Islandeses foram chamados a votar num referendo sobre decisão do seu
governo de pagar credores de um banco privado que faliu. Pagar com
dinheiro público, algo em torno de 3,9 bilhões de euros. O acordo foi
obtido debaixo de pressões dos governos da Grã Bretanha e da Holanda.
Mais de 93% dos eleitores disseram não. Pagar por que?
É comum ouvirmos referências a povos bárbaros, a massacres, a costumes revoltantes, todas vindas de povos “civilizados”.
A história mais recente, por exemplo, não contém um único massacre em
prisões cubanas, fato lembrado há dias, mas inúmeros massacres em
prisões norte-americanas, britânicas, colombianas, nas prisões
democráticas, cristãs e ocidentais do neoliberalismo.
Poucos povos na história da civilização terão sido tão cruéis,
perversos e sádicos como os britânicos na sua arrogância imperial do
império onde o sol não se punha.
Revestiam a crueldade, a perversidade, o sadismo de mantos cristãos nas
cruzadas, como revestem hoje na boçalidade das guerras que fazem – na
condição de colônia norte-americana, império decadente – ao lado da
matriz, os Estados Unidos.
Churchill achava que Gandhi “era um faquir indiano semi nu”. Foi assim
que se referiu ao líder indiano ao tomar conhecimento de uma de suas
greves de fome pela independência de seu país. Com ironia, com a
bazófia dos conquistadores montados em sangue e violência.
Toda essa pompa britânica de sua majestade e seu séquito se volta
contra a Argentina, na mais velha arte do império, a pirataria. O saque
do petróleo nas Malvinas.
São repugnantes.
O senador Demóstenes Torres, do DEM, aliado do governador José Collor
Arruda Serra, cismou de dizer numa audiência pública no Supremo
Tribunal Federal que os negros são culpados pela escravidão, pois “a
exportação de escravos era um dos principais itens da economia
africana”. Discute-se a quota para estudantes negros nas universidades
públicas do País.
O jornalista Élio Gaspari, do THE GLOBE, ali mesmo, espinafrou o
senador e mostrou o tamanho do seu cérebro de latifundiário e
escravagista. Não havia economia africana, mas colônias ou do império
britânico, ou francês, ou belga, ou holandês.
Com os aliados que tem Arruda Serra não precisa de inimigos.
Os livros de história do Brasil insistem em mostrar o “heroísmo” dos
militares brasileiros na guerra contra o “ditador” Solano Lopez, a
guerra do Paraguai. Patriotada pura. Fomos pagos pelos ingleses para
destruir um concorrente na área da indústria têxtil e da produção de
chá mate. Para massacrá-los de tal forma que não pudessem se reerguer
ao longo de muitos anos.
Da mesma forma que, hoje, os norte-americanos pagam ingleses,
holandeses, australianos, suecos, etc, para manter tropas em guerras
sujas pelo petróleo. Seja no Iraque, no Afeganistão, ou nas chantagens
costumeiras e contumazes contra o Irã.
Quando era presidente da República FHC descobriu uma dos mais
promissores veios de propinas da história. Os bancos. Inventou o PROER
na esteira do processo de venda do patrimônio público e
internacionalização do sistema bancário brasileiro. Usou bilhões de
reais para saldar dívidas de bancos privados com credores estrangeiros,
principalmente, para em seguida entregá-los a conglomerados de bancos
desses mesmos credores.
A classe média brasileira acha que VEJA destila algo além de um fétido
cheiro de esgoto tucano/DEM que emerge dos salões das elites
FIESP/DASLU e corre aos supermercados para esfoliar-se nos salões de
seres de plástico.
Demóstenes Torres é um caso típico de nó no cérebro, se é que tem.
Deixou escapar, todos deixam num determinado momento, a mão direita do
Heil Hitler, ou a curvatura que se fazia à rainha Vitória quando o
pirata “sir” Francis Drake entregava o produto do saque.
A Islândia disse não. Britânicos e holandeses que se arrebentem, mas o
dinheiro dos impostos não para salvar Antônio Ermírio de Moraes da
falência, ou banqueiros que arrostam a fatuidade do modelo político e
econômico que faz com que o dono da padaria se imagine parte do
processo que começa em Wall Street.
Não se percebe trabalhador explorado e que se falido falirá.
O que o senador Demóstenes Torres defende é que negros voltem a ser
escravos. A idéia de cotas para negros nas universidades públicas choca
os pais e filhos de brancos. A perspectiva de ao longo dos anos o
processo de dominação ariana ter fim.
O que se perguntam é quem vai sobrar para jogar água suja nas “vadias”
que passam pelas ruas, ou assaltar faxineiras emergindo das sombras dos
condomínios fechados e podres, na presunção da superioridade e na
escravidão das drogas?
Dizem que o DEM está sugerindo ao governador de São Paulo, José Collor
Arruda Serra, que indique a senadora Kátia Abreu, miss desmatamento,
para sua companheira de chapa.
É claro que Arruda Serra só aceita ser for a última a se dispor ao sacrifício.
Mas é o tamanho do pensamento e dos propósitos dessa gente para o Brasil.
Querem completar a reforma política, econômica e ortográfica. Passar de Brasil para BRAZIL.
O sonho de William Bonner. O JORNAL NACIONAL apresentado em inglês para
o gáudio da moçada e legendas em português para o que ele chama de
Homer Simpson. E Demóstenes chamou de “um dos mais importantes itens de
exportação da economia africana”.
E dizem que canibais habitavam a África. São várias as formas de canibalismo.
É só olhar a pança e o tamanho da boca dessa aberração que chamam de Demóstenes Torres e que ainda por cima é senador.