A frase “Dados são o novo petróleo”, em tradução livre para a original “Data is the new oil”, foi criada por Clive Humby, um matemático londrino especializado em ciência de dados. Essa expressão tem sido bastante citada no mercado e, executivos do mundo todo, a usam para defender a ideia de que os dados são tão valiosos quanto o petróleo – o que aponta que, em tese, quem souber fazer bom uso deles e aproveitar todo seu potencial, só tem a ganhar.
Mas a frase original de Humby não para por aí: “Data is the new oil. It’s valuable, but if unrefined it cannot really be used (…) so must data be broken down, analyzed for it to have value.” Basicamente, nessa afirmação, o cientista defende que, assim como o petróleo precisa ser refinado, dados precisam ser analisados. Aí entra todo o universo da Business Intelligence, onde, em plena Era da Economia Analítica, profissionais e empresas precisam, cada vez mais, serem alfabetizados em dados e falar de fato a essa língua, para assim, conseguir usá-los em seu potencial máximo.
Seguindo esse raciocínio, é seguro afirmar que a maior riqueza se encontra não nos dados em si, mas sim na capacidade de usá-los de forma analítica. A inteligência por trás deles é quem determina seu maior valor pois, a partir dela, serão extraídas as descobertas capazes de transformar a realidade não só das organizações, mas de diferentes mercados e, por que não, do mundo?
Nessa busca por refinar dados e neles encontrar as respostas que procuramos, um importante detalhe deve ser lembrado: diversas vezes, a resposta daquilo que buscamos está na análise dos dados que eventualmente descartaríamos – por isso se faz tão necessário o uso de sistemas inteligentes de Business Intelligence que analisem o conjunto dos dados e apontem de maneira assertiva os melhores insights.
Diferentemente do petróleo, no qual um dos maiores desafios é localizar reservas subterrâneas onde possamos encontrá-lo, o ponto chave no mundo dos dados é outro. Localizá-los já não é um problema, tendo em vista que hoje eles estão a nossa disposição. Agora, o maior desafio é saber como fazer bom uso dessa fonte de inesgotáveis possibilidades.
Outro ponto é que, enquanto o petróleo é escasso, finito, os dados não são. Muito menos, suas possibilidades. Tendo em vista o volume, a velocidade e a variedade do Big Data em si, nossa fonte de recursos para criar insights com dados é inesgotável e vai muito além do que o mundo tem hoje capacidade para suportar.
Para concluir, arrisco dizer que dados não são o novo petróleo: são ainda mais valiosos. Porém, assim como muitos países enriqueceram com o combustível do século, só enriquecerão com dados aqueles que souberem usá-los da melhor forma... também como combustível, mas dessa vez, para o futuro.
Por César Ripari, Diretor de Pré-Vendas da Qlik