Ubirajara Barbosa Barreto, o Bira, aos 85 anos, morre na cidade onde nasceu...

Nascido em Macaé, filho mais velho de José da Cunha Barreto e Ilda Antunes Barreto, faleceu hoje, pela madrugada, em sua residência no Bairro dos Cavaleiros, Ubirajara Barreto. Militar, fiel as ordens superiores, era considerado. nos anos 60 e 70 um dos mais eficientes atiradores do Exército Brasileiro. Conhecedor das profundesas das selvas, caçador dos mais dedicados, aprendeu com seus antepassados a sobrevivência nas matas e era sempre visto contando grandes histórias das ruas de Macaé onde nasceu e morreu. Casado com Talita Pinto da Silva Barreto, deixa filhos, netos e bisnetos. Suas histórias, muitaa delas, havidas na Rua do Boa Vista, no Bairro onde residiu em sua infância eram semples entremeadas de alusões a grandes figuras de nosso folclore, No tempo em que havia poucas bicicletas e nunca carros em nossa ruas empoeiradas, Bira defencia a caça aos animais e falava com alegrias de suas caçadas nas Ruas e becos de nossa cidade. Sempre, ao cair das tardes, falava e deixava a mostra o brilho feliz de seus olhos, chegava em casa em companhia de meu pai, trazendo uma "fileira" de pássaros de todos os tipos que seriam comidos por meus outros irmãos e visinhos, preparado pelas mãos suaves e competente de minha mãe Ilda.Na pesca, já nos anos 80 e 90, seguia os passos de seu querido irmãos Paulinho Barreto, Phydias Barreto e Zezinho Barreto na caça de Robalos e Sardinhas no Rio Macaé. Quando, provocado por mim. sobre está lei de "defesa dos animais" ele era taxativo e se monstrava extramenete radical. Dizia não entender isso que está acontecendo e as pessoas na]o poderem mais caçar as capivaras, Os tatús, os Veados, as Onças, tão comum nas matas de Resende e outros bichos de paladar gostoso. Parecia, e ai todos ficavam em silencio ao ouvi-lo, que Jajara não havia chegado ainda aos anos 2000. Sua mente se fixava nas lindas noites em que varava madrugadas e mais madrugadas para trazer para casa grandes elementos da fauna silvestre...Irmão mais velho de Orlando, Nicinha, Ilda, Silas e Armando Barbosa Barreto era sempre visto nas janelas da antiga casa dos Barretos na Avenida Ruy Barbosa onde, desfiles, carnavais, festas, pessoas e gente do dia a dia, passavam em longos e afetivos cumprimentos e alegres papos. Durante os desfiles de carnaval, todos realizados na antiga Rua Direita, era linda a saudade que bate com as janelas cheias de pessoas que, mesmo nao participando das "Loucuras dos saudáveis carnavais dos anos 50 e 60", se sentiam bem e eram comemorados em ativos apertos de mãos. Calçadas Macaenses cheias de Cadeiras, senhoras e senhores abraçados pelos "respeitáveis bêbados dos carnavais de antanho", o sentimento era torneado pelo afetivo de um mundo cumum em todas as Cidadezinhas de Interior quando todos se conheciam e se amavam...Foi assim que conheci Ubirajara Barbosa Barreto, elegantemente fardado e ao lado de minha querida prima Talita. Foi assim que a MEMORIA MACAENSE foi se fixando nos meus textos de maneira que possa, sempre que possivel, retratar esta paisagem linda que todos devem possuir, a seu modo e vivência, em suas mentes.Ubirajara Barbosa Barreto, O Bira para os Militares, Jajara para os intimos, deixa uma grande história para ser contada e que, em algumas páginas, participei.
Lembro que, numa tarde, quando o Sol ainda estava por sair das cercanais da Rua da Praia, caminhei com meu velho amigo Armando, seu irmão, ao encontro dele e de seus irmãos que pescavam na Ponte do Rio Macaé. Centenas de caniços, dezenas de bons pescadores na busca dos Robalos... Diziam todos aos cantos e ventos: "está dando muito Robalo no Rio Macaé... Ao me aproximar, vendo um velho caniço que o Paulinho tinha deixado de reserva, estendido ao chão, o peguei; Tinha ainda um resto de Camarão num anzol envelhecido pelo tempo. Joguei ao Rio. Parecia que tinha um Peixe de boca aberta esperando.Foi só jogar e fisgar... Alvoroço, todos ajudando a puxar o lindo Robalo de uns 2 quilos...Jajara, sempre que o via se lembrava do fato e de minha perspicácia ao responder a indagação de todos como foi que tinha pego um peixe tão grande e em tão pouco tempo... Disse: "É que eu rezei a oração do pescador. Senhor fazei que eu pesque um peixe tão grande que quando for contar não tenha que aumentar... Pois é. Tudo passa e a vida continua...A familia do meu amigo Jajara, os sentimento de O REBATE..Jose Milbs de Lacerda Gama editor de www.jornalorebate.com
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