A escalada autoritária que José Serra desencadeou e Geraldo Alckmin desembestou está levando a Universidade de São Paulo de volta aos tempos nefandos do decreto 477 --a licença para expulsar concedida pela ditadura militar aos 007 que se passavam por educadores, quando o coronel Jarbas Passarinho fingia ser ministro da Educação.
Nenhum cidadão verdadeiramente de esquerda pode omitir-se diante das seis cabeças cortadas -- expulsões arbitrárias e injustificadas, com objetivo flagrantemente intimidatório-- de estudantes da USP, anunciadas à véspera do Natal, de forma oportunista e abjeta, para evitar reações imediatas do movimento estudantil.
Mais e piores provocações virão se cruzarmos os braços.
Caça às bruxas é tudo o que se poderia esperar de um reitor tido e havido como integrante da arquirreacionária Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade.
Trata-se de um direitista tão extremado que, quando participou da Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos, tudo fez para que não fosse reconhecida a responsabilidade do Estado brasileiro nos mais ignóbeis assassinatos perpetrados pela repressão ditatorial, como os de Stuart Angel e Edson Luiz Lima Souto.
Todo apoio ao movimento estudantil, em sua luta para esmagar o ovo da serpente que está sendo incubado na USP!
Por último: é muito mais importante, necessário e urgente combatermos as fascistagens tucanas no presente do que escarafuncharmos as privatarias tucanas do passado.
Pois, no primeiro caso, há injustiças concretas a evitarmos e êxitos reais a obtermos.
Já no segundo, o máximo a que podemos aspirar é uma vitória moral, pois, mesmo que cabalmente provadas as culpas, os expedientes de sempre serão acionados para que tudo termine em pizza.