O estudo americano observou as propriedades antioxidantes da fruta nacional, se valendo de dados de pesquisas feitas com modelos animais. Mais especificamente moscas da fruta modificadas geneticamente.
Esse tipo de modelo animal, vale lembrar, é o primeiro passo para diversas pesquisas, pois traz resultados de forma rápida, com pouco investimento e as moscas são usadas em diversas pesquisas sobre envelhecimento celular e neurociências (as estruturas destes modelos animais são pequenas, mas funcionam de forma bastante adequada para indicar o sucesso ou fracasso com animais maiores, antes de serem testadas em humanos).
De acordo com os primeiros resultados os antioxidantes presentes no açaí chegaram a triplicar a expectativa de vida nos modelos animais usados. Para se ter uma ideia do poder da frutinha, os antioxidantes do açaí mostraram até mesmo contrabalancear os efeitos negativos de neurotoxinas – presentes em herbicidas – às quais as moscas foram expostas.
Os resultados promissores foram publicados no periódico Experimental Gerontology, focado em pesquisas sobre o envelhecimento.
Proteção pode vir da combinação de antioxidantes e substância antiinflamatórias
“Um dos nossos focos era fazer a pesquisa usando alimentos e suplementos achados facilmente nos supermercados. Em pouco tempo os resultados foram apontando para o açaí como um desses alimentos mais promissores para combater o estresse oxidativo natural do organismo”, explica Alysia Vrailas-Mortiner, a principal autora do estudo e pesquisadora da Universidade de Emory, nos EUA.
Mortiner também se valeu de um estudo de outro pesquisador, Subhabrata Sanyal, que trabalhava com modelos animais e havia desenvolvido uma mosca da fruta modificada geneticamente para viver apenas oito dias em média. Esses modelos animais ainda eram extremamente sensíveis ao calor, privação alimentar e estresse oxidativo, ou seja, extremamente frágeis. Os componente do açaí aumentaram a expecativa de vida desses sensíveis modelos animais para 24 dias em média, algo bastante surpreendente.
“Os resultados são bastante impressionantes. Nós demonstramos que os antioxidantes presentes no açaí podem aumentar a expectativa de vida mesmo quando há estressores e ainda proteger as estruturas neuronais dos modelos animais”, diz Mortiner.
Além de antioxidantes, o açaí também é rico em substâncias antiinflamatórias. “Talvez a combinação destes dois componentes seja o que faz dessas frutas algo tão único. A partir de agora os testes clínicos com humanos poderão se valer dos resultados de nossa pesquisa”, finaliza a pesquisadora.
* Publicado originalmente no site O que eu tenho.
(O que eu tenho)