Com a correria que enfrentamos no dia a dia, muitos de nós, pais e mães, sequer temos tempo para nos cuidarmos, e muitas vezes, acabamos focando tanto em alguns aspectos, que nos esquecemos de outros, na criação dos nossos filhos. Sem perceber, até causamos danos aos nossos filhos, principalmente quando tentamos compensar a ausência, com excesso de liberdade e falta de limites.
Não raro, o professor passa mais tempo com as crianças que os próprios pais. É bastante razoável afirmar que o professor conhece melhor as crianças que seus pais, já que além da questão do tempo, o professor não impões as regras e padrões na construção da personalidade, ele apenas orienta e instrui. A criança tráz de casa um padrão, que na ausência de seus modeladores, se funde a sua essência, tornando assim o indivíduo que ela é, ou melhor, exteriorizando o indivíduo real.
Quando algum padrão de comportamento se altera, é sinal que algum fator externo afetou diretamente o campo emocional. Muitas vezes a criança não sabe se expressar, mas suas atitudes e desenvolvimento dão sinais.
Uma criança que sempre sorria, de repente, se torna introspectiva, é sinal de alerta. Ás vezes na própria letra da criança é possível identificar algum bloqueio, ou mesmo trauma. As dificulades de concentração e absorção de conhecimento, regressão emocional e mesmo motora, são indícios preocupantes.
Mas o mais importante, é o professor estar comprometido com seus alunos, não apenas ao transmitir conteúdos didáticos, mas com seu desenvolvimento emocional, cognitivo e social. Inclusive pelo fato de que um trauma não cuidado, pode ter sérias consequências ao longo da vida daquela criança, e quer queiram quer não, afetam diretamente a sociedade como um todo. Crianças infelizes são sinônimos de adultos frustrados.
Ser professor é ser muito mais que pai ou mãe, pois amar seus próprios filhos é fácil, o professor ama os filhos alheios, como se fossem seus.
Sallime Chehade