O debate da BANDEIRANTES trouxe a lembrança de Collor e seus ataques de Super Homem, na histeria de Aécio Neves e sua linguagem de “indignado” com as declarações que iam sendo feitas pela presidente Dilma Roussef. Serena, íntegra, a chefe do governo e candidata à reeleição foi demolindo seu adversário como Sugar Ray Leonard fazia no ringue.
Os anos 90 de volta, como lembrou uma pessoa amiga. Acostumado a leite de pato no píres, o candidato tucano não apresentou uma proposta que não os velhos chavões da política e a ameaça de retrocessos capazes de transformarem o Brasil em terra de ninguém, paraíso do capital estrangeiro e um imenso loteamento das riquezas.
Ringue sim, pois a mídia de mercado, podre, venal, transformou a sucessão numa luta de baixarias das quais Dilma tem conseguido escapar. É só o registro do caso do jornalista Xico Sá, da FOLHA DE SÃO PAULO, que se demitiu por ser impedido de declarar seu voto a Dilma.
Sem qualquer resquício de escrúpulos estão jogando a PETROBRAS no lixo, preparando a entrega do pré-sal (fato revelado pelo WIKILEAKS), com o treinador Armínio Fraga à espera do Ministério da Fazenda para passar a escritura do Brasil.
Aécio acostumou-se à mídia de Minas Gerais, comprada a peso de ouro (quem não se vendeu está preso) para enaltecer o que não fez. O que fez? Desviou 4,3 bilhões da saúde, sucateou a educação, usou a CEMIG para financiar campanhas eleitorais de seu partido e amigos, construiu um aeroporto particular na fazenda do tio em Cláudio (usado pelo tráfico de drogas) e outro em Montezuma, tudo para seus negócios.
Ao ser confrontado tem chiliques, pois Andréa Neves não está ali para demitir, perseguir e mandar prender jornalistas, que dirá Dilma Roussef, sua adversária no segundo turno.
Proclamou-se neto de Tancredo. E ai? Os avós não são responsáveis pelos atos dos netos e um documento recente mostrou que tinha um cargo na Câmara dos Deputados, ainda menor de idade.
Nasceu em berço esplêndido, onde a pirraça era a constante e Leblon o paraíso. Ora bêbado distribuindo dinheiro, ou dirigindo e fugindo do bafômetro, ora entupido de drogas como diz o senador Roberto Requião – “cheirador de cocaína, ladrão e sem vergonha”. Requião é um dos mais íntegros políticos brasileiros.
Conseguiu a adesão de Marina da Silva na crença que os votos da tresloucada serão suficientes para vencer as eleições. Ledo engano. Marina já estava na curva descendente antes do primeiro turno, revelando-se uma doidivana e agora racha dois partidos. Um real o PSB, outro de ficção, o seu, a REDE.
Com certeza tomou umas e cheirou carreirinhas antes do debate. É o seu estado normal e não consegue respirar ou falar sem que assim esteja, bêbado e drogado. Por mais força que a REDE GLOBO faça.
É uma reedição farsesca de Collor de Mello, um retrocesso sem tamanho para o Brasil, uma perspectiva de crise política de dimensões incalculáveis no frágil processo democrático brasileiro.
O que ficou claro é que o candidato tucano representa um “brazil” diverso do que temos, o Brasil e seus caminhos de potência mundial. E tudo isso com a chancela das elites preconceituosas que acham que o Nordeste e os eleitores de Dilma devem ser proibidos de votar por não compreender os desígnios divinos da OPUS DEI e da FIESP e as ordens de Wall Street e de Washington.
A direita, tenebrosa e traiçoeira tenta impor um novo Collor com o apoio descarado do partido da mídia.
E um Collor muito mais perigoso, pois traz consigo o que há de pior na política brasileira.
O dilema, se é que dilema, é simples. É de sobrevivência do Brasil diante das ameaças de um político despido de qualquer princípio, que nada na agua do volume morto da Cantareira, marrom e fétido. A política do ódio e do preconceito.
- Laerte Braga
- Opinião