COMO OS DE CIMA OLHAM OS DEBAIXO – AQUI E ALHURES

Murílio Avelar Intel que foi ministro da Educação no governo Itamar Franco, um dos raros homens públicos íntegros lato senso (estrito senso também e falo de Murílio), costuma dizer que é comum a uma pessoa, qualquer uma, sair de uma condição social inferior, chegar ao topo e não olhar mais para baixo, de onde veio, ou negar que tenha vindo debaixo. Exceto se precisar de alguém ou alguma coisa.

É uma patologia típica do capitalismo.

Barack Obama enquadra-se nesse tipo à perfeição. Fez sua carreira política explorando o fato de ter a pele negra (embora seja branco no modo de pensar), de ter sido criado pela avó em ambiente pobre, de muito sofrimento e ter vencido.

Se olharmos os bilhões de seres humanos vivos em todo o planeta, um olhar assim meio que de esguelha, vamos perceber que esse vencer é mais ou menos como bilhões de rolhas dentro de uma garrafa e cada uma dessas rolhas tentando de forma desesperada (é a lógica do capitalismo, vale tudo. Ladrão de galinha cadeia José Collor Serra governo de São Paulo) passar pelo gargalo e chegar ao espaço que conhecemos como classe média ou mesmo o topo, assim que nem Eike Batista (dá o direito de comprar Madona por sete milhões de dólares).

Ou Luma de Oliveira até que um incêndio atrapalhe tudo, mas essa gente é de tal ordem amoral que isso não altera em nada a pose como se diz aqui em Minas Gerais.

No afã de manter o estado atual de coisas, evitar a ascensão da classe trabalhadora, conquistas mínimas que sejam (como o caso do salário mínimo), a mídia já anuncia que o novo salário, algo em torno de 510 mil reais, vai custar 600 milhões de reais à Previdência.

E surgem de pronto com a palavrinha mágica, o tal déficit.

Não existe déficit na Previdência e isso já foi provado à exaustão. Existe rombo provocado, por exemplo, por governos como o de FHC, que lançavam mão do dinheiro arrecadado para privilegiar processos de privatização em que a empresa privada entrou com o contrato social entre os quadrilheiros e o governo via BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), com o capital a fundo perdido.

Essa forma como a mídia mostra o próximo aumento salarial, como sendo custo, é o jeito de protestar que a turma de cima usa, claro e evidente que a mídia é deles, custa uma nota também (que o diga José Arruda que comprou uma entrevista daquelas que VEJA vende nas páginas amarelas).   

É o jeito dentre outros, da senadora Kátia Abreu reclamar de onde vai sair o rico dinheirinho para a agricultura e ser desviado em sua campanha para o Senado. Ou os sete milhões que Eike Batista “doou” a Madona para ajudar as criancinhas pobres num projeto desenvolvido em parceria com agências norte-americanas e sionistas (Israel), para colonização de áreas na Amazônia. Madona é só a mercadoria oferecida em troca dos milhões, tem um percentual na história. Esse Jesus é outro, não é o original. Está mais para Eike que para bombeiro.

Uma espécie de boneco inflável que anda, fala, mas não pensa, tecnologia de ponta do capitalismo espetáculo.

Imagine se Ermírio de Moraes, dono de muitos escravos pelo Brasil afora, que transforma o antigo estado do Espírito Santo em grande plantação de eucalipto para gerar “progresso” e desertos futuros, vai achar que o trabalhador deve ganhar um pouco mais. E o dinheiro público para financiar seus projetos privados? Ermírio de Moraes, até num país como os Estados Unidos estaria na cadeia, com o mínimo de respeito à lei.

Lá em cima os caras paralisam o processo contra o banqueiro Daniel Dantas, ainda mais nessa época, Natal, sempre necessidade de comprar mimos para família, adjacências, mas cá embaixo milhares de presos permanecem nos presídios com pena cumprida sem que se dê a mínima a essa desumanidade.

A ceia de Dantas vai ser farta e os ossos, com certeza, serão atirados aos debaixo num gesto de caridade suprema.

Para Obama se o clima se lasca, se o planeta se arrebenta com o aquecimento global, paciência, vão criar formas de assegurar o império (as cavernas como dizem os generais boçais), os castelos da nova Idade Média, a da tecnologia. Os barões garantidos e os servos à volta, mantidos à distância por 30 mil homens enviados ao Afeganistão para “completar o serviço”.

O problema é pagar as contas da GENERAL MOTORS, dos bancos falidos, da FORD, mas nunca dos desabrigados do furacão Katrina que permanecem em acampamentos até hoje, sem que New Orleans tenha sido reconstruída com um décimo do que gastam para fabricar armas nucleares com que aterrorizam o mundo, mantêm o controle e colocam a culpa no Irã.

O deputado Rodrigo Maia, presidente do DEM, quadrilha associada ao PSDB (tucanos), está enrolado, mas nem tanto, qualquer Gilmar Mendes dá jeito. Está em mãos da Procuradoria Federal um recibo assinado pelo distinto, o mais “leal” defensor do governador José Roberto Arruda, declarando que recebeu da empresa pública FURNAS, a quantia de 200 mil reais, sendo 150 mil para sua campanha e 50 mil para a campanha do “Dr. José Serra” (doutor não sei em que, parece que em chantagem, extorsão).

Foi em setembro de 2002, quando José Collor Serra foi candidato e perdeu para Lula. O referido documento foi entregue por Nilton Antônio Monteiro, ao procurador federal Ronaldo Meira de Vasconcelos Albo, chefe da Procuradoria Regional da República da 1ª Região. A entrega foi feita em catorze de maio deste ano e o documento chegou às mãos de Nilton Monteiro através do ex-diretor de FURNAS, Dimas Fabiano Toledo.

Furnas foi a grande financiadora das campanhas tucanas nas campanhas de FHC Serra. Mais fácil de operar o caixa dois por lá. De disfarçar anúncios, digamos assim, para a GLOBO, VEJA, FOLHA DE SÃO PAULO, todos superfaturados com repasses a candidatos a governos estaduais, deputados, senadores, toda a malta DEMocratática e tucana.  

Está devidamente assinado pelo impoluto deputado Rodrigo Maia. Aí a pergunta – mas assinar por que, para se entregar, confessar culpa? – Nada disso, para ficar com o rabo preso com os chefes. No caso do deputado Rodrigo Maia não é só o rabo preso, é por inteiro. Canalhice ali fez morada.

Se o trabalhador começa a ter perspectivas melhores, a partir daí começa a enxergar que é possível acabar com essa conversa de se inspirar num cretino qualquer tipo Obama e achar que ele também pode chegar lá, complica para os de cima. E com melhores condições, falo de ganho do trabalho,  partir para a organização, buscar de fato arrebentar o gargalo dessa garrafa e assumir o seu destino, o destino de transformar e mudar a nação a partir de quem a  constrói. Dana tudo para dona Kátia, para José Collor Serra, para Rodrigo Maia, para Anthony Garotinho, para FHC e sua pirâmide e Eike não vai poder comprar mais Madona, vai ter que circunscrever-se a um mercado mais barato, mercadoria de menor valor na teoria do espetáculo.

É assim que os lá de cima enxergam os debaixo e é assim que querem manter os cá debaixo. Para isso existem A GLOBO, A BANDEIRANTES, Marcelo Rossi, Edir Macedo, FOLHA DE SÃO PAULO, ESTADO DE SÃO PAULO, RBS, VEJA, ESTADO DE MINAS, CORREIO BRAZILIENSE, toda essa teia de jornais, rádios e tevês em mãos de grupos econômicos, deputados, senadores, a turma dos castelos.
 
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