O mais importante é que mesmo sendo a televisão o veículo de maior presença entre as populações em qualquer canto do mundo (exceto os lugares remotos onde não chega e são poucos), a Internet já se faz sentir como capaz de efeitos devastadores na fantasia, ou no espetáculo promovido pela telinha.
Uma espécie de máquina de alienar, de desinformar, de moer o ser humano e transformá-lo em bife de hambúrguer temperado ao sabor dos interesses da classe dominante.
Ao telespectador fica a opção da mostarda ou do catchup que na prática não quer dizer nada. Pura sensaboria. Amarelo e vermelho no show do pão com gergelim sem que isso resulte em benefício algum, pelo contrário, uma população obesa. De vento e gorduras.
Com a bênção dos laboratórios e seus produtos miraculosos para eliminar colesterol, emagrecer, dar formas harmônicas a seres uniformizados em suas rotinas multicoloridas no dia a dia da mesma coisa.
A importância da Internet remonta a seus primórdios. Bil Clinton havia conseguido um acordo de cessar fogo entre Zapatistas e o governo central do México (ligado ao narcotráfico) e tudo parecia correr bem. Num sábado o presidente mexicano cortou as comunicações da região onde atuam os zapatistas e iniciou um ataque em massa. Por terra e ar. Em menos de meia hora um mail chegou à Casa Branca dando conta da barbárie e o acordo teve que ser cumprido, o ataque paralisado (afinal o México é colônia dos EUA e não poderia ter agido sem autorização da Corte).
Foi decisiva, em contrapartida à mentira da tevê no golpe contra Chávez em 2002. E curiosamente os venezuelanos tomaram conhecimento que não era nada do que noticiava a televisão aberta que acontecia, mas o que chegava pela tevê fechada. O "presidente" golpista Pedro Carmona falava em paz e ordem e a polícia matava e torturava nas ruas.
Obama derrotou Hilary Clinton nas primárias do Partido Democrata quando jovens norte-americanos abraçaram sua candidatura (a de promessas e mágicas mentirosas) e o transformaram em candidato e mais tarde presidente, sem perceber que à proporção que o tempo ia passando a tinta negra ia escorrendo e o branco por baixo ia aparecendo.
Na lista de grandes engodos da história dos EUA essa de primeiro presidente negro. Continuam sendo brancos os presidentes norte-americanos.
Entre nós serviu para mostrar a farsa José Serra e a bolinha de papel. O caráter de vendilhão do templo de FHC em Foz do Iguaçu e a própria natureza mentirosa e corrupta da chamada mídia privada (redes nacionais de tevê, rádio, jornais e revistas, a GLOBO à frente).
A audiência do JORNAL NACIONAL, mais que nunca é um espaço entre uma novela e outra, tempo para ir ao banheiro, fazer um lanche e atenção mesmo, só numa grande tragédia, vocação desenvolvida no cidadão pelo próprio veículo no afã de alienar.
É como você levantar e colocar os pés nos chão. Vai colocar onde? Então, tá lá. Só isso.
As grandes empresas que controlam a mídia privada no Brasil (seis ou sete famílias) além do rosário de mentiras diárias, de desinformação, etc, buscam caminhos na Internet para seus portais.
E partem de pressupostos interessantes. O portal GLOBO.COM é porta voz das novelas da rede GLOBO. Dos escândalos de atrizes e atores. Do show diário de Susana Vieira para a importância na formação intelectual do brasileiro. Do emagrecimento de Fausto Silva, vai por aí afora. Um rodízio de tentativa de espetáculo a guisa de notícia e informação.
A FOLHA DE SÃO PAULO ("FALHA DE SÃO PAULO") tenta manter em seu site o UOL - UNIVERSO ON LINE - o padrão sisudo e paulista de seriedade, de atenção ao noticiário real dos fatos que acontecem no mundo, mas repete o padrão GLOBO.COM com um estilo "conde Matarazzo, digamos assim".
Os demais não variam. Fórmulas quase que infalíveis para ganhar na loteria, horóscopos com previsões sujeitas a chuvas e trovoadas e uma ou outra exceção para justificar pele menos a existência, caso da seção de Humor do UOL.
Há uma obsessão nesses portais, sites, por flagrantes constrangedores de atrizes. Levantou a perna demais, estava desprevenida e neste final de ano a recomendação de cuidados especiais na escolha da cor da calcinha para não ter despejadas sobre si todas as maldições possíveis em 2011.
Já viu né, calcinha errada, azar na certa.
E o grande amor de Roberto Carlos por seu distinto público. Nos hotéis onde fica o cantor costuma pedir cem toalhas brancas para forrar o chão e evitar pisar onde pisam outras pessoas e aquele negócio de filme para embrulhar alimentos, que coloca nas maçanetas e coisas assim, para evitar tocar onde outras pessoas tocam.
O WIKILEAKS começa a bagunçar tudo isso. É como se a Internet em sua escalada na comunicação como um todo tivesse chegado ao topo e no topo pretende instalar-se e ficar.
O site do australiano Julian Assange mostra que norte-americanos são democratas e defendem direitos humanos por fora, e para fora, mas prendem, torturam, matam, estupram e praticam toda a sorte de crimes possíveis, imagináveis e imagináveis por dentro e para garantir os interesses de dentro. Têm um cúmplice à altura, o estado terrorista de Israel.
Na guerra de 1948 quando se impôs Israel aos palestinos, cerca de 30 mil livros e manuscritos de palestinos e bibliotecas palestinas foram roubados a esses por judeus da universidade de Haifa. Na cara de pau, sem qualquer escrúpulo, só aquele negócio de "direito divino".
A reação despropositada do governo dos EUA e de suas colônias na Europa Ocidental (Grã Bretanha e Suécia principalmente) aos documentos revelados pelo site mostra o poder dessa nova ferramenta de comunicação.
Sem compromisso com a mentira tipo GLOBO, FOLHA DE SÃO PAULO, VEJA, ÉPOCA, ESTADO DE SÃO PAULO, ESTADO DE MINAS, RBS, etc, etc.
A perspectiva de organização da chamada blogsfera e a partir daí força maior na divulgação de verdades, nos debates sobre questões importantes, resgate do ser humano dos currais criados pela mídia privada e corrupta, toda essa possibilidade como que acendeu a luz vermelha nas grandes corporações e o inteiro teor, digamos assim, do poder da rede mundial de computadores se transforma na ameaça mais clara e visível aos donos do mundo.
A ampla participação popular no processo decisório levando-se em conta uma nova realidade.
O "crime sexual" de Julian Assange foi o de ter mostrado esse poder, de estar mostrando. Só não perceberam ainda que são muitos os Assanges mundo afora.
Há uma revolução midiática e o WIKILEAKS é a ponta culminante desse processo. A etapa agora é avançar sobre a mídia privada podre e venal e varrer com essa chamada nova ordem mundial, a do grande irmão.
A liberdade de expressão como bandeira dos bandidos acabou. Querem censura para divulgar apenas as pernas de Susana Vieira, os selinhos de Hebe Camargo, como se isso tivesse alguma importância para a vida ou para o ser humano no seu todo.
Para o processo de conquista de condições de existência, coexistência e convivência em bases dignas e humanas.
E viva o Estado Palestino, pois foi possível conhecer, está sendo e será mais ainda nos próximos dias, a barbárie sionista através do WIKILEAKS.
Há uma nova ordem na comunicação mundo e a luta é para que ela não seja silenciada.
Por isso, é uma luta de resistência do ser como humano. Do contrário em breve todos estaremos comendo a tal ração.