Há 5 diretores do Marreta, membros da liga operária e um motorista do sindicato presos
Polícia disparou tiros de bala de borracha e lançou spray de pimenta ferindo os dirigentes sindicais e populares que participavam do protesto
Um diretor do Marreta foi agredido por policial que pisou em sua cabeça quando já estava algemado
Na manhã de hoje (31/3), a população de Sete Lagoas, trabalhadores, diretores do Sindicato dos Trabalhadores da Construção de BH e Região – MARRETA e membros da Liga Operária protestavam contra o não pagamento dos salários e acertos rescisórios dos operários que trabalharam na construção das casas do programa “Minha Casa Minha Vida” no Conjunto Residencial Dona Silvia.
Estava planejada a entrega das 498 casas em um palanque eleitoral com a presença de Dilma Rousseff, no entanto, 96 operários que trabalharam de sol a sol na construção das casas não haviam recebido seus devidos salários e acertos rescisórios.
No dia 27 de fevereiro, através da ação do Marreta, o Ministério do Trabalho já havia obrigado a construtora Copermil, responsável pela obra, a pagar os salários atrasados desde janeiro. Somente os salários de janeiro foram pagos até os dias atuais.
E não são apenas essas as irregularidades da obra. Segundo denunciam os operários, antes mesmo de serem entregues, as casas já apresentavam sérios problemas estruturais. A população de Sete Lagoas também denuncia que no sorteio das famílias que terão direito as casas ocorreu um grande cambalacho e famílias que haviam recebido senhas foram impedidas de participar do sorteio por funcionários da prefeitura de Sete Lagoas.
Contra tudo isso o Marreta, a Liga Operária e a população da cidade protestavam e realizavam uma panfletagem do sindicato exigindo o pagamento dos salários e acertos com os trabalhadores e denunciando o cambalacho no sorteio das casas em frente a prefeitura quando policiais militares atacaram os dirigentes sindicais e populares lançando spray de pimenta e disparando balas de borracha.
Cinco diretores do Marreta foram arbitrariamente presos no exercício de sua atividade sindical. Um dos diretores do Marreta teve a cabeça pisada por um policial quando já se encontrava algemado e imobilizado. Diretores do sindicato também foram feridos por disparos de balas de borracha.
Essa ação truculenta e arbitrária da polícia ocorreu às vésperas de completarem 50 anos do golpe militar em nosso país e são prova de que para os trabalhadores e o povo nada mudou. O Estado segue defendendo os ricos e massacrando os pobres. As forças policiais utilizam de toda violência para manter a superexploração, a opressão, o desrespeito e todo tipo de crime cometido por empreiteiras e por esse governo que se diz “dos trabalhadores” mas ordena que as favelas sejam invadidas pelo exército, manda a força nacional para reprimir greves e agride o povo de todas as formas, perseguindo, criminalizando e prendendo dirigentes sindicais classistas e lutadores do povo.
Essa ação ocorre dois dias após o operário Fábio Hamilton da Cruz ser assassinado na Arena Corinthians pelas péssimas condições de trabalho e pela correria imposta pela Fifa para sua farra chamada copa do mundo. Nessas obras também já foram comprovados inúmeros crimes trabalhistas, ocorreram mortes e mutilações de trabalhadores. Também nessas obras todas as vezes que os operários se levantaram em greves e lutas contra os péssimos salários e condições de trabalho, contra as condições degradantes dos alojamentos, contra a exploração de trabalho semelhante à escravidão cometida contra operários brasileiros e estrangeiros (portugueses, haitianos, etc.), todas essas vezes as forças policiais reprimiram os trabalhadores com brutalidade.
Basta de crimes cometidos contra o povo!
O Marreta e a Liga Operária repudiam veementemente a ação truculenta da polícia e exige a imediata libertação dos companheiros presos!
Exigimos punição dos policiais que cometeram abusos e agrediram os companheiros e a população!
Denunciamos mais uma vez a escravidão e os crimes trabalhistas cometidos pelo gerenciamento Dilma (PT) e empreiteiras contra os trabalhadores nas obras do PAC, da Copa da Fifa, Minha Casa Minha Vida e em todos os canteiros de obras do país.
“Não vai ter copa!”