JUSTIÇA CAPIXABA ASSUME CULPA: ASSASSINATO DO PADRE GABRIEL FOI CRIME DE MANDO

Na noite de 23 de dezembro de 1989 um crime chocou a sociedade capixaba, o assassinato do padre francês, Gabriel Maire, um dedicado líder das lutas contra as desigualdades sociais, cuja preocupação principal era buscar a reintegração dos excluídos, em especial, dos que viviam abaixo da linha da pobreza, sem terra e sem teto.

A polícia agiu rápido identificando e prendendo os autores, pressionada pela opinião pública, pela Igreja, parentes da vítima e testemunhas que relatavam espontaneamente fatos incontestáveis de que teria havido uma execução, CRIME DE MANDO, incluindo uma relação de suspeitos com destaque para um rico empresário, Jose Carlos Bonadiman, proprietários de imobiliárias e autoridades políticas do município de Vila Velha.

O motivo era uma área de terra conhecida como Barbados, hoje bairro Padre Gabriel, em homenagem à vítima, ocupada por desabrigados que tinham no religioso, um destemido advogado, pleiteando junto ao poder Executivo municipal a doação legal dos lotes as famílias assentadas.

Barbados, no entanto, era considerado o loteamento mais valorizado da região, tanto que, DE FORMA ILEGAL, os ambiciosos especuladores imobiliários conseguiram mudar a natureza e a destinação do terreno, classificando a terra como propriedade urbana, conseguindo de imediato uma supervalorização da área.

A polícia nunca foi tão eficiente, conseguindo em tempo recorde fechar as investigações, concluir o inquérito e encaminhar à Justiça uma fantasiosa versão de latrocínio praticado pelos réus confessos sob os efeitos de bebidas alcoólicas e drogas.

Nenhum dos suspeitos como mandantes do crime, nem mesmo as testemunhas das ameaças e os parentes do padre foram ouvidos pelo delegado responsável pela apuração policial.

Nos autos do processo havia até excesso de indícios, provas materiais e testemunhais que contradiziam a conclusão de latrocínio. Mesmo assim, a Justiça acatou o relatório de uma investigação policial evidentemente direcionada a afastar qualquer outra versão, livrando os suspeitos interessados na morte do padre como mandantes da fria e bárbara execução.

JUSTIÇA SE REDIME DA CULPA

Em 2002, com a morte do advogado Ewerton Montenegro Guimarães, assumiu a causa da família que lutava por verdadeira justiça o Dr. Francisco Herkenhoff, que pediu a revogação da sentença de latrocínio.

Na quarta-feira, 16/7/2007, numa decisão inédita e histórica, o poder Judiciário do Espírito Santo se redime da culpa de ter contribuído na montagem da farsa. Num ato de coragem o jovem desembargador Pedro Valls Feu Rosa acatou o pedido de anulação da sentença de 1ª instãncia, e num extenso e indignado relato aponta que constam dos autos com a máxima clareza, provas contundentes e incontestáveis, não apuradas através da leitura de depoimentos dúbios e contraditórios, mas sim, em laudos periciais e conclusões científicas que a vítima foi morta em outro local, tendo sido agredida provavelmente com uma coronhada ainda em vida, morta a seguir por disparo de uma arma de fogo feito à queima-roupa.

As conclusões do desembargador são robustecidas pelos depoimentos de duas testemunhas oculares que se encontravam no local onde padre Gabriel foi interceptado por um carro da marca Passat e uma viatura da Polícia Militar, retirado do seu carro a força e jogado no porta-mala de um dos veículos, ação concluída com uma fuga em alta velocidade.

Algumas sentenças do relator Pedro Valls Feu Rosa formam o retrato da Justiça no Brasil: “... é triste vermos um processo nestas condições consumir quase 18 anos para chegar ao Tribunal de Justiça” – “ ... e isso só terá um fim quando os processos que contenham o termo – crime organizado – saírem definitivamente das gavetas”.

QUEIMA DE ARQUIVO

Foram em número de sete as pessoas executadas envolvidas direta ou indiretamente na morte do padre Gabriel, entre testemunhas e executores, com destaque para o policial civil Paulo César, “Cicatriz” e a assaltante Telma Maria de Paula, esta, quando estava a caminho da Delegacia do bairro São Torquato para desmentir a versão de assalto seguido de morte e contar toda a verdade sobre o crime.

A PRATELEIRA ESTÁ LOTADA

No Espírito Santo a prateleira da Justiça está lotada de casos iguais, cujas verdades que são conhecidas de todos não conseguem ser confirmadas pelas autoridades policiais.

Destes crimes, guardo duas grandes tristezas: a execução do meu amigo José Maria Feu Rosa, tio do desembargador, executado por não ter se intimidado com ameaças e renunciado ao cargo de prefeito do município de Serra; também de outro amigo, o advogado Marcelo Denadai, também jornalista, um assassinato covarde motivado por “queima de arquivo”.

Eu consegui escapar de atentados que tenho motivos para supor estivessem relacionados com a minha amizade com as vítimas, conhecimento confidenciados das razões das execuções e por ter, publicamente, em jornal de minha propriedade “O PORRETE”, denunciado armações e cobrado justiça verdadeira.

Devo ainda lembrar das execuções da jornalista Maria Nilce, do presidente do Sinderodoviários, João Nato, e do advogado Carlos Batista.

Todos esses assassinatos desencadearam muitas outras “queimas de arquivo”. Somadas devem chegar a mais de 30 mortes.

JUSTIÇA ALIVIA EX-PRESIDENTE DO TC

A justiça afastou do cargo de presidente do Tribunal de Contas do Estado e ex-deputado estadual Valci Ferreira, acusado pelo Ministério Público de ser o maior beneficiário do superfaturamento de uma apólice coletiva de seguro de vida mantida pela Assembléia Legislativa. Foram entregues ao Tribunal cópias de vários cheques recebidos pelo conselheiro a título de comissão.

No entanto, os mesmos judicantes negaram colocar como indisponível os bens do indiciado e, da retenção salarial no valor de 70%, para futuro ressarcimento dos prejuízos causados aos cofres públicos, decretaram apenas um percentual de 20% sobre a remuneração.

Coitadinho do Valci, sem trabalhar, vai receber mensalmente míseros R$ 20 mil para suprir as suas necessidades básicas de sobrevivência.

O coitado do desempregado que pescou pretendendo matar a fome da mulher grávida de quatro meses foi preso, espancado, autuado por desacato e pesca predatória e ainda obrigado a pagar mais de R$ 1 mil na soma da fiança e da multa arbitrada pelo IBAMA.

Viva a Justiça brasileira, viva o Lula que não sabe de nada, não viu nada e também não manda nada. Chorem os que perderam e continuarão perdendo seus entes queridos mortos por balas perdidas, continuarão perdendo seus filhos para os traficantes de drogas, suas filhas para a prostituição infantil e continuarão sobrevivendo com o supervalorizados salários pagos ao proletariado.

A MAMONA VIROU OURO

Quero aqui fazer um registro e parabenizar o STR – Sindicato dos Trabalhadores Rurais do município de Santa Teresa, região centro-norte do ES, que está apostando no funcionamento da Lei Federal 11.097/2005, que prevê uma produção de dois bilhões de litros de biodiesel até 2011.

A área cadastrada no município para plantio da mamona já é de 109,5 há. O sindicato já distribuiu aos associados 657 quilos de sementes e os primeiros resultados podem ser considerados excelentes.

O Governo federal firmou contrato com a empresa Brasil Ecodiesel que promete oferecer aos produtores (agricultura familiar) garantia de compra da produção, com preço estabelecido, fornecimento de assistência técnica, sementes e beneficiamento da colheita.

Duro é acreditar em promessas governamentais no Brasil, tomando como exemplo as contribuições provisórias que já nascem permanentes, as verbas de fomento as atividades rurais que nunca saem do papel.

Em Santa Teresa, a primeira cidade do Brasil criada por imigrantes italianos, uma das mais belas do país, na terra das orquídias e dos colibris, o verbo mais conjugado pela população é TRABALHO.

Outra atividade rural que cresce a todo vapor é o plantio de uvas, cuja área cultivada deverá triplicar nos próximos anos, o prefeito pode ser encontrado a qualquer hora do dia ou da noite e atende aos que lhe procuram até no meio da rua.

Portanto, considero justo parabenizar os diretores do Sindicato, os produtores, a população em geral, e os políticos da cidade.

NAVALHA CEGA

Na minha idade, podem apostar, conheci a navalha quando ela era muito mais importante para os bandidos conhecidos na minha infância e juventude do que para os profissionais barbeiros.

Se não me falha a memória, a marca mais famosa era “soling”, feita de aço puro garantido. Os malandros cariocas eram exímios manipuladores da arma. Com um só golpe podiam decepar a cabeça do inimigo.

Já não se fazem navalhas como antigamente. Quantos foram presos na operação? Serão 40? Horas depois da prisão muitos já concediam entrevistas emocionadas repudiando as falsas acusações e conclamando o direito de defesa na justiça onde provariam suas inocências. A inocência mais pura que eu conheço é uma cachaça de Minas. Será que também acabaram com a inocência mineira?

Mais um ministro de Lula? Quem me dera poder falar pessoalmente com o presidente. Não queria pedir muito, só um lugarzinho de menino de recados dos honestos “companheiros” do chefe. Quem sabe algum deles não me nomearia como recebedor e transportador das malas e dos envelopes. Quem fizer isso por um ano deve ficar, pelo menos, com um recheado pé-de-meia, mesmo furada.

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