O BURRO INTELIGENTE

José Honorato, possuía um sítio pertinho da cidade. Vivia trabalhando com a família. Todos os dias, ia à cidade para vender seus produtos. Plantava pequena roça de milho, mandioca, feijão e alguns tipos de hortaliça. Era um homem simples e muito trabalhador.
Sua atividade principal era a lavoura de cana. Fabricava rapadura e cachaça . Seus produtos eram consumidos entre os vizinhos e o restante vendido na cidade.
Para moer a cana e transportar seus produtos, possuía três animais de tração. Dois bois de canga e um burro de cela.
Os bois puxavam a carroça com cana a da roça para o engenho. Depois de fabricadas a rapadura e a cachaça, os bois também é quem faziam o transporte para a cidade. De maneira que eles trabalhavam muito. Não tinham descanso.
O burro só carregava o patrão para cidade, onde vendia os produtos. No mais, ficava à toa quase o tempo todo.
Os bois vendo aquela mordomia do burro, começaram a reclamar:  Só nós que trabalhamos, você fica aí no bem bom. Só tem o trabalho de levar o patrão à cidade. Nós ficamos o dia todo sem pastar. Quando chega a noite, não temos tempo nem de dormir. Passamos a noite toda nos alimentando para trabalhar no outro dia.
O burro, para mostrar que era inteligente disse:
Vocês trabalham muito porque são bobos. Quando cansado, finjo que estou doente. Então meu patrão chama veterinário, me dá remédio, repouso e algumas mordomias mais.
Mediante essa orientação do burro, os bois fingiram que estavam doentes. Comeram bastante à noite. Encheram bem a barriga e de manhã deitaram debaixo de uma grande árvore, fingindo que estavam doentes.
José Honorato, quando viu os bois doentes, ficou preocupado, pois havia feito compromisso de entregar dez cargas de rapadura na feira, no outro dia.
Ficou pensativo. De repente, veio-lhe uma luz na cabeça e achou a solução:
Colocou a cangalha no burro, pois era o único recurso que lhe sobrava. Foi para a lavoura e encheu os balaios de cana. Chegando ao engenho, colocou o burro para puxar a manjarra. Esse serviço era dos bois e era o mais pesado. Ficavam o dia todo puxando a manjarra em volta do engenho. O burro não tinha a mesma força dos dois bois, mas dava para quebrar o galho.
Assim se passaram três dias. No quarto, o burro já cansado não conseguia nem se alimentar. E os bois estavam lá debaixo da árvore deitados, comendo ração, tomando remédio para engordar. O veterinário dava a melhor assistência e riam do burro.
O burro, então, se vendo em apuros, teve também um estalo na cabeça e encontrou a saída. Chegou perto dos bois e disse:  Olhe, se fosse vocês, acabariam com essa doença rapidamente. Ouvi o patrão dizer para a patroa que, se vocês não melhorarem depressa, vai vendê-los para o açougueiro.
Com essa notícia, os bois se levantaram e aproximaram-se do engenho, começando a berrar, como quem quer trabalhar.
O burro, nunca mais quis dar conselho para ninguém. Ao sair da fria, disse: “Dessa vez me escapei”.

Jairo Guedes Viana – Membro da Academia Valadarense de Letras

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