os trabalhadores dos canteiros não são ouvidos por essa representação pelega. Não passa de briga de compadres, as disputas entre sindicatos e centrais para representar os trabalhadores que continuam a ser traídos nos canteiros de obras do PAC.

Governo do PT-Pecedobê e seus cupinchas das centrais reprimem e tentam enganar os trabalhadores

Na prática, o que o governo faz é reprimir os trabalhadores. Logo depois que estourou a revolta em Jirau, o governo enviou 600 homens da "Força Nacional" e policiais federais ao local. Aviões e helicópteros fizeram vôos rasantes sobre os canteiros de obras para intimidar os trabalhadores, soldados invadiram os acampamentos de madrugada, espancando e jogando gás de pimenta nos trabalhadores, até tiros foram disparados ferindo operários. Mais de 33 trabalhadores foram presos na hidrelétrica de Jirau e mais de 80 na de São Domingos. A truculência policial causou ainda mais revolta. Nas sombras age o SNI e outros setores da repressão buscando criminalizar a justa revolta e as reivindicações trabalhistas.

Na prática, o que fazem as centrais é trair os trabalhadores. Fizeram de tudo para impedir a eclosão da revolta e depois de estourar as greves e serem queimadas as senzalas, saíram a público para taxar os trabalhadores de vândalos. Ligado a CUT, o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil do Estado de Rondônia (Sticcero) apresentou a mesma explicação da Camargo Corrêa para o quebra-quebra e incêndio de alojamentos e mais de 50 ônibus no canteiro de obras da empresa: não se trata de problema trabalhista. Em nota oficial divulgada no dia 17 de março, o sindicato fez côro com a Camargo Correa, a reação e a polícia, ressaltando que o sindicato não tinha qualquer participação no ocorrido e que “o sindicato não apóia vandalismo e reprova a atitude de um pequeno grupo de pessoas que causaram tantos prejuízos”. Em Pernambuco, no mês passado, diretores e seguranças do sindicato ligado a Força Sindical, com o objetivo de acabar com a greve dos operários de Suape, provocaram tumulto e disparam tiros, atingindo um operário com um tiro no rosto, outro no braço; e um trabalhador morreu devido a tensão sofrendo ataque cardíaco.

Lobby dos empresários para regulamentar a lesiva terceirização, arrancar o couro e sangue dos trabalhadores e enricar cada vez mais

Apesar dos discursos, a cúpula sindical pelega e governista junto com a atual gerência petista-pecedobista e grandes empreiteiras, CBIC, CNI, etc., tramam sugar mais sangue dos operários e intensificar a exploração. O "Extrato de Proposições de Interesse da Construção Civil e do Mercado Imobiliário no Congresso Nacional" elaborado pela CBIC, mostra a intenção da patronal de instaurar a lei da selva: regulamentar a terceirização total nos canteiros de obras e livrar as empreiteiras de ações trabalhistas. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) faz pressão por uma legislação que regulamente a terceirização e isente as empresas.

O governo mostra que age à serviço da patronal e declara que aceita terceirização na construção. A Secretaria de Inspeção do Trabalho do MTE, Vera Lucia Ribeiro de Albuquerque, expressou a posição de que a "construção civil tem características diferentes, não se aplicando a ela o conceito de atividade-fim que veda a terceirização de serviços em outros setores" e quer estabelecer regras que dêem segurança jurídica às empresas."

Cut e Força Sindical fazem lobby para as empreiteiras

É muito intima a relação dos pelegos da CUT, Força Sindical e as outras centrais governistas com os grandes empreiteiros da construção. Esses pelegos participam ativamente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). No dia 21 de maio de 2007, em Brasília, o presidente da Central Única dos Trabalhadores-CUT – ARTUR HENRIQUE DA SILVA SANTOS, o da Força Sindical-FS, PAULO PEREIRA DA SILVA e o da CBIC – PAULO SAFADY SIMÃO assinaram um documento estabelecendo um lobby em favor das gananciosas empreiteiras da construção.

O documento da CBIC/Centrais ressalta os seguintes itens:

“- acompanhar a implementação do PAC - Programa de Aceleração do Crescimento, contribuindo para o efetivo alcance das metas estabelecidas;
- conjugar esforços visando a desoneração da folha de pagamento;
- envidar esforços visando a regulamentação das empresas terceirizadas no setor da construção;  
- apoiar projetos legislativos que contribuam para o desenvolvimento da indústria da Construção;
- conjugar esforços visando instituir a paridade no Conselho Curador do FGTS, a exemplo do que acontece no CODEFAT;
- envidar esforços objetivando a participação de entidades de representação de empregados e empregadores no CMN – Conselho Monetário Nacional;…”
Entre os incentivos do governo ocorridos no período estão o pagamento à vista para as construtoras no programa Minha Casa Minha Vida; a redução dos impostos sobre materiais de construção, no fim de 2008; a mudança do marco regulatório do setor, que permitiu que as empresas se capitalizassem na bolsa de valores e a criação de instrumentos como alienação fiduciária (garantia de pagamento) para os imóveis financiados. Não é àtoa que o presidente da CBIC, Paulo Safady Simão, exultou em declarações à imprensa: “O governo escolheu o setor da construção como o motor da economia”.

Dilma e petistas protegem a Camargo Corrêa e outras construtoras que financiaram a campanha eleitoral presidencial

As grandes construtoras nunca ganharam tanto dinheiro como agora, à custa da superexploração sobre os operários e sobre a população. Tudo com o apoio da pelegada e de elementos como do ex-senador e agora deputado federal sr. Sibá Machado, que integrou o conselho administrativo do consórcio Energia Sustentável do Brasil (Camargo Corrêa & Cia.) e outros politiqueiros petistas-pecedobistas que recebem polpudas prebendas das empreiteiras. Como exemplo maior, tem a gerente Dilma Rousseff que recebeu milhões e milhões das empreiteiras durante a campanha eleitoral presidencial. A Camargo Corrêa foi a maior doadora, com oito milhões e quinhentos mil, isso em números oficiais, os repasses por baixo do pano foram muito maiores. Não é àtoa, que as principais doadoras da campanha presidencial (Construtora Camargo Corrêa, OAS, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão, Odebrecht) figuram entre as principais empreiteiras das obras do PAC.

Operários deram lição na pelegada e no governo

A greve continua e se expande nos canteiros de obras do PAC. Os operários exigem 30% de aumento salarial, 100% no valor da cesta básica e folga de dez dias no intervalo de sessenta dias para visita a familiares em outros estados, a “Baixada”, entre outras reivindicações.

A revolta operária pegou os pelegos e o governo com as saias na mão e mostrou para os patrões sanguessugas que paciência tem limite e que os trabalhadores não aceitam esse sistema de exploração e opressão. A revolta operária mostra o poder da massa operária e da fraqueza do governo e seus aparatos de opressão contra o povo.

Exigimos o atendimento de todas reivindicações dos operários das obras do PAC!
Abaixo a lesiva terceirização!
Punição para a construtoras, sub-empreiteiras e demais gatos!
Viva a luta operária classista e combativa!

Liga Operária

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