Sabe Milbs, eu sou a caçula de 6 irmãos, meu pai contava todas essas história da família p nós, eu sempre gostei muito de saber tudo a respeito da nossa família Mathias. Ficava horas sentada conversando com meu pai, como ele veio para o Brasil, como era a vida em Portugal, a família, todas essas coisas, que hoje repasso para minhas filhas. Tenho 2 filhas, uma casada e uma solteira que mora comigo.Tenho uma neta linda, Victória, de 17 anos. Minha filhas, Darla e Kilza.
Nunca perdemos o contato com Portugal, sempre mantivemos bem vivo os laços com a família. Guardo com muito carinho e respeito tudo que pertenceu aos meus avós portugueses, meu pai deixou tudo comogo. Documentos, passaportes do avô e do meu pai, cartas, fotos, relógios de bolso do avô, agora do papai, esta tudo comigo. Tenho um diário do meu avô, ele anotava tudo qdo esteve no Brasil. Em 1906, ele escreve no diário. "Compro o chão da Fonte, no dia 06 de outubro de 1906." Ele escreve ainda, que levou em libras de ouro, num cinto de couro, 12 libras e mais (10.800) esses 10.800 eu não ele não especifica, não sei se eram dinheiro ou tbém libras. Ele tbém escreve que o tio Ernesto deu-lhe 20 libgras em ouro para guardar e mais uma para entregar a sua mãe. Bem Milbs, segue várias anotações. Bem, o meu avô Antônio Mathias, comprou o Chão da Fonte, em Portugal, que é a Quinta Adarnela. Pois bem, qdo ele retornou para Portugal, ele não voltou mais ao Brasil. Qdo aqui esteve, ele já era noivo da minha avó Cristina de Jesus Abrantes. O papai contava que a minha avó, era de família abastada de Travanca de lagos, por isso meu avô veio ganhar o dinheiro aqui no Brasil, comprou a propriedade, construiu a casa, um sobrado todo de pedra, esta lá intacto. Plantou, comlheu, colocou tudo do bom e do melhor dentro de casa, e depois que se casou com minha avó. A mala que o avô troxe com ele de Portugal, depois retornou para lá, o meu tio me deu de presente qdo lá estive, ainda vou trazê-la para cá. É linda, um baú grande, com repartições, muito linda, quero trazer essa reliquia.
O papai contava que na casa dele em Portugal não tomavam água, era só vinho. Qdo chegava os amigos, meu avô pegava uma jarra e enchia de vinho e servia a todos. Qdo lá estive pude constatar isso, continua tudo igual. Milbs, tem uam adega enorme, várias pipas com vinho, azeite, presunto que a prima faz. Tem uma pipa com 1.200 litros de vinho, eu ia adega e enchia a jarra com vinho feito com as uvas da propriedade. Eles só compram bacalhau e sardinha, o restante dos alaimentos são plantados e colhidos na Adarnela. Uma fartura de frutas, oliveiras, videiras.
Os meus pais qdo estiveram na Adarnela em 1985, o papai trouxe o relógio de bolso que era do avô e o diário dele.Ele sempre dizia que seria meu. Mas a minha mãe nunca deixava eu trazê-lo. Qdo meu pai ficou doente com câncer de próstata, já estava idoso com 85 anos, não operou porque ele escondeu de todos nós o problema, qdo falou para o meu irmão mais velho, a doença já estava adiantada e os médicos aconselharam não operá-lo. Eu saia de Campo Grande, onde moro e pegava a estrada até Miranda, onde eles moravam para ficar o mais tempo possivel com ele. Um dia eu cheguei, entrei em casa, me sentei numa mesa gde de jantar na varanda de nossa casa partena, pedi a empregada da mamãe que me trouxesse uma água e um café, para me refazer e ir conversar com meu amado e saudoso pai. Ai ouvi minha mãe ir até o quarto, ouvi o barulho de abrir o cofre. Fiquei olhando ela voltando e me disse: Filha, esse relógio e esse diário do seu avô paterno é seu, pode levar consigo.Sempre seu pai me disse que era seu. Aqui esta, pode leválo. Ali, naquele momento eu senti que meu amado pai já estava indo embora...(paro para chorar, sabe Milbs)...Tenho muita saudade dele, me faz muita falta, muita falta...
Depois continuo ok. abraço.
