Um fã da Diva Elza Soares pediu, pelo twitter, que a cantora evitasse falar de política em sua turnê mundial ‘A mulher do fim do mundo’, álbum aclamado pela crítica. Acabei de ouvir e assino com a crítica. Sensacional! Só que seria impossível a cantora não falar de política, porque as músicas fazem isso por excelência.
Uma mulher como Elza Soares, uma artista que muitas vezes foi, e ainda é, perseguida pelos olhos azuis e as peles brancas de uma sociedade cada vez mais estúpida e hipócrita, carrega no DNA tudo aquilo que a política sonega, rouba e macula.
Elza Soares é uma sobrevivente que caiu de pé sempre que tentaram uma rasteira. Mas as marcas não saem, as dores não passam e as feridas se espalham por outras peles, negras como a de Elzinha, pobres e sem as necessidades necessárias de consumo atendidas.
Podemos agregar uma ilustração atual ao texto. A mulher do ex-deputado e ex-presidente da Câmara, atualmente preso, Cláudia C. Cunha, fez o que fez com dinheiro roubado pelo marido e foi absolvida pelo juiz parcial Sergio Moro.
O juiz da primeira instância de Curitiba alegou em sua sentença que não havia provas contra Cláudia, dublê de jornalista, que conheceu Eduardo quando emprestava sua voz para a extinta companhia de telefonia TELERJ.
Mulheres como Cláudia Cruz, Adriana Ancelmo, Andréa Neves e etc., não são capazes de reconhecer a importância do cargo que ocupam, são mulheres fúteis e quadrilheiras, usufruem do ilícito sem cerimônia, são paneleiras. Nunca serão Rita Cadillac.
‘Me deixem cantar até o fim’ canta num lamento Elza Soares, rodopiando na encruzilhada como aquela entidade do Blues que apareceu para Robert Johnson e mudou a história da música.
Vamos celebrar todas as mulheres do fim do mundo, do planeta fome, da Maré, Campo Limpo, Brazilândia, Morro do Papagaio, Baixa da Égua, Casa Amarela, Jardim Iracema, que representam, cantando ou não, o autêntico perfil da Mulher Brasileira.
Ricardo Mezavila