Dacinho nasceu para ser professor, mesmo tendo seu pai como membro do magistério. Gostava de educar e sabia fazer com maestria e encantamento. Macaense, filho de um dos pilares mais eminentes da história de nossa região, ele brotou do tronco forte e vigoroso do velho Francisco Lobo que teve como esposa a minha Tia Santa...Acostumei-me a ouvir falar dos Lobos, fui assiduo frequentador da "CHACARA DE CHICO LOBO" , tomei muito Caldo de Cana na saudosa moenda tocada a mão que ficava uns 10 metros da escada da cosinha de uma linda casa antiga que tinha em seu enterior o aconchego das grandes energias. Dacinho nem pensava em nascer e isto foi nos anos 40 e 50 quando Macaé só tinha Chácaras e longos terrenos. Minha avõ tinha algumas destas Chácaras que, como a do Tio Chico Lobo, começavam onde é hoje a Avenida Ruy Barbosa e iam todos "se acabarem" na Linha dos Trens...Caminhei anos a fio, de mãos dadas com Alice Quintino de Lacerda, minha querida Dinda e Avó.
- "Bença, tio Chico, Benja Tia Santa.... era assim as presenças de pessoas cujas vozes, em harmonia com o divino, entravam em nossas mentes e ficavam encrustadas nas paredes lindas de nosso mundo mental. Mirnes, Dácio, Joca, as meninas Zelma e Zilma, Pingo, Pitico e Penha, seus tios e, todos contemporâneos, primos e amigos de minha mãe Ecila que me contava dos bailes tocados a manivelas onde o Mirnes Lobo, colega de farda do meu meu Djecyr Gama, fazia questão de ser o DJ... bons tempos, bons frutos que, semeados por toda a nossa região, estão ai para florescer belas espécies flores e frutos na eterna transformação dos seres e ana perpetuação da espécie que tanto encantou o velho Charles Darwin...Dacio Lobo Jr. vem deste tronco, irmão de minha querida Dionete e que se destacou no mundo das letras e da música onde se didicou com afeto e com competência. Fizemos grandes momentos de histórias. Conheci suas andanças na curiosidade do mundo, caminhamos um tempo lado a lado e fomos fundo na busca do conhecimento. Se tivemos erros sociais que não se sejam jamais julgados pela sociedade que ela jamais será juiz de experiencias havidas. Fomos fundo e buscamos a existência do ser e do não ser onde poucos voltam... voltamos cada um a seu modo de vida. Eu na "escritação" (inventei o termo) e ele na busca da querência filosófica.Nos bons tempos, das ciumadas dele com sua companheira dos anos 70 Tyrla, de quem tenho a mais profunda saudade, até os belos momentos como professor da fafima onde Lucia e tantas outras mulheres, beberam da água de seu ensinamento de vida e de experiencias...
Hoje, as 14 oo, neste domingo de sol e vento, soube por minha filha Aninha que a Yeda Moraes, sua ex companheira dos anos 80, havia ligado para Lucia falando da morte de Dacinho. Morre uma cabeça pensante, morre um pensador. Um homem que se orgulhava das pequenas coisas de sua terra. Lembro que ele teve um velho carro vermelho que, as vezes só pegava empurrado, carro que Dacinha se orgulhava de ter comprado de "Tizll" o engraxate... Falava como se este carro fosse alguma coisa levava toda uma gama de historicidade macaense no marcamento de suas andanças pelas ruas da cidade e do Bairro da Barra do Rio Macaé...Professor e aluno do Marxismo contenporaneo jamais se afastou da musica, da composição de textos musicais e da história...Afastado de seu convivio não seria eu a pessoa certa para fazer esta perpetuação de sua vida e morte no busca mundial de O REBATE. Mais fica a minha homenagem a este amigo que um enfarte levou.
Jose Milbs de Lacerda Gama editor de O REBATE www.jornalorebate.com