SEM POLÍCIA, O CEARÁ VIVENCIA UM TREMENDO CAOS

Muitos se tem falado do atual movimento paredista das forças policiais cearenses, poucos criticando, a esmagadora maioria da população apoiando, o certo é que o assunto está na pauta do dia de qualquer aglomerado de pessoas. Como tenho especial interesse por movimentos sociais, visitei o acampamento dos policiais, ocasião em que conversei com algumas lideranças, inclusive tive a oportunidade de me manifestar publicamente, quando fiz um paralelo entre a intolerância religiosa praticada pelas Testemunhas de Jeová, e a intolerância das autoridades públicas cearenses, de abrir um canal para o diálogo com os grevistas, ou seja, demonstrei que a intolerância, em qualquer grau, nível, ou espaço, sempre haverá de ser combatida.
Vivemos num mundo em que DIÁLOGO E TOLERÂNCIA são duas palavras mágicas para o êxito. No entanto, o GOVERNADOR CID GOMES infelizmente, não dialoga concretamente com as categorias de servidores públicos. TOLERÂNCIA E DIÁLOGO parece que não consta de seu dicionário.
Me chamou a atenção, e aqui quero destacar, um fato relevante para um melhor entendimento das razões que levaram os policiais ao movimento grevista, qual seja, ninguém ali está defendendo uma bandeira política - não há cunho político no movimento -, posto que buscam apenas o mínimo de dignidade para um melhor exercício de suas atividades.
A importância social dos membros das Forças de Segurança, isso é entendimento unânime, já haveria de significar uma abertura, um canal de comunicação de negociação, com o propósito de se examinar e, eventualmente, acatar, a pauta de reivindicações daqueles militares cearenses.
São homens e mulheres que colocam a própria vida diuturnamente em jogo, expondo-se a todo tipo de violência urbana e, ao contrário de se criticar, haveria de se apoiar tal movimento reivindicatório, que só corrobora o entendimento da honestidade de tais servidores, que querem sim receber soldos dignos, mas de forma honesta, da própria fonte pagadora.
A categoria dos militares, é do conhecimento de todos, não deflagraria um movimento grevista para a obtenção de dividendos políticos, ou por mero capricho, senão que estão em busca de legítimos interesses que, ao longo do tempo, vêem sendo postergados a um segundo plano.
Inegável que um Policial Militar, um Bombeiro Militar, adequadamente remunerado, com sistemática de promoções realista, carga horária obediente aos ditames legais, com viaturas e armamento compatíveis com tão nobre missão, não iriam cruzar os braços gratuitamente, pois eles próprios, e respectivas famílias, sofrem o revés de eventual aumento da violência urbana.
Se o fazem, é porque esta é a última solução para se fazerem ouvidos, para chamar a atenção para a sua condição de abnegados heróis anônimos, aqueles para quem primeiro se telefona, no caso de assaltos, incêndios, enfim, e por isso mais do que merecedores da devida atenção do governo do Estado.
Todos aguardamos, com ansiedade e grande expectativa, que o governo do Estado irá estabelecer uma ponte de contato com o movimento grevista, para melhor avaliar a pauta de reivindicações, dentre as quais melhores soldos e gratificações, melhores condições de trabalho, aumento do efetivo no interior do Estado, e cursos de atualização.
Diante da intransigência governamental, a sociedade já começa a vivenciar o drama da violência, quando se realizam assaltos a mão armada e arrastões pela nossa cidade e pasmem, dentro de supermercados, ốnibus, logradouros públicos, enfim... Não seria por mera coincidência que, o comércio fechou suas portas hoje em Fortaleza. Realmente, uma sociedade sem segurança, mergulha na instabilidade social e no caos. As pessoas estão com muito medo de sair de suas casas, enquanto o governador está muito bem protegido. Outro problemão que a sociedade começa enfrentar é com a paralização de inúmeras categorias em solidariedade aos militares.
Quero registrar a competência de todas as lideranças deste movimento que tem sido coesos, firmes, em especial do Dep. Capitão Wagner que tem se destacado, em prol dos direitos constitucionais de todos os representados.
O Ceará coleciona um histórico de lutas por liberdades que, em alguns aspectos mudaram a história do Brasil. A abolição da escravatura, a primeira prefeita de capital, recentemente a lei Maria da Penha, e em processo, o fim da intolerância religiosa e pela liberdade de crença. Não podemos desconhecer os movimentos das policias que ocorrem em outros estados, porém, a greve dos policiais militares e bombeiros do Ceará, já se tornou um fato marcante na mídia nacional, e vislumbra-se uma saída para as demais.
A decisão da Desembargadora Sérgia Miranda do TJCE que determina policiais retornar ao trabalho, sem negociações efetivas é lamentável. A Justiça sempre é célere quando é para julgar em favor dos grandes, infelizmente, esta é a realidade de nosso país. Aplausos as atividades do CNJ que, investiga irregularidades nos tribunais de estados através da Corregedora Eliana Calmon.
Aberto o canal de negociação, que se chegue a um denominador comum, de modo a se por fim ao movimento, com anistia a todos os grevistas, arquivamento de conselhos de disciplina, cancelamento de remoção de militares, enfim, apaziguando o caminho entre os militares e o governo do Estado, pois este é o desejo da sociedade cearense.

Sebastião Ramos, Assistente em Administração na UFC, e integrante do movimento da intolerância religiosa perpetrada pela religião Testemunhas de Jeová contra ex membros - Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

 

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