O aquecimento global e o Noroeste Fluminense

Não é mais possível deixar de vincular as ações humanas na Terra com o fenômeno do aquecimento global. Na década de 1970, o movimento ecologista agia localmente pensando globalmente. Nos anos de 1980 em diante, com a concepção de desenvolvimento sustentável, a relação entre o pontual e o planetário foi sendo esquecida. Todo mundo passou a falar em desenvolvimento sustentável, a maioria sem nenhum conhecimento de causa. A confirmação por 2.500 cientistas de que estamos vivendo um momento muito perigoso para o planeta leva-nos a buscar novamente a articulação entre as ações locais e o pensar global.

Como os problemas ambientais do noroeste fluminense podem ser tratados à luz das grandes mudanças climáticas planetárias? Estas mudanças coincidem com a eclosão da revolução industrial, há cerca de 200 anos. Deste período, data também o início do grande desmatamento que reduziu as vastas florestas estacionais da região de 100% a pífio 0,5%. Como todos sabem, as florestas cumprem o importante papel de absorver gás carbônico e produzir oxigênio. Quais os principais gases responsáveis pelo aquecimento global? O gás carbônico e o gás metano. Isto significa que o desmatamento no noroeste fluminense contribuiu, de alguma forma, para as mudanças climáticas que ameaçam o planeta.

Como? Se uma floresta é derrubada, as árvores não podem mais absorver gás carbônico e gerar oxigênio. Então, o gás carbônico que ia para as árvores fica na atmosfera. Mais grave ainda: se a remoção é feita por queimada, o carbono se desprende mais rapidamente. Caso as árvores e as folhas apodreçam no terreno, o gás também é liberado. Queima-se, portanto, a vela pelas duas pontas: a floresta retirada, além de deixar de absorver o carbono, ainda atira na atmosfera mais carbono ainda.

Conclui-se, por conseguinte, que o noroeste pode dar uma contribuição para reduzir o gás carbônico na atmosfera. Voltamos ao nosso "Programa Reconstruir", que propus no início da minha colaboração como colunista do Mania de Saúde. Mais que nunca, este Programa precisa ser implementado pelos governos federal, estadual e municipais com a participação das empresas e da sociedade. Urgentemente, é preciso começar com a reconstituição e com a revitalização das florestas nativas, colhendo sementes, cuidando de mudas, reflorestando as áreas de preservação permanente e as reservas legais, além de criar unidades de conservação. Tudo isto gera trabalho e renda.

* Arthur Soffiati é professor da Universidade Federal Fluminense, Doutor em História Ambiental pela UFRJ e colunista/colaborador do Mania de Saúde.

 

publicidade
publicidade
Crochelandia

Blogs dos Colunistas

-
Ana
Kaye
Rio de Janeiro
-
Andrei
Bastos
Rio de Janeiro - RJ
-
Carolina
Faria
São Paulo - SP
-
Celso
Lungaretti
São Paulo - SP
-
Cristiane
Visentin

Nova Iorque - USA
-
Daniele
Rodrigues

Macaé - RJ
-
Denise
Dalmacchio
Vila Velha - ES
-
Doroty
Dimolitsas
Sena Madureira - AC
-
Eduardo
Ritter

Porto Alegre - RS
.
Elisio
Peixoto

São Caetano do Sul - SP
.
Francisco
Castro

Barueri - SP
.
Jaqueline
Serávia

Rio das Ostras - RJ
.
Jorge
Hori
São Paulo - SP
.
Jorge
Hessen
Brasília - DF
.
José
Milbs
Macaé - RJ
.
Lourdes
Limeira

João Pessoa - PB
.
Luiz Zatar
Tabajara

Niterói - RJ
.
Marcelo
Sguassabia

Campinas - SP
.
Marta
Peres

Minas Gerais
.
Miriam
Zelikowski

São Paulo - SP
.
Monica
Braga

Macaé - RJ
roney
Roney
Moraes

Cachoeiro - ES
roney
Sandra
Almeida

Cacoal - RO
roney
Soninha
Porto

Cruz Alta - RS