Cunhado de um amigo, aposentado, da linha de produção da fábrica... Alguns meses posteriores - solicitado em tratores paternais, atores - clama, sua filha menina... Quero estudar medicina... Coincidente o velho emprego também chama novamente... Então nosso herói faz a conta do conto... Ai, ai! Imposto de renda e ponto... Tributo injusto sobre salário, tirano tirando; tonto pelo resultado, em negativo ao sonho de sua bela... Pensa e sai pelas ruelas, coletando papelão, vidro e metais... Desenvolve papel nobre e transparente, qual colheres usuais, pois que o Amor contagia... Magia!
Bendita terapia, solidariedade de todos em atender a luta do Pai... Tem vizinho ajuntando, parente arrumando, catador coletando e prensando... Assim prossegue nosso herói, inda que ao escárnio de alguns, aqueles monturos da contramão...
Reles vozes de um vento inveja, nocivo orgulho apátrida, carentes cantos fracassados, desocupados em cobiça cansados...
Continua o cunhado pai a colher seu trigo, acolher futuro amigo... E sua bambina cursando, sonhada medicina estudando, barulho de caravana que vai passando enquanto cães ladrando...
Tempo correndo, suor escorrendo, persevera aquele pai, desenvolvido em desenvolver... Honrando seus e novos compromissos, missa de quem não é omisso, siso de líder, preciso... Agora doutora moça, genética em médica, faz residência em capital... Já com seus plantões, plantio de se manter... Chegada hora honrosa, de rosa amor corresponder... Afagando aquelas mãos, de sábio pátrio poder... Divinas em dar-lhe de comer, desejados estudos e também afagos... Inda que calejados do catador de sonhos, fazer acontecer! Arfando em quebrar arcifínios... Sem limites artifícios, sem fronteiras... Para quem vive em bem querer! Descansa agora guerreiro, pois há quem suceder... Sucesso de sua mocinha... Fazendo acontecer...
José Carlos Paiva Bruno
OABRJ 73304