A IMPORTÂNCIA DE PARECER LAVAR MAIS BRANCO – MESMO SUJANDO MAIS

A maior parte das pessoas descobre que determinado tipo de sabão ou produto químico não remove determinadas manchas. A propaganda sim. A ilusão sim.  É comum lavar uma peça de roupa manchada com um produto que remove manchas e quando você vai lá a mancha apenas diminuiu, ficou invisível à distância, dá para usar a camisa, se for o caso, numa ou noutra situação.

O que vale é o que você vê. A aparência como afirmação da vida. 

Um marqueteiro é alguém que transforma a partir de ilusões e aparências, lógico, um produto de segunda ou terceira categoria em um salvador, guia supremo, fonte de todas as respostas. 

Você pega um canalha lato senso padrão Fernando Henrique Cardoso, ideal para qualquer marqueteiro porque amoral, sem princípio algum, sem alma e o transforma num presidente de um país como o Brasil, a partir da mágica de um plano econômico, de promessas fantasiosas e todo um esquema que cria a sensação que a mancha foi removida. Ou as manchas serão removidas e tudo será branco e cristalino como se pretende, ou se deseja, mesmo que permaneça sombrio.

Uma vez perguntaram a um mágico, acho que Houdini, como ele era capaz de fazer as pessoas acreditarem em determinados truques. A resposta foi simples – “eu as faço acreditar que estão vendo aquilo que estou dizendo que quero que vejam porque elas querem ver” –.

FHC criticou o acordo militar Brasil/França, a construção de submarinos movidos a energia nuclear, assuntos que deixou pendentes em seu governo, tal e qual a compra de caças para reequipar a FAB – FORÇA AÉREA BRASILEIRA –.

Quem prestar atenção aos movimentos de FHC vai perceber sem a menor dificuldade que todas as vezes que o ex-presidente fala, interpreta a posição do governo dos EUA sobre questões que dizem respeito ao Brasil.

Numa das muitas reuniões que manteve com o presidente Bil Clinton quando ambos governavam seus países, FHC deu a seguinte resposta ao norte-americano sobre a proposta de fusão das forças armadas de todas as Américas, uma clara tentativa de controle dos EUA sobre a América Latina.  “Por enquanto isso vai ser difícil, vai haver muita reação, é preciso esperar mais um pouco”.

A resposta reflete uma clara concordância com a idéia. Submissão absoluta. Mais ou menos como um gerente avaliar uma decisão que o presidente da companhia pretende tomar.

O ex-presidente esteve em Paris à semana passada, criticou o acordo militar entre Brasil e França e defendeu a descriminalização das drogas em relação ao usuário, alegando que o combate às drogas tem aumentado a pobreza.

Na manhã de terça-feira, dia 8 de setembro, uma faxineira que trabalha de domingo a domingo para ter condições mínimas de sobrevivência, comunicou ao seu empregador que não iria mais poder trabalhar. O filho de nove anos de idade havia sumido de casa nos feriados e foi encontrado numa “boca de fumo” em companhia de outros menores. Como o trabalho da mãe implica em passar perto de 12 horas fora de casa e o marido também, a solução foi um deles optar por ficar com o filho e tentar evitar que males maiores aconteçam.

Álvaro Uribe, apontado pelo Departamento antidrogas dos Estados Unidos como ligado ao tráfico, eleito pelo tráfico, financiado pelo tráfico, é o principal aliado do governo norte-americano na América do Sul na ação contra governos considerados hostis, porque contrários aos interesses colonialistas dos grupos econômicos que controlam aquele país.

O ex-presidente Nixon ao tomar conhecimento dos horrores praticados pela ditadura militar no Brasil contra presos políticos (todas as formas de tortura, estupros, assassinatos, a barbárie em suma), responde assim ao informante –“é uma pena, mas o Medice é um bom aliado, temos que fechar os olhos a isso”.

É a lógica do capitalismo. Imagine que Fernandinho Beira-mar, traficante e dono de grande fortuna, entre num banco ao mesmo tempo que você e imagine que ambos queiram um empréstimo para qualquer fim. Para quem o gerente do banco vai estender tapete vermelho, mandar servir cafezinho, e diante de quem o gerente vai babar?

Fernandinho Beira-mar é um peixe médio nesse negócio. Foi transformado num mega traficante por conveniência da mídia e dos verdadeiros donos do tráfico de drogas. É preciso fingir que se assusta as pessoas, fazendo de conta que o crime está sendo combatido e os criminosos estão presos. Sei lá,  Gilmar Mendes soltou Dantas.

Roberto Marinho praticou toda a sorte de falcatruas para montar um império destinado a alienar pessoas e morreu cercado de encômios, de glórias. Seus descendentes só fizeram manter o “negócio” e aprimorá-lo.           

Abaixo, do jeito que está lá, um perfil no Orkut de alguém que usa drogas. 

“Primeiramente, vcs não estão lendo o perfil de nenhum traficante, nenhum bandido, não ajo de má fé com ninguém e procuro pagar minhas contas sempre em dia, pago meus impostos, trabalho, amo² e sou amado, me sinto feliz e busco sempre estar bem comigo mesmo e com quem convive comigo, mais então surge a pergunta; Pq então tenho medo de ser classificado como bandido? Posso te responder da seguinte forma, vivo dentro de uma sociedade q vive de olhos fechado para o que é certo de fato ou o que é errado, vivo em um meio onde a uma cultura pré-estabelecida na cabeça de todo mundo, onde ninguém tem o direito de “pensar/acreditar/saber” o que realmente classifica o caráter real de uma pessoa, tudo o que acreditam como certo lhe é imposto desde sempre, e infelizmente nasci num local onde as pessoas acreditam e vêem uma planta como um monstro, até como coisa do demônio, uma destruidora de lares, uma porta aberta para um mundo escuro, e o que acontece com seus simpatizantes ? somos classificados pela sociedade como verdadeiros marginais, somos afastados de seus filhos. Bom, vcs c enganam quanto a essa classificação, somos humanos, e podemos sim ter caráter e valor, e pra mim mais vale fumar cânhamo com uns amigos, morrer de rir, interagir, pensar, amar, ser feliz, do que passar a noite na frente de uma tv assistindo novela, pelo menos eu não permito q o conservadorismo hipócrita tome conta de universo pensante que aflora em minha mente.
Não que fumamos cannabis o dia todo, não q minha vida rege em volta disso, mais me sinto bem, falo da cannabis pq é uma das proibidas pela legislação, mais quando conhecerem as plantas sagradas em geral, verão q o mundo é muito mais amplo, muito mais bonito, muito “MAIS” do que a rede globo mostra a vocês.
Cultivo e promovo trocas de enteógenos em geral, faço envios via correios (carta registrada/sedex)
saude e paz a todos”

Por mais assombroso que possa parecer, ou por mais chocante, é um depoimento que revela o imenso vazio do ser, na suposição de preencher-se a si e a sua tribo, mas na revelação precisa do caráter da sociedade hipócrita que vivemos.

O governador de São Paulo, José Serra, não compareceu ao desfile militar de 7 de setembro na capital do seu estado com medo das vaias. A eventualidade dessas vaias e a possível repercussão na imprensa nacional, nos meios de comunicação, mesmo controlados e dominados, prejudicariam sua candidatura presidencial e o marqueteiro, ou o conjunto de marqueteiros achou melhor Serra não ir. De repente as pessoas poderiam achar que ele não é efetivo na remoção de manchas e descobrir que na verdade Serra é um tipo de mancha que não se consegue remover. Como um câncer num estágio terminal.

Só que nesse caso, muitos outros, é um câncer moral.

O cineasta Oliver Stone, norte-americano, diretor de filmes que marcaram a história do cinema, marcam essa história, fez um documentário sobre o presidente da Venezuela, Hugo Rafael Chávez Frias. Levou-o, o documentário, ao festival de Veneza, um dos mais importantes festivais de cinema do mundo.

O filme foi exibido para cerca de 400 pessoas em sua primeira mostra e aplaudido de pé ao final. O próprio Chávez estava presente e assistiu a projeção ao lado de Stone. O jornal FOLHA DE SÃO PAULO, que emprestava carros da empresa à repressão para a desova de presos políticos assassinados nas câmaras de tortura da ditadura militar, no seu site UOL, colocou a notícia com o seguinte título:

Chávez vai a Veneza e puxa aplausos para
o filme de Oliver Stone, "South of the Border"


À primeira vista esse título sugere que Chávez se auto aplaudiu e constrangeu as pessoas a fazerem o mesmo em relação a ele.  Se, no entanto, você se der ao trabalho de ler a notícia inteira, em

http://cinema.uol.com.br/veneza/ultnot/2009/09/07/ult6418u80.jhtm

Vai ver que não houve nada disso. O líder venezuelano, eleito pelo voto de seu povo, foi aplaudido de pé após a exibição do filme/documentário. Que os presentes fizeram questão de cumprimentar Chávez, abraçá-lo e tirar fotos ao seu lado.

Toda essa caótica construção dita democrática que presenciamos e tomamos como ponto de referência para outra construção, a de nossas vidas, em si e no reconhecimento do outro, é pura farsa a que somos levados induzidos e conduzidos por um modelo corrupto, podre e que não tem a menor preocupação com o menino de nove anos que foi encontrado pela mãe na “boca de fumo”.
 
O tráfico é um grande negócio para presidentes como Uribe, para pequenos presidentes como Obama (mesmo que seja da nação mais poderosa do mundo), porque é um grande negócio para banqueiros e os donos do mundo, os mesmos que determinam bombardeios no Afeganistão contra populações civis para “libertar” afegãos.

E assim como o perfil no Orkut revela essa terrível realidade da aparência, da vida ser aparência, espetáculo (e existem outros perfis chocantes), mostra também que entre Beira-mar e Gilmar Mendes, por pior que seja, Beira-mar é sempre menos ruim. É um produto numa escala, onde Gilmar é superior, de qualidade superior, freqüenta vitrines mais luminosas e brilhantes. Na bandidagem.

É um modelo podre, onde o sabão em pó seja FHC, Serra, Daniel Dantas, Sarney, Tasso Jereissati, Marco Maciel, toda essa estrutura se sustenta em meninos de nove anos nas bocas de fumo.

Ou em rapazes de classe média alta, moradores de condomínio fechado na Barra da Tijuca (enclave do estado da Flórida na cidade do Rio de Janeiro), que assaltam uma trabalhadora a pretexto de limpar a cidade de “prostitutas” e pegar o dinheiro dela para comprar a droga de cada dia. De quebra, escorados na moral e nos bons costumes da hipocrisia, da mentira, lhe dão uma surra.             

A verdadeira droga é o modelo. A chamada ordem institucional, democrática, etc, etc.
Há uns anos atrás se tinha uma convenção não escrita que bandidos não podiam terminar o filme impunes, ou vencendo mocinhos. Uma simplificação besta, mas que ilustra o que quero dizer.

Quando no depoimento que transcrevi acima, o do Orkut, o ser fala em “novela da Globo”, está falando no bandido ganhando todas, porque o bandido está e é a própria GLOBO.

E o que fazem é vender a hipocrisia como modo de vida.  Feito isso é só por um guizo em quem vai à frente da boiada.

Pode ser um Pastinha qualquer, pilantra de baixo coturno, pode ser um FHC ou um Serra, no nosso País, um Uribe na Colômbia. Mas todos são pilantras nesse esquema de “ordem e progresso”.
Importante é vender o peixe, a aparência e fazer cada um sonhar que é livre numa prisão sem grades visíveis.

Esse modelo que vende para você a droga via GLOBO, em tudo o que significa, o conjunto dos shoppings do espetáculo da aparência, ou a aparência no espetáculo, vende também o “antídoto”, na droga Edir Macedo, na droga Marcelo Rossi, na droga sucesso a qualquer preço, na droga ame a si próprio acima de qualquer coisa, dane-se o outro. Ponha grades nas janelas e esqueça, ignore as roseiras.

Se você não estiver de saco cheio de tantas considerações que vão lhe parecer mais que chatas, afinal não há luzes piscando, nem vitrines, nem sanduíches super coloridos, ou dentes brilhando de brancos, dê uma olhada em

http://nandatardin-igrat.spaces.live.com/blog/cns!EAACB9B2BE3F619D!259.entry
 
Pode ser que não seja tão chato assim e a vida valha mais que aquele aromatizador que percebe a presença humana e elimina os maus odores. Com a garantia que isso não acontece em espaços inferiores a trinta minutos, vale dizer é econômico, por mais papagaiada que você faça para provocar a tecnologia do bom cheiro. 

Para eles, os donos, você, eu, todos somos apenas papagaios assim que nem o louro de Ana Maria Braga. E olha que ele está ali para consertar as mancadas da senhora em questão. Bem mais inteligente que ela.
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