Comer peixe cozido ou grelhado uma vez por semana ou mais pode melhorar saúde do cérebro e reduzir o risco de desenvolver transtorno cognitivo leve (TCL) e doença de Alzheimer. Esta é a conclusão de um estudo, realizado por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Pittsburg, nos Estados Unidos.
O estudo, apresentado mês passado no encontro anual da Sociedade Norte-Americana de Radiologia, envolveu 260 pessoas, com idade média de 71 anos, que não apresentavam problemas cognitivos. Todos preencheram questionários que avaliaram a quantidade de peixe que consumiam e como este era preparado.
Entre os participantes, 163 comiam peixe semanalmente ou menos, enquanto o restante consumia o alimento de uma a quatro vezes por semana. Exames de imagem do cérebro foram feitos no início do estudo e sete anos mais tarde.
Os pesquisadores descobriram que as células do cérebro responsáveis pela memória morriam mais rápido entre as pessoas que comiam pouco peixe, e 47% delas desenvolveram a doença de Alzheimer cinco anos após os exames. Por outro lado, apenas 3% das pessoas que comiam peixe de uma a quatro vezes por semana desenvolveram Alzheimer ou comprometimento leve da memória, já que as suas células cerebrais ficaram mais conservadas.
Os pesquisadores tentaram levar em conta outros fatores de risco para a perda de memória que poderiam afetar os resultados, incluindo idade, sexo, escolaridade, obesidade, atividade física e a presença do gene apolipoproteína E4 (ApoE4) – fator de risco para o Alzheimer. Ainda assim, a associação entre peixes, volume cerebral e demência permaneceu.
“Consumir o peixe cozido ou grelhado faz com que os neurônios na substância cinza do cérebro fiquem mais fortes, maiores e mais saudáveis”, explica Cyrus Raji, autor do estudo. “Esta escolha de estilo de vida simples aumenta a resistência do cérebro à doença de Alzheimer e reduz o risco para o TCL.”
No entanto, o autor ressalta que o consumo de peixe não estava relacionado ao aumento do tamanho do cérebro, o que o protegeria contra a perda congnitiva.
* Publicado originalmente no site O que eu tenho.