Liberdade
Uma conquista, uma verdade elaborada
 O retorno planejado, requintado
Do rascunho de nossa vida
Já com a separação dos itens aproveitáveis
Disposta para fora do si
Como o líber
Aquele tecido vegetal
Numa forma abstraída e lapidada
Um esboço subjetivo do orbe
 Pequena montanha ao fundo
 Doce brilho a espirrar no lume
Graúdos pássaros granjeando o sustento
Inexorável vento a zunir nas penhas
 
Frondosa fronte à orla do lago
Éden de sapos palustres
Júbilo franco do exímio escoteiro
Degustando sápidas rês
 
Natureza selvagem no horizonte
Grande aptidão para jugular
Do nada uma estralada há
Assim que o Rei Trovão resolve estrondar
Fim, meios
Grande pátio, pássaros a piar
 Maior inda era na infância querida
Reminiscências do imaginar
Emoções mentais junto ao real da vida
 
Um mundo aberto, ampliando-se
Limite irredutível impondo-se
Luzes transcendentais compilando-se
Recordes fenomenais transpondo-se
 
Para um dia encontrar lá
No caminho a descansar
Melodias entoando “pius” tais
Sob benditas técnicas musicais
Pró-indeterminismo
 À luneta ascendente
 Estrelas brilhando inconstantes
Foco visual pungente
Pleiteando quimeras distantes
 
Espírito implora cortês
Um desejo m tanto almejado
É o último então por sua vez
Que fé um dia o ter alcançado
 
Dos astros não há linha precisa que diga
Tal futuro ou qual é possível
Mesmo Einstein prostrou até a fadiga
Diante os mistérios da Era passível
Beleza histórica
 Deuses, túmulos, espíritos
 Guardam com certo zelo
Mistérios ainda intangíveis
O cerne de muitos apelos
 
Além de mito ecumênico
E de todas sagas tão arrojadas
Reside quimeras tais imaginadas
Adornadas com tino supremo
 
E todo excesso acrescentado
Pela mais humana vaidade
Não faz além de conter
Lapsos em ato inusitado
Vagueando no imaginário
 De um repente vazio
 Aberta a caixa de ouro
Pressão externa, dentro um frio
Estridentes raspões daquele couro
 
De tudo resta a montagem
Ardilosa trama do ser falante
Metáforas, metonímias – uma viagem
Mas que eloqüência ...  em si pedante
 
E o mar de ondas sensíveis
Toca o céu no limite intangível
 Paradoxo entre os tais impossíveis
Quando a doxa ultrapassa qualquer crível
Astuta sensatez
 Planos de um incerto futuro
 Arrebate o cálido espírito
Com muita força de juventude
Doma qualquer pessimismo
 
Muita luz incita um sorriso
Discreto, pequeno, mas perene
Sábia tranqüilidade é preciso
Para não exarcebar até extremos
Tudo aquilo que irrita o juízo
 
Pois mais vale não se iludir
Na vitória, com mais-valia
Nem se deixar abater
Na derrota, com menos-valia
Reminiscências
 E ainda contava grande odisséia
 Como se pudesse resgatar anos em cores
Do tempo em morada na estreita aléia
Com um entusiasmo de multissabores
 
Não que todo o físico definhasse
Mas já não empunhava grande lenha
Desde a morte do filho – que Deus o tenha
Bastando algumas horas que caminhasse
 
Estórias muitas sempre á mão
A despeito da trépida voz
Que impedia perfeita sintonia da canção
Mas não acanhava tal vontade atroz
Indaga-se
 Bem, mal, complementares dialéticos
 O que há que se possa saber?
Tantas leis, morais, de princípios anti-éticos
O que se pode ganhar ou perder?
 
O tempo destitui certezas
Abala identificações
Dúvidas ilhadas entre proezas
Nada de conclusões
 
Mas tudo há de ter um fim
 Divinas implicações
 Quem sabe quando será o sim
 Dado a tais justas deprecações?
 
Tania Montandon 
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