A nanopartícula pretende minimizar efeitos colaterais e permitir o monitoramento do câncer. Foto: crafty_dame
A adolescente norte-americana Angela Zhang, de 17 anos, desenvolveu uma nanopartícula para auxiliar no tratamento de diversos tipos de câncer. A ideia lhe rendeu o prêmio na categoria individual da Siemens Competition Math, Science & Techonology, que está em sua 13ª edição e visa a descobrir jovens talentos da área científica.
O projeto foi intitulado Design of Image-Guided, Photo-Thermal Controlled Drug Releasing Multifunctional Nanosystem for the Treatment of Cancer Stem Cells, em português, Projeto de Nanossistema Multifuncional para Tratamento de Células Tronco Cancerígenas, Guiado por Imagens Óticas e Térmicas e Liberação de Remédio-Guia.
A partícula que ela projetou é uma versão melhorada de projetos já existentes e combina uma série de benefícios, como potencializar a diminuição de resistência do câncer, minimizar os efeitos colaterais e permitir o monitoramento da doença em tempo real.
Zhang ganhou US$ 100 mil pela criação do protótipo que pode ser enviado ao centro do tumor por meio de uma droga à base de salinomicina, já usada no tratamento do câncer. A substância é considerada pelos especialistas como um meio eficiente para transportar a nanopartícula, pois ela localiza com facilidade os tumores. Uma vez que a partícula atinge o alvo, ela mata as células-tronco do câncer de fora para dentro.
Para facilitar o monitoramento do câncer, a pesquisadora incluiu no equipamento o ouro e o óxido de ferro, que permitem uma melhor visibilidade por meio de exames de imagem por contraste, como a ressonância magnética e varredura fotoacústica.
A estudante do ensino médio da Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, afirmou à Siemens que ficou “surpresa com a taxa de sobrevivência de pacientes submetidos ao tratamento contra o câncer atual”. Desde os 15 anos ela vem pesquisando o projeto em um programa de desenvolvimento de estudantes da instituição.
Zhang contou com a ajuda de um mentor para elaborar a nanopartícula, o doutor Zhen Cheng, da Universidade de Stanford. Segundo ele, o projeto ainda deve levar mais de 20 anos para começar a ser testado em humanos. Embora ainda distante de ser comercializado, o protótipo dá novas ideias aos pesquisadores sobre como combater a doença.
* Publicado originalmente no site EcoD.