Assim, em relação ao prefeito grande Riverton Mussi (PMDB) que, apesar de ter o mandato cassado, se segura no cargo porque a cassação ocorreu apenas na 1ª instância, como um autêntico alcaide, isto é, um governante oligárquico-burguês, ele acaba dando a entender que não fala por causa de seu atávico problema de rouquidão. Trata-se de um caô que só não foi usado quando recentemente assumiu a presidência da instituição burguesa Organização dos Municípios Produtores de Petróleo (ONPETRO). No caso por tratar-se de um pomposo evento prestigiado pela mídia, obviamente que o alcaide macaense se fez presente, assim mesmo para fazer um reles pronunciamento, oposto à ‘voz rouca nas ruas' do povo trabalhador.
Já a vice-prefeita Marilena Garcia (PT) também cassada em 1ª instância, em seu estilo pavoneado reapareceu via-impressa burguesa reassumindo o cargo. Atenção, o cargo de vice-prefeita, pois, o que acumulava de Secretária Municipal de Educação, ela que é uma professora fora de sala de aula há décadas, foi demitida depois das eleições em outubro do ano passado. A entrevista sintomaticamente ganhou do aludido jornal burguês a seguinte manchete de 1ª página "Marilena retorna ao cenário político e afirma: Macaé precisa de união". É um factóide tal união, uma desfaçatez ante o rol de irregularidades ético-administrativas alegadas pela Justiça para cassar os mandatos do prefeito e da vice-prefeita macaenses.
Como tal entrevista é um longo factóide, basta lembrar que o mesmo jornal pôs à véspera das eleições-1992 a então candidata a prefeita do PSB em manchete de 1ª página como a grande surpresa das urnas. Ou seja, prefeita eleita. O resultado foi que a cassada em 1ª instância e atual vice-prefeita macaense acabou na 4ª e última colocação. Pela ordem os outros três foram: 1º colocado pela coligação de oposição populista-burguesa intitulada "Macaé Unida" (PDT, PC do B, PCB, PV) de volta ao cargo que ocupara de 1977 a 1982 o oligarca-burguês Carlos Emir Mussi, 2ª colocada a vereadora Miriam Reid (PT) e 3ª colocado o candidato oficial do então prefeito Sylvio Lopes o ex-deputado Cláudio Moacyr (PMDB, PL).
Em 1992 a conjuntura política nacional do movimento Fora Collor, dado o caminho natural de independência de classe do PT acabou levando a então candidatura a prefeita petista de Miriam Reid (na realidade dissidente do PDT comandado por Carlos Emir Mussi) a dar um susto na burguesia, então representada pelas demais candidaturas: A oficial do falecido ex-deputado Cláudio Moacyr, a de falsa oposição (quer dizer populista e oligárquico-burguesa) de Carlos Emir Mussi e a feminista-burguesa de Marilena Garcia. Daí, ser imprescindível que o correto, digno e oposicionista vereador petista Danilo Funke beber nessa fonte, colocando publicamente já seu nome a disposição do PT como postulante de pré-candidato a prefeito.
Isso, porque conforme ensinou o filósofo Karl Marx (1818-1883) "A História se repete como farsa, tragédia ou ambas". Em outras palavras, as perspectivas para as eleições municipais 2012 em Macaé se repetem: Há a postulação de pré-candidato a prefeito macaense que é oficial representada pelo Secretário Estadual de Agricultura o deputado estadual licenciado Cristino Áureo (PMN). Por ser vazio de conteúdo político, ele ao menos por enquanto não fala nada, neste sentido. É pleonástico considerar que, embora ela por ora nada diga neste sentido, há a postulação (caso a cassação do mandato não seja confirmada) da infiltrada feminista-burguesa no PT a vice-prefeita Marilena Garcia. E há a assumida postulação de pré-candidato a prefeito macaense de oposição burguesa do deputado federal Aluizio Santos Júnior (PV-RJ).
Pelo menos ele se expõe e fala, uma vez que o deputado federal e oligarca-burguês Adrian Mussi (PMDB-RJ) mesmo depois da posse em 1º de fevereiro passado está parecendo ‘mudo, invisível e ausente'. O fato é que em relação a uma hipotética postulação de pré-candidatura a prefeito macaense o deputado federal peemedebista por ser irmão do prefeito Riverton Mussi, está impedido de fazê-la. Daí que sobra para comentar o que tem dito o deputado federal do PV. Premido como marinheiro de 1ª viagem, ele dá mostras de não saber qual o seu barco em Brasília. Isto é, se o seu mandato é governista ou oposicionista. Em termos de assessoria parlamentar ele já estaria decepcionando por discriminar as bases.
Tomando como base as aparições na imprensa local que seria a divulgação do mandato do deputado federal Aluízio Santos Júnior, ele tem afirmado que suas bandeiras serão royalties, educação, meio ambiente e desenvolvimento sustentável. Ele apareceu em uma foto com o deputado federal Edson Santos (PT-RJ) ambos sorridentes. Não creio que a foto tenha sido marketing para demonstrar boa relação com um parlamentar petista que foi ministro da Secretaria Especial de Políticas para Promoção da Igualdade ‘Racial' (SEPPIR) durante o governo do ex-presidente Lula. Isso, porque o parlamentar verde não deve ter sido informado sobre o fato de que seu colega parlamentar estaria com o filme meio-queimado, por causa de ligações com máfias milicianas controladoras de vans em uma região suburbana carioca.
*jornalista - é militante da Esquerda Marxista, corrente intra PT no qual é membro do diretório municipal em Macaé (RJ).