O exército de Honduras em menos de uma semana assassinou mais de 20 pessoas entre camponeses, jornalistas e resistentes ao regime ditatorial que se seguiu à deposição do presidente constitucional do país Manuel Zelaya.
Noutra ponta, ou numa das muitas pontas do mundo contemporâneo o fenômeno da alienação traz, como o livro de Huxley (o uso de drogas), a contradição do indivíduo. O ser rompe com seu próprio destino e uma ruptura que apresenta sempre novas possibilidades de romper a mesma alienação. Somem as características do homem como humano, tanto quanto a luta é pela recuperação dessas características.
Tão logo o arremedo de democracia arranjado e orquestrado pelos Estados Unidos se consumou na farsa da eleição do atual “presidente” de Honduras, Pepe Lobo, sob as bênçãos do cardeal hondurenho e amplo e irrestrito apoio de Bento VXI, esquadrões da morte formados por militares e policiais (quem mais?) passaram à tarefa seguinte. Eliminar os que se opunham a ordem democrática, cristã e ocidental.
Levas de pastores de Edir Macedo, adoradores Marcelo Rossi ao lado dos assassinos fardados e com o diploma da “legalidade”, passaram a levar aos hondurenhos a verdade absoluta e única.
Breve nas bancas o padre Fábio Mello dando entrevistas sobre como obter maior prazer sexual em necessidade de futuras preocupações com gravidez e assim evitar o aborto condenado pelo Vaticano. A pedofilia não, Bento XVI senta em cima.
Huxley escreveu “A Ilha”. Um romance que se passa na ilha de Pala e dá forma às pessoas, a todos os seres humanos, do jeito como ele imagina, para que possam viver plenamente. Um náufrago inglês dá com os costados por lá e em longos diálogos com os moradores do local, intelectuais na concepção definida por Huxley, trata de educação, drogas, sexo, saúde, religião, a vida em várias das suas estradas.
O general Newton Cruz, versão de um desses boçais que acham que democracia é prender, torturar, matar, impor a ordem do sentido, ordinário e marche, jogando, despejando bombas, disse num programa de televisão que não poderia ter sido evitada a tentativa de atentado do Rio Centro, pois ninguém sabia de nada. Na cabeça dele “o povo unido jamais será vencido” é uma simples questão de “estão todos presos”.
Hoje as seitas adoram tênis de marca, celulares, dispõem de desodorantes de vasos sanitários que transformam o prazer de ir ao banheiro num momento de puro hedonismo. E tudo se resolve com sabão em pó acoplado a tira manchas.
É que nem tucano, sempre atrás de ovos do João de Barro. Vivem da vida dos outros.
Tudo até o momento de se equilibrar no alto de um edifício e manter o suspense sobre se pula ou não, diante de câmeras e microfones de jornalistas histéricos diante da perspectiva da morte.
Se pular tudo bem, se não pular investimento perdido.
Um importante assessor de George Bush declarou aos jornais de seu país, semana passada, que o presidente sabia que muitos dos presos no campo de concentração de Guantánamo eram inocentes. Nada fez para evitar demonstração de fraqueza diante da necessidade de se impor no Iraque, no Afeganistão e diante do resto do mundo.
Fahrenheit 451 antes de ser um filme éum romance de ficção científica e foi escrito por Ray Bradbury em 1953. Em seguida ao macartismo e sob a égide de Eisenhower e os momentos iniciais da guerra-fria. Foi novela de revista, dentre elas a PLAYBOY e continua sendo uma crítica à sociedade norte-americana.
Ali os livros são queimados e banidos e a televisão oficial é a grande e única verdade. Como a GLOBO no Brasil.
Pepe Lobo, o “presidente” de Honduras, tem o aval de uma base dos EUA em Tegucigalpa, da secretária Hilary Clinton e os assassinatos de camponeses e resistentes decorrem da quebra da promessa de manter os projetos de reforma agrária. Todas as terras destinadas a esse fim estão sendo entregues a grileiros de preferência associados a empresas norte-americanas.
Em “as portas da percepção”, Huxley assume que o cérebro filtra a realidade ao não permitir que todas as impressões e imagens que são reais, que existem de fato, sejam conhecidas. Isso seria insuportável, tanto pela quantidade de informações, como pela descoberta que o ser humano, conhecido como racional, não é mais que objeto conduzido e tangido, que nem gado. À frente o burrinho com o sino para dar a direção.
Uai! Burro também é gado, gado muar, ou eqüino se preferirem, por laços familiares.
Em Fahrenheit, o que se mostra é o futuro, onde as pessoas são proibidas de ter opiniões próprias. Essas são consideradas anti-sociais, hedonistas e o pensamento crítico é suprimido. É como se durante todo o dia o cidadão comum fosse bombardeado por edições contínuas do JORNAL NACIONAL, comentários de Miriam Leitão de meia em meia hora e opiniões de Alexandre Garcia e Lúcia Hipólito a cada uma hora. Ou as pregações infindáveis dos curadores de AIDS, todos os tipos de câncer e que em alto mar são capazes de enfrentar tubarões brancos.
É inacreditável que um país como o Brasil tenha que escutar José Collor Arruda Serra, ao lado de FHC e Aécio Neves falando em futuro, progresso, bem estar, coisas assim das quais não fazem a menor idéia se não lhes disserem respeito.
A alienação pelo fetichismo, mostrada por Marx. O cara coloca a mulher na garagem e o carro na cama, ou vice versa. Sentimentos e consciência não têm importância, importa o ter. Se depender de rasteira para triunfar e receber a comenda, dê a rasteira, são só negócios.
A alienação não é um produto da consciência coletiva. É fragmentada. Você pode pegar o celular que fala, anda, pensa por você e escolher entre eliminar Dourado ou Anamara.
Se você abrir uma torneira em qualquer cidade dos Estados Unidos vai perceber que não sai água, mas algo vermelho Assemelha-se a catchup. É o sangue dos povos oprimidos. Ou o pus, que chamam de mostarda, das infecções da própria sociedade norte-americana. Doentia.
Vem pela televisão, ainda o principal veículo de comunicação O que traz uma informação nova, não importa que verdadeira, importa que você compre logo para estar dentro dos padrões da moda.
E assim nas escolas, nas igrejas, refletem-se, lógico, dentro de casa, deságuam nos palanques eleitorais onde pilantras escorados na mentira da mídia se transformam em salvadores. Ou em democratas cristãos e ocidentais puros e imaculados.
“Alienação – perda de algum bem material, físico, mental, emocional, cultural, social, político ou econômico, onde você não apenas cede, mas recepciona novamente como algo indiferente. O criador se torna criatura, as coisas são humanizadas e os humanos coisificados.
Daqui a pouco começa o jogo. O juiz é apenas um incapaz que tem o poder dos cartões e não entende que ao abrir as pernas para que a bola passe por entre elas há uma participação direta no processo do gol, ou detalhe, como afirma Carlos Alberto Parreira.
Não é nada, só um objeto incompetente vestido de amarelo e preto e chamado de sua senhoria. Se tivesse toga seria excelência.
Em Honduras não. Como nas cruzadas, com o crucifixo à frente vão eliminando todos os que se apõem à verdade única.
As percepções são filtradas por eles e liberadas para cada um de nós para que saibamos apenas o que se lhes interessa.
O BBB acabou? Até a próxima edição Boninho vai se dedicar ao esporte de jogar água suja em “vagabundas”.
E depois da copa do mundo avalanche de José Collor Arruda Serra sob o patrocínio do Banco Itaú, pode ser qualquer outro, enquanto Pepe Lobo vai matando em Honduras.
De sã consciência, no que resta de humano em cada um de nós você entregaria seu filho por alguns minutos a Bush enquanto ia comprar um hambúrguer numa dessas cadeias que aprisionam liberdades?
Não diga que não, pois era bem capaz de querer tirar um retrato para guardar de recordação.
Sabe o Hélio Costa, senador, ministro das Comunicações? Quando trabalhava como repórter do FANTÁSTICO nos EUA, era funcionário da USAID – UNITED STATES AGENCY INTERNACIONAL DEVELOPEMENT –. Sabe o que isso significa? Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional. Identidade secreta de Golpes e Cia Ltda.
Há quem diga que o senhor em questão foi o intérprete de Dan Mitrione, professor de tortura enviado ao Brasil e países latino-americanos para ensinar a generais e quejandos a torturar quem ousasse pensar diferente da democracia cristã e ocidental da ditadura.
Com certeza a culpa é dos palestinos, ou de Ahmadinejad. O recente acordo de desarmamento nuclear entre os EUA e a Rússia reduziram os arsenais atômicos. Ao invés do poder de destruir o mundo duzentas vezes podem destruir apenas cem vezes.
Um avanço. Só não chamaram Israel para discutir o assunto e tampouco estão preocupados com o fato de um esquadrão da morte ter tomado conta de Honduras.
Segundo Miriam Leitão é pura fanfarronice do governo brasileiro não reconhecer Pepe Lobo. Mas vem aí, com toda a força, na coligação GLOBO/PSDB/DEM/VEJA/PPS, José Collor Arruda Serra.
É um passo à frente em termos de Roberto Campos. O ex ministro foi o introdutor da propina de 20%. Era de 10% até então. Pula agora para no mínimo 30% e de quebra passam escritura do Brasil.
Como Pepe Lobo está passando a de Honduras.
No fim Bento XVI pede desculpas em carta, Obama bebe uma taça de champanhe e Edir Macedo explica que é preciso dinheiro para construir mansões no céu.
E todos gritam ao fundo, aleluia, aleluia.