Futebol é o único esporte que mexe com emoções em todo o mundo, em todos os cantos. Somos uma “bola” e expressamos essa bola nos estádios. Há registros históricos de prática desse esporte, de uma forma primitiva, na China antiga. As cabeças dos inimigos mortos eram as bolas.
As distorções, a corrupção e as regras draconianas da FIFA são reflexo do capitalismo, da transformação do esporte em negócio, em instrumento de fazer dinheiro, tanto quanto, de transformá-lo em circo para o povo na sociedade do espetáculo.
Não significa que o esporte tenha se descaracterizado. Para cada Blatter, existe um Cristiano Ronaldo, um Messi, como existiram Pelé, Garrincha, Leônidas, Zizinho, Gerson, Didi, Maradona e tantos outros no país do futebol.
O futebol é maior que essa gente.
Os recursos gastos pelo governo federal e pelos governos estaduais, incluindo a corrupção, como no caso do MINEIRÃO e outros estádios não superam um mês dos investimentos em educação.
Os problemas da educação no Brasil não resultam e nem são consequência da Copa do Mundo. Longe disso.
Aquela velha piada de vinte e dois homens correndo atrás de uma bola, esconde uma realidade, a de um esporte onde a inteligência, a disciplina e a aplicação são fundamentais.
Como dizer, por exemplo, que Luís Felipe Scolari e Carlos Alberto Parreira são responsáveis por situações negativas em determinados pontos da ação governamental, ou da ação do Estado? São dois homens íntegros, competentes e dedicados, exemplos inclusive.
João Saldanha, comunista, dizia que o problema do futebol está nos cartolas. “É só formar a liga, inscrever os times e distribuir as camisas”.
Hoje se tem máfias. FIFA, as consequências dessa “Cosa Nostra”, como máfia de juízes, de cartolas de clubes, de empresas ligadas ao setor na lavagem de dinheiro, mas não só aqui como na Europa. O futebol inglês é uma grande lavanderia.
E nem o Brasil poderia deixar de pleitear ser a sede de uma Copa do Mundo. Fernando Henrique tentou e não conseguiu e a eventualidade de uma copa promovida por tucanos seria algo bem mais custoso do que se fez para a atual.
O que o Brasil dá ao mundo é uma lição de capacidade, de avanço e assim será nas Olimpíadas. Não importa que os tucanos estejam torcendo contra e Alckmin demitindo funcionários do metrô para jogar gasolina no fogo, na perspectiva de fracasso e tumultos na abertura. O caráter escorpião é da natureza dessa gente.
O que vamos ver a partir dessa quinta-feira, com percalços que aconteceram em todos os países inclusive Alemanha, é um espetáculo que não tem nada de circo.
- Laerte Braga
- Opinião