Professor
Na entrada do século XXI todos estão perplexos ante o desrespeito crescente com a vida e o ser humano.
O século XX consolidou a transformação do dinheiro na própria riqueza e ele deixou de ser uma representação dela, extrapolando a sua finalidade de facilitar as trocas comerciais (moeda).
Nisto, os valores se perverteram e a ética desapareceu.
As pessoas são induzidas na direção de um enredo de vida fixado no “ganhar dinheiro” a qualquer preço e as próprias metas de “sucesso” são desenvolvidas como sinônimo de ganhar mais dinheiro, ficar rico.
Existe um exemplo que retrata bem a regra dominante. O traficante de drogas conhece todas as conseqüências do vicio mas vendê-la é a sua maneira de “ganhar dinheiro”, por isso não aceita nenhuma interferência no seu “negócio”. Defende-o até com armas.
As corporações transnacionais centram toda a sua atuação na obtenção dos maiores lucros possíveis e não têm o menor apreço ao atender a população. Não demonstram nenhum prurido ético em usar trabalho escravo até infantil (colheita de cacau na África, carvoarias em vários locais do mundo), em destruir o meio ambiente acabando com o sistema de sobrevivência dos habitantes tradicionais (Delta do Niger para explorar petróleo – Mata Atlântica do Brasil para produzir papel), em excluir os mais pobres, que como humanos, têm direito a uma vida com atendimento de suas necessidades mas são ignorados por não darem “retorno financeiro” até no atendimento de um bem essencial como a água. Não se preocupam com as automatizações desenfreadas, e não olham as conseqüências sociais dos que ficam desempregados e sem condições de criar seus filhos com dignidade.
Transnacionais ocupam os serviços de concessões de energia, água, transportes, comunicações e mesmo com isenções de impostos impõem elevadas tarifas remetendo prioritariamente, o fluxo de dinheiro produzido para os seus acionistas no exterior.
Estamos indefesos ante o poderio avassalador das transnacionais até porque elas dominam os meios de comunicação, omitem informações o que impede discussão, contraditórios e formação de opinião.
Nesta situação, as coisas vão acontecendo como fato consumado, sempre com muitas perdas para as comunidades na antítese do que seria ético, humano e cristão.
Como reverter esta situação?
Esta é a angustiada pergunta que paira em todos os ambientes.
Onde, está o baluarte que possui conhecimento, tem condições de formar opinião e capacidade para atingir todas as camadas sociais, independente dos veículos de comunicação?
Professor !!!
O professor é a alma da comunidade!
É o principal foco irradiador do conhecimento. Não há como tirar os pensamentos, idéias e convicções que estão em seu cérebro.
Professor: na atual situação da humanidade não pode haver o “Isto não é comigo” e muito menos o “não posso fazer nada”, numa sensação de impotência.
A omissão dos meios de comunicação tem que ser suplantada pelo idealismo e todo dia, em todos os lugares, na sala de aula, no recreio, nas reuniões, nas conferências, nas conversas, os professores e todos nós (os professores com a responsabilidade de serem poderosos multiplicadores) temos a obrigação de divulgar os estudos e informações que desmascaram a ditadura do dinheiro nos transformam em servos da moeda.
O conhecimento é fundamental e o professor sabe que não é possível ficar acomodado com as frases feitas, os conceitos estereotipados e submisso aos consumos impostos pela propaganda das transnacionais.
Professor
Vamos estudar e irradiar os conhecimentos que poderão ajudar a transformar o nosso Brasil num lugar bom para se viver e criar os filhos com dignidade.
Neste pensamento oferecemos artigos e colocamos à disposição o portal www.nacaodosol.org com matérias que podem ser reproduzidas e divulgadas de todas as formas.
Rui Nogueira
Médico – Pesquisador – Escritor