OPINIÃO - 2013 A 2014

Quando da crise na Argentina, provocada pela renúncia do presidente De La Rúa, um desses partidos de esquerda do Brasil, padrão “esquerda que a direita adora”, investiu cerca de um milhão de dólares nos protestos no país vizinho, na certeza que ali acontecia uma “revolução espontânea”. O poder ao alcance das mãos. Durou um mês, até Duhalde equilibrar as coisas, convocar eleições gerais e Néstor Kirchner ser eleito.
A contabilidade registrou um prejuízo de um milhão de dólares e a aposta foi perdida. A culpa acabou sendo dos norte-americanos.
Em 2013, no Brasil, o mesmo partido e outro, não perceberam que a mídia, sobretudo a GLOBO, apostavam nos black blocks e nos anonymous como instrumentos de “protestos”, esvaziando o noticiário de greves legítimas e movimentos vitoriosos como o dos professores no Rio, dos metroviários em São Paulo, usando os dois grupos como aríete contra o governo Dlma Roussef.
De novo a “esquerda que a direita gosta”.
O “despertar” dos trabalhadores estava restrito a dois bandos financiados com capital externo interessado em desestabilizar o Brasil, encher de pânico a classe média (a que come arroz e arrota maionese).
As eleições de 2014 trouxeram os resultados que a mídia e esses bandos buscaram gerar um ano antes. O “não vai ter copa” trouxe de volta ao Congresso figuras como José Serra, conseguiu o prodígio de reeleger Geraldo Alckmin, transformou Romário em senador e um monte de absurdos num País que clama contra a corrupção, mas vota em corruptos.
Foi aí que Fernando Henrique Cardoso, do alto de sua divindade, proclamou que o nordestino e o nortista são “ignorantes”.
Não caíram na esparrela, na armadilha do capitalismo, transformadas pela mídia venal em ameaça à democracia.
Os mais de 400 mil votos obtidos por Jair Bolsonaro no Rio refletem isso, a convicção que “bandido bom é bandido morto” e que é possível justificar a tortura no regime militar.
A isso se acresce a mistura religião e política, a segunda etapa do processo e temos 2014 sem espanto algum, mas como consequência das artimanhas do capitalismo, das elites podres do Brasil e um toxicômano, contrabandista de nióbio, respondendo a processos de corrupção depois de ter devastado um dos mais importantes estados brasileiros, Minas Gerais, disputando o segundo turno das eleições para a escolha do futuro presidente.
E lá vão, dentro dessa perspectiva, os dedos do Brasil, pois os anéis FHC vendeu/doou no mais anti nacional dos governos que tivemos. Nem os ditadores militares a exceção de Castelo Branco. Seu ministro Juracy Magalhães dizia que “o que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil”. Gases de um cérebro colonizado.
Dois exemplos das consequências dessas aventuras. As derrotas de Olívio Dutra e Eduardo Suplicy, respectivamente no Rio Grande do Sul e em São Paulo (país vizinho que fala a mesma língua e faz fronteira com o Brasil).
Os movimentos de 2013, fora do campo do movimento social organizado, estão aí, vivos e lampeiros, sem um protesto contra a falta d’água em São Paulo, mas tecendo loas a Alckmin.
2013 foi um aborto mal feito, o feto nasceu deformado, como queriam os protagonistas, principalmente a mídia histérica, quando todos achavam que se protestava de forma adequada contra as famílias que controlam o setor, a GLOBO à frente.
Se o movimento CHEGA de dondocas paulistas não fez mais que reunir bolsas Louis Vuiton em protestos mínimos, 2013 trouxe para o centro do palco os que acreditam que o rastilho da revolução popular vá se acender espontaneamente.
O que sobra? Ou reelegemos Dilma Roussef e seguimos como País independente, soberano e íntegro em seu território, o BRASIL, ou completamos a lambança com Aécio e viramos um BRAZIL.
Se FHC acha que alma mais gentil dos brasileiros, o nordestino, é ignorante, Armínio Fraga, homem chave de Aécio fala que o salário mínimo está alto e é preciso um pouco mais de desemprego para ajustar e equilibrar a indústria.
É o homem de George Soros, o especulador que comanda países, junto com Washington e Wall Street, com as patas e garras na expectativa de lotear o País.
Os protestos de 2013 apenas lançaram alguns alicerces dessa guinada que muitos não compreendem.

 

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