Rio das Ostras – O Polifônico está de luto e este luto se estende ate O Rebate. Morreu subitamente nesta terça-feira, 27, aos 66 anos o jornalista Benoni Alencar. Natural do Piauí foi um homem lutador, que deixa um enorme legado para todos, sobretudo para a juventude de Rio das Ostras, com quem sempre gostou de dialogar em seus últimos anos de vida.
Ícone das lutas dos trabalhadores, atuou em partidos de esquerda durante toda a vida chegando a ser perseguido e preso durante a ditadura militar.
Nos últimos anos vinha defendendo a linha de pensamento apresentada por militantes do PSOL e tornou-se fundador do Núcleo do PSOL Rio das Ostras ao lado de outros jovens militantes.
Em sua casa, no Palmital, promovia verdadeiros seminários sobre política, filosofia, sociologia… foram muitos os amigos que ali compartilharam momentos inesquecíveis de grande troca e aprendizagem.
No dia 12 deste mês estive com Benoni pela última vez. Em uma visita de rotina jornalística para ‘cobrir’ o nosso poder judiciário, nos encontramos no corredor do Fórum e cheguei a indagar: Mas ainda por aqui, camarada? E ele, sorrindo, disse: “Ainda… faltam seis meses, Leonor, para eu conseguir descansar…”
Ele recebia naquele dia o companheiro do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado do Rio de Janeiro, Vilson Siqueira, que estava em campanha para o pleito da nova direção do sindicato, pela chapa 2, Renovação Já!. Benoni concorria pela chapa na Coordenação de Aposentados, Pensionistas e Segmentos, da Regional Lagos. As eleições acontecerão nos dias 4, 5 e 6 de outubro.
Este ano, em junho tive a oportunidade de registrar um dos últimos momentos públicos de Benoni em plena militância. O contexto era a Marcha da Liberdade e dezenas de jovens e moradores de Rio das Ostras tomaram a Praça José Pereira Câmara.
O jornal Piauí Hoje, deu uma nota sobre o falecimento do jornalista em sua edição online, na qual diz: “Ele foi um grande líder estudantil na época da ditadura militar ao lado de ex-deputado federal Antônio José Medeiros. Na época, por sua forte atuação no movimento estudantil foi preso em Teresina. Após perseguições políticas, fugiu para o Rio de Janeiro, onde morou até hoje. Era conhecido com o codinome “Geovane de Valença”.
Atualmente, Alencar trabalhava no Tribunal Estadual de Justiça em Rio das Ostras-RJ. Ele também conseguiu ser anistiado pelo Governo Federal como uma das vítimas da ditadura.”
Em 2010 fiz uma sequencia de fotos quando nos encontramos em frente ao Boi na Brasa… o engraçado foi que ele não percebeu que eu estava ali fazendo as fotos e quando finalmente olhou em minha direção, espantou-se! Chegou a dizer depois: “Pensei que era alguém daqueles tempos…” Nos abraçamos e rimos bastante…
Em 2008, em visita a uns amigos no Maranhão, passeando pela praia de Aracagy, ele escreveu o poema: