Como os mitos alimentares podem prejudicar nossa saúde?

Tabus alimentares609x250 300x123 Como os mitos alimentares podem prejudicar nossa saúde?Os mitos e tabus alimentares são costumes, crenças, tradições – até hábitos familiares – passados de geração para geração. A maioria não tem comprovação científica e se espalha por meio de boatos populares.
Podem parecer inofensivos – e são, quando não atingem negativamente a vida de uma pessoa. “Mas quando as pessoas passam a trocar medicamentos, por exemplo, por crenças, devido a hábitos culturais ou religiosos, os mitos e tabus alimentares podem se tornar prejudiciais”, explica Mayara Reis, nutricionista. Mayara é autora de um estudo sobre o assunto, pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul. “Existem pessoas que até mesmo deixam de fazer tratamentos ou visitar o médico devido a essas crenças.”
O estudo de Mayara reuniu 95 pessoas (83 mulheres e 12 homens), de um centro de convivência em Ribeirão Pires. A média de idade era de 64 anos. Ela também recolheu dados dos participantes como peso, altura e medida da cintura. Os participantes responderam a um questionário, onde forneceram dados pessoais e um segundo, sobre os mitos ou tabus alimentares.
Neste foram feitas várias afirmações sobre três grandes temas: aleitamento materno, redução de peso e saúde em geral. Por exemplo, “cerveja escura aumenta o leite materno”, “tomar suco de abacaxi em jejum emagrece” e “quem tem diabetes não pode comer beterraba”. Os participantes deveriam, então, dizer se aquela afirmação era verdadeira ou falsa.

Questões sobre saúde tiveram maior índice de erro
“Nas afirmações sobre aleitamento materno e redução de peso, o índice de acertos foi alto, 60,7% e 72% respectivamente”, diz Mayara. Mas quando o assunto foi saúde em geral, o índice de erros foi maior, chegando a quase 49%. “Vimos que existem mitos que até mesmo os médicos continuam a afirmar para os pacientes. Por exemplo, o mito que pode responder bem a esta pergunta é aquele sobre o consumo de beterraba. A resposta deste mito teve uma grande percentagem de erros, pois as pessoas ainda acham que os diabéticos não podem comer beterraba e dizem que são informações recebidas por seus médicos. Na verdade, os diabéticos podem sim consumir beterraba, porém em quantidade reduzida”, explica.
Com relação à saúde dos participantes, 60% das mulheres foram classificadas com risco muito elevado para doenças metabólicas e, entre os homens, metade estava com risco elevado e a outra metade com risco muito elevado para doenças metabólicas. Mais de 83% dos participantes eram obesos, principalmente as mulheres adultas.
Para Mayara, o resultado não surpreendeu, mas preocupa. “Outros estudos confirmam estes resultados. Atualmente, devido à falta de uma alimentação adequada, as pessoas estão sendo consideradas com sobrepeso cada vez mais cedo. O que preocupa é que, com a obesidade, elas se tornam mais suscetíveis ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares, o que em conjunto com outras enfermidades, pode ser uma contribuição para a taxa de mortalidade nesta faixa etária.”

Mitos e tabus em todas as camadas sociais
Apesar de neste estudo a média de escolaridade dos participantes ser baixa – tendo a maioria não passado do quinto ano do Ensino Fundamental –, para Glaucia Bragionn, coordenadora do curso de nutrição da USCS e co-orientadora do estudo, pessoas de todas as camadas sociais estão expostas aos mitos e tabus. “Exemplo disto são as dietas milagrosas veiculadas pela internet que são ‘realizadas’ por atrizes e celebridades e que acabam por ‘contagiar’ a população de alta renda pelo apelo de beleza. Ou seja, a relevância se dá em todas as camadas sociais, a diferença é que cada grupo social está exposta a mitos e tabus diferentes.”
“Por se tratar de uma população em que os hábitos alimentares têm forte influência na vida, conhecer os mitos e tabus, principalmente em relação a alimentos e doenças, mostra como os idosos, e até mesmo os adultos, se limitam a afirmações antigas e falsas, apresentando dúvidas em relação à saúde e à alimentação”, afirma Mayara. Para ela, mais estudos como esse devem ser realizados, em nível populacional, uma vez que isto interfere diretamente no tratamento das doenças. “E pode contribuir para os profissionais da saúde planejarem melhor sua conduta terapêutica, principalmente em relação aos alimentos”, finaliza.

* Publicado originalmente no site O que eu tenho.

 

(O que eu tenho)

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