A GLOBO NAS CORDAS

Especialista em mentiras, em moldar a opinião pública do País através de seus noticiários, de suas novelas (ditar regras, costumes e princípios), principal sustentáculo da ditadura militar, fábrica de dossiês, a GLOBO, pela primeira vez, se vê nas cordas na luta pela audiência, ainda que esteja com os melhores números nas pesquisas.

Para além da disputa em torno dos privilégios de entrevistas exclusivas com técnico e jogadores da seleção brasileira na Copa do Mundo da África do Sul, pela primeira vez também a GLOBO não detém o monopólio das transmissões se levarmos em conta que a BANDEIRANTES tem sido sua parceira e beneficiária em cessão de direitos, mas a ESPN não.

E nem importa, para definir o caráter da GLOBO que a ESPN seja privilégio dos que têm tevê fechada. Sem a metade do aparato tecnológico da GLOBO consegue mostrar futebol.

Pior que isso, a tecnologia da maior rede de comunicação do País ressuscitou o rádio de pilha. É que os milagres de satélites, não sei quantas câmeras, quantos não sei aquilo, provocam um atraso nos sinais, logo nas imagens e no som, que não acontece nos velhos radinhos.

A entrevista do jogador Kaká criticando o jornalista Juca Kfoury e acusando-o de tentar transformar a Copa numa guerra religiosa não foi gratuita. Kfoury, especialista em cutucadas nos adversários de José Arruda Serra, de quem é soldado, logo santo não é, denunciou o merchandising das igrejas evangélicas no futebol.

Kaká meteu os pés pelas mãos e falando como evangélico acusou Kfoury de ser ateu, afirmou respeitar o seu ateísmo, pediu respeito à sua convicção religiosa.

Por trás de tudo isso a briga GLOBO versus RECORDE, por estranho que possa parecer, Kfoury tem participado das transmissões da ESPN.

A disputa está tirando o sono de Ricardo Teixeira, presidente da CBF (CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL) e fiel aliado da GLOBO.

A tentativa de transformar a Copa numa cruzada evangélica de “eu amo Jesus” a cada gol (muito bem remunerado por igrejas e seitas) acabou proibida pela FIFA (FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE FUTEBOL ASSOCIATION).

O que tudo isso mostra, no Brasil particularmente, é que se há uma percepção do que de fato é a GLOBO, em todos os sentidos, não só no campo esportivo, ela pode desdobrar-se em mais um ano de perda sistemática econstante de audiência (vem caindo a cada ano a média), sinalizando na direção de um fim a médio e longo prazo do império da família Marinho.

A desordem é de tal ordem que a própria direção da GLOBO começa a estudar fórmulas de colocar um fim ao embate com o técnico Dunga, temerosa que numa eventual derrota do Brasil possa vir a ser responsabilizada.

De fato, a essa altura, pouco importa para Galvão Bueno (um narrador prepotente e repulsivo) que o Brasil seja ou não campeão. A taça que Galvão queria e não vai ter mais é a de grande comandante da torcida brasileira.

“CALA A BOCA GALVÃO”. A faixa aberta num dos jogos do Brasil e num estádio na África do Sul repercutiu em todo o mundo e na rede mundial de computadores é nítida a desvantagem da GLOBO e seu carro chefe nos esportes.

O que isso significa no todo?

A necessidade de uma ampla discussão em todos os setores da sociedade organizada, do movimento popular, sobre o papel das redes de televisão, sobre o modelo monopolista e concentrador que gera um monstro sem entranhas como a GLOBO e ameaça gerar outro, fundado no fanatismo religioso, a RECORDE, ambos escorados num projeto de direita. Um com mais sofisticação, a GLOBO, outro com a cara da pilantragem padrão Edir Macedo. O pastor que arrecadar mais ganha como prêmio uma viagem à Europa.

O que está acontecendo no embate entre as duas grandes redes de televisão do País, Kaká, Dunga, etc são coadjuvantes, mostra e deixa exposta essa fratura na democracia brasileira.

E num ano eleitoral, antes mesmo do início oficial da campanha, a GLOBO já foi capaz de mostrar em duas ou três situações do que vai ser capaz de fazer para tentar viabilizar a eleição de José Arruda Serra.

A primeira delas no anúncio comemorativo dos seus 45 anos (número do partido de Arruda Serra), com as cores do PSDB. A segunda no tentar imputar a candidata Dilma Roussef, do PT, a culpa pelo dossiê montado a mando do ex-governador de Minas Aécio Neves, para defender-se do dossiê montado pelo ex-governador e candidato José Arruda Serra, quando disputavam ainda a indicação tucana.

Kfoury ali foi um dos atacantes destacados de Arruda Serra ao sugerir que Aécio Neves usava drogas e era semelhante a Collor de Mello.

As pesquisas eleitorais dos institutos ligados a Arruda Serra (GLOBOPE, antigo IBOPE e DATA FOLHA –FOLHA DE SÃO PAULO) tentam de todas as formas ou suavizar ou negar o crescimento da candidatura Dilma e as dificuldades do tucano até para escolher um vice. Nenhum dos ratos costumeiros do PSDB ou do DEM, quer embarcar numa canoa furada. Podem acabar no “conselheiro” Roberto Freire, doze mil por mês numa boquinha em São Paulo.

Isso abre outra página no processo eleitoral. Começam as insinuações que a eventual eleição de Dilma Roussef e a continuidade do modelo desenhado por Lula nesses últimos anos gere uma crise institucional e abra espaços para um impasse cujo fim não seria favorável nem ao Brasil e nem aos brasileiros.

O dilema de nos integrarmos à América Latina, ou o presidente deitado de bruços em Camp David, no caso da eleição de Arruda Serra, sem falar no chanceler descalço no aeroporto de New York.

O grande temor dos donos do mundo é que o Brasil, independente de críticas ao governo Lula, possa tornar-se potência mundial com o ritmo de crescimento atual, a falência da Europa (a GLOBO não mostra a crise na Grécia e nem o seu tamanho, tampouco na Espanha, Portugal e o começo da falência alemã) e agora o tombo que o governo Obama acaba de levar com as declarações de um comandante militar norte-americano no Afeganistão que está tudo fora de lugar.

A GLOBO é braço desse esquema podre, como é a RECORDE.

Entende-se que o noticiário dessas emissoras se volte contra o governo venezuelano do presidente Hugo Chávez que começou a enfrentar o problema, a redesenhar o mapa da comunicação em seu país, expurgando a mentira e a corrupção no Brasil sob o comando e a batuta da GLOBO, com participação de VEJA, FOLHA DE SÃO PAULO, ESTADO DE MINAS, RBC, etc.

Estar nas cordas não significa que luta esteja perdida para a GLOBO. Mas significa que é possível acabar com o poder quase absoluto da rede, do grupo e criar um modelo em que seja possível uma ampla e real participação popular e acima de tudo a liberdade de expressão exibida nas telinhas das várias redes sem o made in USA da GLOBO.

Por incrível que pareça, o futebol está servindo para mostrar a cara dos bandidos e a extensão da mentira nos meios de comunicação.

É hora de desligar a GLOBO.
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