Prisão especial, ou seja, impunidade especial

    De vez em quando eu lembro do juiz Nicolau dos Santos Netto, o príncipe dos  ladrões. Lá pelo ano 2000 os advogados do juiz passavam noites em claro procurando  brechas na lei para que o conhecido ladrão pudesse curtir o privilégio de uma prisão  “super especial”, na qual o mesmo pudesse gozar da maior comodidade possivel.

    O príncipe dos ladrões de colarinho branco teria direito a coisas como colchão  macio, frigobar, televisão, aparelho de som, celular, visitação livre nas 24 h do dia, e  outras regalias que sempre colocam água na boca de muita gente que não está preso e  nunca roubou nada na vida. 

    O príncipe dos velhacos seria também agraciado com uma conexão para a  Internet, onde o mesmo faria belos chats para ajudar a passar o tempo. Um sexo  virtual lhe faria muito bem para a sua solidão noturna.

    Naquela época, segundo as previsões dos entendidos no asssunto "cadeia" ,  o  juiz Nicolau dos Santos Neto não deveria passar mais de dois anos nesta mordomia  “super especial”.

    Depois dessa temporada, seria solto !

    E foi !

    Hoje em dia ele descansa na sua bela mansão que foi erguida com o dinheiro  que o mesmo surrupiou dos cofres públicos, isto é, o dinheiro dos impostos que o  governo rouba legalmente do nosso salário.

    O produto dessa roubalheira, ele, e todos os ladrões que aparecem  diáriamente na mídia,  usufruem livre e descaradamente à vista de todos os que foram  roubados.

    A maioria deles consegue "prisão especial" para os poucos dias que passam  na cadeia.

    Mas afinal, quem é que tem direito a prisão especial aqui no Brasil ?

    Eis a trajetória do benefício por ordem cronológica de data:

    1941: Ganharam o direito ministros, governadores, prefeitos, secretários,  vereadores, parlamentares e deputados estaduais.

    Os oficiais das Forças Armadas e dos bombeiros.

    Mais os policiais.

    Quem já foi jurado.

    Quem tem diploma universitário.

    Todos esses e mais os detentores da Ordem Nacional do Mérito, dada a quem  "enriquece o patrimônio nacional" por meio de serviços ou "doações valiosas".

    1956: Entraram os dirigentes sindicais.

    1961: Entraram os pilotos da aviação comercial.

    1967 Entraram os jornalistas, com direito a sala com "todas as comodidades".

    1970: Entraram os oficiais da Marinha Mercante.

    1983: A vez dos professores de primeiro e segundo graus.

    1994: Os advogados adquiriram direito a "sala de Estado Maior, com  instalações e comodidades condignas".

    O mais interessante, é que neste festival surrealista de privilégios, nós  podemos observar as expressões “todas as comodidades” e “instalações e  comodidades condignas”.

    Entretanto, para se obter uma prisão especial, mesmo o camarada estando  enquadrado num destes items , ele só consegue se tiver muito dinheiro e conhecimento,  porque esta operação é uma coisa muito enrolada, e destinada para ladrões de grande  porte, que são aqueles do colarinho super branco mesmo.

    São pouquissimos os presos que gozam deste privilégio que a lei lhes faculta.  Eles precisam roubar muito, para poderem distribuir com fartura e sabedoria o dinheiro  entre as pessoas certas.

    O negócio dos ladrões de colarinho branco no Brasil é tão complicado que há muitos anos atrás conseguiu tumultuar a  cabecinha da gloriosa Monique Evans, no primeiro programa “TV Fama” do ano, que ela  comandava na Rede TV. O Vidente Roberio de Ogum fazia previsões para 2001.

    “Qual a previsão para o juiz Nicolau?”, perguntou ela.

    “Ele vai cometer suicidio”, responde o vidente.

    “É mesmo?” diz ela espantada.

    “É”, reitera Ogum.

    E a Monique Evans indaga: “Mas ele mesmo, ou alguém o mata?”

    Mas quando lembramos do “suicidamento” do Paulo Cesar Farias,  entendemos o que a Monique Evans queria dizer.

    No Brasil existem dois tipos de roubo e suicidio: o comum e o especial.

    Dentro de pouco tempo ninguém mais estará falando no ladrão Nicolau,  porque todo dia surge um novo roubo, e novos ladrões.

    O presidente Lula já está muito incomodado com a divulgação das conversas  telefônicas dos ladrões que são gravadas com autorização judicial.

    Ontem, 10 Julho de 2007, pude ouvir a gravação da conversa entre dois  ladrões que estão roubando a Petrobrás:

    - Amigo.. estamos feitos ...  fui nomeado cordenador da Plataforma ... vamos   ganhar dinheiro feito lixo .... vamos roubar tanto que nem sei onde a plataforma  vai  parar ...

    E outro ladrão da grandes gargalhadas :

    - KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK

    Ladrões desse tipo, na China, são fuzilados !

    O presidente Lula quer impedir a divulgação dessas conversas porque isto  configura invasão de privacidade segundo o mesmo. Ele completa dizendo que está com  muito  medo da PF. É inacreditável !

    Porque está com medo presidente ?

    Além disso, estas descobertas atrapalham o ritmo de trabalho do governo  federal, e tiram a concentração do presidente da república, voltado que está, dia e  noite, para os problemas internacionais.

    Lula quer ser o Imperador dos Paises  Emergentes.

    Toda vez que vejo um ladrão sem "pedigree" exposto diante das cameras da  televisão, algemado, de sandalia de dedo e obrigado a fazer pose, não posso deixar de  lembrar do aparato que as autoridades e advogados armam para preservar a imagem  dos ladrões de colarinho branco iguais ao juiz  Nicolau dos Santos Neto.

    Sem dúvida nenhuma isto aqui é a casa da mãe Joana. 

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